«Eu vejo televisão. Peço desculpa. Sei que me ficaria melhor dizer: eu não vejo televisão. Que é o que dizem os nossos amigos e conhecidos que têm três livros nas estantes, um deles oferecido por um semanário. Eu vejo televisão e cresci com ela. Com o Vasco Granja, o “Domingo Desportivo”, “O Tal Canal”, “O Sítio do Pica-Pau Amarelo”, o “MacGyver”, o “Allô Allô!”, o “Eu Show Nico”, o “Era uma Vez o Espaço”, o “Roque Santeiro”, o “Dartacão”, o “Cheers, Aquele Bar”, o “Modelo e Detective”, a “Rua Sésamo”, o “Alf”, os “Três Duques” e “O Barco do Amor”. E com a “Roda da Sorte”, essa missa humorística diária, hilariante concurso sem interesse nenhum que acabou com o instante mais livre da televisão portuguesa e provavelmente mundial: aquele em que Herman enfiou uns quantos balázios no estúdio. Ah e também cresci com os anúncios do Boca Doce, da Mokambo e da Regisconta. Sei que não estou sozinho nisto.»