sexta-feira, 30 de julho de 2010

Pensar de pernas para o ar

é uma grande maneira de pensar
com toda a gente a pensar como toda a gente
ninguém pensava nada diferente

Que bom é pensar em outras coisas
e olhar para as coisas noutra posição
as coisas sérias que cómicas que são
com o céu para baixo e para cima o chão

Manuel António Pina

quinta-feira, 29 de julho de 2010

(Tele)visão

Agora que passo mais tempo em casa, de vez em quando, vou fazendo zapping pelos vários canais de televisão e, devo confessar, é confrangedor ver tanto lixo televisivo. Ele é apresentadoras aos gritos que mais parecem as vendedoras do "Bullhon"; ele é comentadores do social que mais parecem personagens saídos de um qualquer filme de terror; ele é "famosos" (???) que elaboram tops interessantíssimos do género: "O careca mais sexy", ou "O bronzeado mais bonito" ou ainda" Vivo sozinha com o meu animal de estimação e sou muito feliz assim". Isto, nas televisões generalistas. No Cabo, na SIC Notícias, RTP-N, TVI24..., são sempre as mesmas notícias e os mesmos conteúdos repetidos e comentados até à exaustão pelos paineleiros de serviço. Na Fox, FoxLife, AXN... são repetições atrás de repetições das mesmas séries. E é isto o dia todo! Mas pronto, só vê quem quer, não é verdade?... Bom proveito.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Facebook

Por razões que agora não vêm ao caso, registei-me no Facebook e, tal como já desconfiava, não me rendi (nem um pouco!) aos seus encantos. Pelo contrário! Pra mim, aquilo não passa de um espaço de exposição e cusquice onde as pessoas vão debitando pensamentos ocos e banais. Não fiquei fã. De todo.

sábado, 24 de julho de 2010

Estou a frequentar a Oficina intensiva de experimentação, exploração e criação vocal "Outra Voz", uma das várias iniciativas levadas a cabo no âmbito de Guimarães 2012 - Capital Europeia da Cultura. Com este calor, se calhar, estava(-se) melhor na praia ou na piscina, mas, como se costuma dizer "quem corre por gosto não cansa...". Está a ser muito giro:-)

quinta-feira, 22 de julho de 2010

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Viver sempre também cansa!

Viver sempre também cansa!
O sol é sempre o mesmo e o céu azul
ora é azul, nitidamente azul,
ora é cinza, negro, quase verde...
Mas nunca tem a cor inesperada.
O Mundo não se modifica.
As árvores dão flores,
folhas, frutos e pássaros
como máquinas verdes.
As paisagens também não se transformam.
Não cai neve vermelha,
não há flores que voem,
a lua não tem olhos
e ninguém vai pintar olhos à lua.
Tudo é igual, mecânico e exacto.
Ainda por cima os homens são os homens.
Soluçam, bebem, riem e digerem
sem imaginação.
E há bairros miseráveis, sempre os mesmos,
discursos de Mussolini,
guerras, orgulhos em transe,
automóveis de corrida...
E obrigam-me a viver até à Morte!
Pois não era mais humano
morrer por um bocadinho,
de vez em quando,
e recomeçar depois, achando tudo mais novo?
Ah! se eu pudesse suicidar-me por seis meses,
morrer em cima dum divã
com a cabeça sobre uma almofada,
confiante e sereno por saber
que tu velavas, meu amor do Norte.
Quando viessem perguntar por mim,
havias de dizer com teu sorriso
onde arde um coração em melodia:
"Matou-se esta manhã.
Agora não o vou ressuscitar
por uma bagatela."
E virias depois, suavemente,
velar por mim, subtil e cuidadosa,
pé ante pé, não fosses acordar
a Morte ainda menina no meu colo...


José Gomes Ferreira

domingo, 11 de julho de 2010

Sacode as nuvens

Sacode as nuvens que te poisam nos cabelos,
Sacode as aves que te levam o olhar.
Sacode os sonhos mais pesados do que as pedras.


Porque eu cheguei e é tempo de me veres,
Mesmo que os meus gestos te trespassem
De solidão e tu caias em poeira,
Mesmo que a minha voz queime o ar que respiras
E os teus olhos nunca mais possam olhar.



Sophia de Mello Breyner

Quem sai aos seus...


( Copiado da galeria de Henricartoon do
SAPO Desporto).

sábado, 3 de julho de 2010

É que não me canso de ver este filme (e de me comover como da 1.ª vez em que o vi!...)

Embirro...

... com a língua alemã. É que não a suporto! Irrita-me e enerva-me profundamente. Eu sei, é uma parvoíce, mas, que querem, não consigo evitar esta antipatia linguística. No oposto, está a língua italiana que adoro, adoro, adoro!

Hortênsias