quarta-feira, 29 de abril de 2009

"Visitas de Estudo"

Antigamente, quando eu andava na primária, para sairmos da escola, bastava a professora colocar o aviso "Visita de Estudo". Quando comecei a trabalhar, há vinte anos (parece que foi ontem...), não era muito diferente. Bastava-me avisar os encarregados de educação e estava tudo bem. Agora, uma simples saída (nem que seja ao monte em frente da escola!), implica uma parafernália de papeis: ele é autorizações, planificações, pedidos ao Pedagógico...Ah! Muito importante! No dia da saída, não me posso esquecer que tenho de me fazer acompanhar da Credencial que atesta que sou "considerada pessoa idónia para exercer funções de vigilante no serviço". Pessoa idónia, ouviram? Até tenho uma credencial que o confirma e tudo :-)

terça-feira, 28 de abril de 2009

PEEC*

Depois do extraordinário, único e "100% português" computador Magalhães (essa ferramenta que veio revolucionar e ensino!), eis que chega, com pompa e circunstância, como é da praxe, o cheque-dentista! Até estou comovida...


* Propaganda Eleitoral Em Curso

I'm your man - Leonard Cohen


Como eu gosto desta voz (e desta música em particular!...)

Estado d'alma...

Estou como o tempo, tão depressa o Sol brilha como me "visto" de cinzento....

segunda-feira, 27 de abril de 2009

GNR - Bem-Vindo ao passado


Já morri a morte certa
Já senti a fome, aperta a dor
Já bati à porta incerta
Viajei de caixa aberta, a dor

Pecado, fundido, queimado

Já desci lá em baixo ao fundo
Já falei com outro mundo e então
Já passei o limbo limpo
Já subi ao purgatório e vou

Zangado, bem vindo ao passado
Pecado, arrependido, queimado

Zangado, bem vindo ao passado
Pecado, fundido e queimado
Zangado, bem vindo ao passado
Pecado, arrependido, queimado

Nós Por Cá*

Será que só temos coisas más? Será que não há nada que valha a pena neste país? Eu sei que a falta de civismo é uma constante, que a maior parte das instituições não funcionam como deveriam, que a burocracia é uma desgraça, enfim, exemplos não faltam, não é isso que está em causa. O que eu quero dizer é o seguinte: será que, de vez em quando, não se poderia dar tempo de antena ao que corre bem? É que ainda há coisas que funcionam neste país...Ou não?...Não sei, digo eu, sei lá...
* Programa que passa de 2.ª a 6.ª feira na Sic antes do Jornal da Noite

Amália Hoje - A Gaivota


Um novo projecto musical. Diferente. Gosto.

Cerejas...


Ah cerejas, ah cerejas...
Tomastes o meu coração!
Não mais tristezas
Apenas cerejas existirão.
Ah cerejas,
Tomastes meu coração...
Doriana Albuquerque

Paisagens da minha terra...

Registos de uma caminhada pela serra do Marão....




















P.S. Muito cansativo (daí o post de ontem:-) mas valeu a pena!

domingo, 26 de abril de 2009

A felicidade é...II

ADENDA à Lição n.º 6:


"A felicidade é um duche relaxante e prolongado depois de uma boa caminhada na montanha".

sábado, 25 de abril de 2009

BOM fim-de-semana:-)



P.S. I Love You

Tomei uma decisão...


Hoje, que finalmente tomei coragem para ir dar sangue (sim, sou uma medricas, tenho pavor das agulhas!), não o pude fazer porque tinha feito umas ecografias há menos de 15 dias. Oh!...Mas tomei uma decisão: com ou sem medo das agulhas, vou tornar-me dadora. Só a ideia de que posso estar a salvar uma vida faz-me sentir bem, portanto, daqui por 3 meses, na próxima colheita de sangue, lá estarei:-)

A felicidade é...

*Algumas lições:-)


Lição n.º 1 - Uma boa maneira de estragar a felicidade é fazer comparações.
Lição n.º 2 - A felicidade, muitas vezes, chega de surpresa.
Lição n.º 3 - Muita gente só perspectiva a sua felicidade no futuro.
Lição n.º 4 - Muita gente pensa que a felicidade é ser mais rico ou mais importante.
Lição n.º 5 - Às vezes, a felicidade, é não compreender.
Lição n.º 6 - A felicidade é uma boa caminhada na montanha.
Lição n.º 7 - O erro é acreditar que o objectivo final é a felicidade.
Lição n.º 8 - A felicidade é estar com as pessoas que amamos.
Lição n.º 9 - A felicidade é não faltar nada à família.
Lição n.º 10 - A felicidade é ter uma ocupação de que goste.
Lição n.º 11 - A felicidade é ter uma casa e um jardim.
Lição n.º 12 - A felicidade é mais difícil num país dirigido por pessoas más.
Lição n.º 13 - A felicidade é ser-se útil aos outros.
Lição n.º 14 - A felicidade é ser-se amado por aquilo que se é.
Lição n.º 15 - A felicidade é sentir-se completamente vivo.
Lição n.º 16 - A felicidade é festejar.
Lição n.º 17 - A felicidade é pensar na felicidade daqueles que amamos.
Lição n.º 18 - O sol e o mar são a felicidade para toda a gente.
Lição n.º 19 - A felicidade é uma maneira de ver as coisas.
Lição n.º 20 - A rivalidade é um poderoso veneno da felicidade.
Lição n.º 21 - As mulheres são mais atentas do que os homens à felicidade dos outros.
Lição n.º 23 - A felicidade é ocuparmo-nos da felicidade dos outros.


*Lições retiradas d'A Viagem de Heitor de François Lelord (livro que li há alguns anos, de que gostei muito, e que releio com alguma frequência)

Dia da Liberdade

Eu ainda me lembro do dia 25 de Abril de 1974!
Andava na 2.ª classe... Puxa, tou mesmo cota... :-)

sexta-feira, 24 de abril de 2009

A tradição já não é o que era...

Hoje, na escola, como é da praxe, lá falei sobre o 25 de Abril aos alunos ( assim, de uma forma simples, o antes e o depois da Revolução dos Cravos). A determinada altura, perguntei se alguém costumava ver a série da RTP1 "Conta-me como foi". Só um ou dois respondeu afirmativamente. Em contrapartida, todos viram "Os amores de Salazar" que passou na Sic. Miúdos do 3.º e 4.º ano de Escolaridade! Este mundo está mesmo virado do avesso... A professora vê "Conta-me como foi" e os alunos vêem a vida amorosa de Salazar!... Enfim, sem comentários...

Esta é a madrugada que eu esperava

Esta é a madrugada que eu esperava
O dia inicial inteiro e limpo
Onde emergimos da noite e do silêncio
E livres habitamos a substância do tempo


Sophia de Mello Breyner Andresen

Tortura

Quem me dera encontrar o verso puro,
O verso altivo e forte, estranho e duro,
Que dissesse, a chorar, isto que sinto!!



Florbela Espanca

Jorge Palma - Frágil


Põe-me o braço no ombro
eu preciso de alguém
dou-me com toda a gente
e não me dou a ninguém
frágil
sinto-me frágil

Faz-me um sinal qualquer
se me vires falar demais
eu às vezes embarco
em conversas banais
frágil
sinto-me frágil

Frágil
esta noite estou tão frágil
frágil
já nem consigo ser ágil

Está a saber -me mal
este Whisky de malte
adorava estar "in"
mas estou-me a sentir "out"
frágil
sinto-me frágil

Acompanha-me a casa
já não aguento mais
deposita na cama
os meus restos mortais
frágil
sinto-me frágil

Frágil
esta noite estou tão frágil
frágil
já nem consigo ser ágil

quinta-feira, 23 de abril de 2009

JORGE PALMA - Estrela do mar


Numa noite em que o céu tinha um brilho mais forte
e em que o sono parecia disposto a não vir
fui estender-me na praia sozinho ao relento
e ali longe do tempo acabei por dormir

Acordei com o toque suave de um beijo
e uma cara sardenta encheu-me o olhar
ainda meio a sonhar perguntei-lhe quem era
ela riu-se e disse baixinho: estrela do mar

Sou a estrela do mar
só a ele obedeço, só ele me conhece
só ele sabe quem sou no princípio e no fim
só a ele sou fiel e é ele quem me protege
quando alguém quer à força
ser dono de mim

Não sei se era maior o desejo ou o espanto
mas sei que por instantes deixei de pensar
uma chama invisível incendiou-me o peito
qualquer coisa impossível fez-me acreditar

Em silêncio trocámos segredos e abraços
inscrevemos no espeço um novo alfabeto
já passaram mil anos sobre o nosso encontro
mas mil anos são pouco ou nada para a estrela do mar


Jorge Palma

Os Meus Livros

Os meus livros (que não sabem que existo)
São uma parte de mim, como este rosto
De têmporas e olhos já cinzentos
Que em vão vou procurando nos espelhos
E que percorro com a minha mão côncava.
Não sem alguma lógica amargura
Entendo que as palavras essenciais,
As que me exprimem, estarão nessas folhas
Que não sabem quem sou, não nas que escrevo.
Mais vale assim. As vozes desses mortos
Dir-me-ão para sempre.


Jorge Luis Borges

Se eu fosse um livro...

... seria um livro de poesia:-)

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Dia da Terra


Imagem retirada daqui: http://rubiacd.blogspot.com

Fica para outro dia...

Iniciei este post para falar sobre a burocracia a que tenho assistido nos últimos dias na marcação de uma simples visita de estudo com os alunos, mas, entretanto, mudei de ideias... Afinal, se não se tem nada de bom para dizer, mais vale não dizer nada... Também, com um dia tão bonito, para quê falar de chatices, não é verdade?... :-)

terça-feira, 21 de abril de 2009

GRRRRRRRRRRR!!!!!!!

Estou farta de papeis, relatórios e inquéritos que, agora, são preenchidos online (que é mais chique!). Estou farta de fazer de "telefonista" e de "porteira"! Estou farta de perder tempo à volta de burocracias inúteis! Estou farta desta m****! Pronto, tenho dito!

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Rui Veloso e Mariza - Não Queiras Saber de Mim


Não queiras saber de mim
Esta noite não estou cá
Quando a tristeza bate
Pior do que eu não há
Fico fora de combate
Como se chegasse ao fim
Fico abaixo do tapete
Afundado no serrim

Não queiras saber de mim
Porque eu estou que não me entendo
Dança tu que eu fico assim
Hoje não me recomendo

Mas tu pões esse vestido
E voas até ao topo
E fumas o teu cigarro
E bebes do meu copo
Mas nem isso faz sentido
Só agrava o meu estado
Quanto mais brilha a tua luz
Mais eu fico apagado

Amanhã eu sei já passa
Mas agora estou assim
Hoje perdi toda a graça
Não queiras saber de mim

...



(Auto)Retrato...

Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.



Fernando Pessoa/Álvaro de Campos in "Tabacaria"

domingo, 19 de abril de 2009

Domingo...

Bem, hoje não me sai nada de jeito pra dizer... Enfim, é domingo, está tudo dito! Como já aqui referi, detesto os domingos!...Mas gosto da segunda-feira (sou do contra:-)
P.S. E agora, vou corrigir fichas...

sábado, 18 de abril de 2009

Rita Red Shoes - CHOOSE LOVE


Gosto :-)

O país dos senhores "Éngenhéiros"...

No âmbito de algumas actividades previstas no Plano Anual da Escola, sempre que telefono para alguma entidade e/ou serviço a solicitar a sua colaboração, a resposta é recorrente: "Sim, mas isso é com o Sr. Engenheiro ... mas ele de momento não está...". Há coisas que não mudam! Continuamos a ser o país dos "senhores engenheiros" e dos "senhores doutores", da burocracia e do "depois dizemos alguma coisa"...

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Para dar um pouco de cor ao dia...Ou melhor, muita:-)


Jude Law

Mas que raio de tempo II

Bem, isto já parece quase o blog do Instituto de Meteorologia ...lol
(Vou aproveitar para ir tomar café enquanto a chuva não volta :-)

Supertramp - It's Raining Again


A banda sonora do dia...

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Cai Chuva Do Céu Cinzento...


Cai chuva do céu cinzento
Que não tem razão de ser.
Até o meu pensamento
Tem chuva nele a escorrer...
Fernando Pessoa

Mas que raio de tempo...

Hoje, só faltou nevar, de resto, houve de tudo: frio, chuva (a potes!), vento, granizo... Mas onde raio anda a Primavera?!... Será que "emigrou"? Cá pra mim, foi de férias para um desses paraísos tropicais (e/ou fiscais, quiçá?...) e resolveu ficar por lá...Vem depressa ó Primavera, que estamos à tua espera!...Vá lá...Please!

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Tudo que faço ou medito...

Tudo que faço ou medito
Fica sempre na metade
Querendo, quero o infinito.
Fazendo, nada é verdade.



Fernando Pessoa

He's Just Not That Into You!...


"Ele não está assim tão interessado!..." Fui ver e...gostei :-)

terça-feira, 14 de abril de 2009

"Back to normal"...

Confesso que já estava farta de "férias" (eu sei, ninguém diz uma coisa destas!). É bom voltar à normalidade, que é como quem diz, à escola, ao trabalho. Enfim, à rotina de sempre. Claro que daqui a pouco já estou a reclamar de tudo (da escola, dos alunos, das reuniões...lol).

segunda-feira, 13 de abril de 2009

O Guardador de Rebanhos

(...)

O Mundo não se fez para pensarmos nele
(pensar é estar doente dos olhos)
mas para olharmos para ele e estarmos de acordo...
Eu não tenho filosofia; tenho sentidos...
se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é,
mas porque a amo, e amo-a por isso
porque quem ama nunca sabe o que ama
nem sabe por que ama, nem o que é amar...
Amar é a eterna inocência,
e a única inocência não pensar...


Alberto Caeiro

Pensamento do dia...

"A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca, e que, esquivando-se do sofrimento, perde também a felicidade."

Carlos Drummond de Andrade

Tulipas


Para dar um pouco de cor a este dia que mais parece de Inverno!
(Cá para mim, até a Primavera foi de férias de Páscoa :-)

Conversas (in)úteis...

Conversa com uma amiga minha, ontem, no MSN:
Ela- Olá, tudo bem?
Eu- Sim.
Ela- Então, que contas? Alguma novidade?
Eu- Não, nada de novo. Tudo como sempre...
Ela- Oh! Lás estás tu! Sempre tão pessimista!...
Eu- ????
Este tipo de conclusão é recorrente! Alguém me explica porquê?... Por que razão as pessoas insistem em concluir que, só porque não se tem nada de novo pra dizer, somos pessimistas (ou, então, outra conclusão também muito comum, que "estamos muito em baixo"!). Dahh!!

domingo, 12 de abril de 2009

Moulin Rouge - Come What May


(Re)vi hoje pela décima vez, pelo menos... Adoro este filme, que hei-de fazer?... :-)

Chuva

Todo o dia a chuva ocultou
o teu rosto.
Fechava os olhos para te ver.
À minha frente um céu de abril
trazido pelo teu riso
miúdo ou pelo trigo grão a grão.
Só de olhos fechados vejo
a cidade
onde te perco com eles abertos.
Assim adormeço — a chuva
acesa em lugar do teu rosto.


Eugénio de Andrade

sábado, 11 de abril de 2009

Da Minha Aldeia


Da minha aldeia vejo quanto da terra se pode ver no Universo...
Por isso a minha aldeia é tão grande como outra terra qualquer
Porque eu sou do tamanho do que vejo
E não, do tamanho da minha altura...
Alberto Caeiro

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Feriados religiosos...

Uma questão: será que faz sentido, num estado (dito) laico, como é o caso do nosso país, haver feriados religiosos?... Por exemplo, das escolas foram retirados todos os crucifixos para não "ofender" as outras confissões religiosas. Em algumas inaugurações públicas, por exemplo, critica-se a presença de um elemento da igreja (católica). Contudo, não vejo ninguém a reclamar por hoje ser feriado. Afinal, é apenas um dia santo para uma das várias confissões religiosas do nosso país...Pois é, como dizia o Carlos Paião: "Viva até S. Bento/se nos arranjar/muitos feriados/para festejar". Resumindo, feriado é feriado, não tem religião e ser for prolongado, então, melhor ainda...

quinta-feira, 9 de abril de 2009

E por falar em poesia...

Um poema exemplar

Um poema exemplar: em linhas como:
«Cidade, rumor e vaivém sem paz das ruas,
Ó vida suja, hostil, inutilmente gasta,
Saber que existe o mar e existem praias nuas,
Montanhas sem nome e planícies mais vastas
Que o mais vasto desejo,
E eu estou em ti fechada e apenas vejo
Os muros e as paredes e não vejo
Nem o crescer do mar nem o mudar das luas.
Saber que tomas em ti a minha vida
E que arrastas pela sombra das paredes
A minha alma que fora prometida
Às ondas brancas e às florestas verdes»

Sophia de Mello Breyner Andresen

Ler...

Escrever está, inevitavelmente, associado ao gosto de ler. Desde sempre. Desde os tempos da primária em que a Biblioteca Itinerante por lá passava uma vez por mês. Ler, era uma forma de "sair do mundo", daquele mundo que não ia muito além da minha aldeia. Sophia de Mello Breyner era a minha eleita. "A Menina do Mar" foi a minha primeira aventura pelo mundo da leitura e nunca mais parei. O gosto ficou. Mais tarde, passei a frequentar a Biblioteca Amadeu de Sousa Cardozo (Amarante). Por essa altura, lia, compulsivamente, Eça, Camilo Castelo Branco, Flaubert, Victor Hugo, Emile Bronté... "O Monte dos Vendavais", "Os Miseráveis" ou "Madame Bovary", foram obras que me marcaram para sempre e que li duma vez só! Ficava noites inteiras a ler! Não parava enquanto não terminasse o livro (os olhos é que estão agora a "pagar a factura"...). Depois, veio a poesia. Como refere Victor Hugo "A poesia é tudo o que há de íntimo em tudo". A poesia eleva e fortalece o espírito, submete a aparência das coisas aos desejos da alma. É como uma pintura que se sente. Não imagino a vida sem poesia. Sem livros. Sem ler.

Escrita...

Sempre gostei muito de escrever. A escrita é libertadora. É mais fácil escrever do que falar...
Gosto de escrever sobre tudo e a qualquer altura. Até naquelas reuniões chatas e intermináveis, tipo Conselho de Docentes e Reuniões de Coordenação, a que, legalmente, tenho de comparecer... Nessas alturas, confesso, não escrevo coisas muito agradáveis tal é, na maior parte das vezes, o aborrecimento...Enfim, continuando. Tudo isto vem a propósito porque, hoje, ao arrumar umas gavetas, encontrei uns diários de há alguns anos atrás (sim, eu ainda escrevo diários, imaginem!) e soube-me tão bem lê-los! Foi como se revivesse tudo de novo! Os lugares, as pessoas, os sonhos e as decepções...É isso que a escrita tem de bom: ela perpétua as coisas no tempo, materializa-as. Mesmo quando não escrevemos o que realmente aconteceu, mas, sim, o que gostavamos que tivesses acontecido...

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Sacode as nuvens


Sacode as nuvens que te poisam nos cabelos,
Sacode as aves que te levam o olhar.
Sacode os sonhos mais pesados do que as pedras.

Porque eu cheguei e é tempo de me veres,
Mesmo que os meus gestos te trespassem
De solidão e tu caias em poeira,
Mesmo que a minha voz queime o ar que respiras
E os teus olhos nunca mais possam olhar.

Sophia de Mello Breyner

terça-feira, 7 de abril de 2009

Forever young...

Ao fazer zapping pelos vários canais televisivos, reparei que está toda a gente de "cara nova" (cara, mamas, rabo...). Por este andar, qualquer dia, algumas delas, ainda voltam para o útero materno, tal é a regressão no tempo...

Números, códigos e passwords...

Se calhar sou só eu, mas, a quantidade de números, códigos e passwords que temos de memorizar começa a dar-me cabo dos nervos (ou então é a minha memória que, coitada, já não é o que era!...). Ele é códigos e/ou senhas para o cartão MB, para o telemóvel, para a Declaração Electrónica do IRS, para os concursos... Safa! Haja pachorra!... Resultado, de vez em quando (como me aconteceu hoje!), varrem-se-me os números todos da cabeça (ou, então, misturam-se todos, numa espécie de remix...) e lá se vão as compras, o telemóvel fica desligado e a Declaração de IRS terá de ficar para outro dia, quando me voltar a lembrar da m... da senha que acabei de alterar!...

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Tim e Mariza - Fado do Encontro

Ex.mos Srs da DGRHE:

Eu sei que ainda não efectuei a minha candidatura e que a mesma deve ser submetida até ao próximo dia 9 de Abril (e não Março conforme me é dito!!), portanto, parem de me enviar sms's, ok? Com os melhores cumprimentos...

Um pouco de cor...

...para esquecer este dia chato e cinzento!...

Trovante - Perdidamente


E por falar em Trovante...Perdidamente!

domingo, 5 de abril de 2009

Música...

Adoro música. Não imagino a vida sem música. Todos os lugares, todos os momentos e todas as pessoas que são importantes para mim estão associados a determinada música. Trovante, há-de estar sempre associado a momentos e a pessoas especiais; Sting, à minha melhor amiga; Bob Marley ficará para sempre ligado a Sagres ( best days of my life!); "Moulin Rouge" (o filme) há-de lembrar-me sempre Paris...E depois há aquelas músicas que parece que foram mesmo escritas para nós, que são a "nossa cara"! E aquelas que, vá-se lá saber como, mal pensamos nelas, elas começam a tocar na rádio...na discoteca...(Será telepatia?...:-)
Bem, e agora vou ouvir Trovante que já não ouço há imenso tempo. Até já.

Há Dias

Há dias em que julgamos
que todo o lixo do mundo
nos cai em cima
depois ao chegarmos à varanda avistamos
as crianças correndo no molhe
enquanto cantam
não lhes sei o nome
uma ou outra parece-me comigo
quero eu dizer :
com o que fui
quando cheguei a ser luminosa
presença da graça
ou da alegria
um sorriso abre-se então
num verão antigo
e dura
dura ainda.


Eugénio de Andrade

sábado, 4 de abril de 2009

Damien Rice - The Blower's Daughter


And so it is
Just like you said it would be
Life goes easy on me
Most of the time
And so it is
The shorter story
No love, no glory
No hero in her sky

I can't take my eyes off of you
I can't take my eyes off you
I can't take my eyes off of you
I can't take my eyes off you
I can't take my eyes off you
I can't take my eyes...

And so it is
Just like you said it should be
We'll both forget the breeze
Most of the time
And so it is
The colder water
The blower's daughter
The pupil in denial

I can't take my eyes off of you
I can't take my eyes off you
I can't take my eyes off of you
I can't take my eyes off you
I can't take my eyes off you
I can't take my eyes...

Did I say that I loathe you?
Did I say that I want to
Leave it all behind?

I can't take my mind off of you
I can't take my mind off you
I can't take my mind off of you
I can't take my mind off you
I can't take my mind off you
I can't take my mind...
My mind...my mind...

'Til I find somebody new...



Falar de amor...

Falar de amor é fácil. Difícil, é enganar o coração.

E os dias, sempre os mesmos...

E os dias, sempre os mesmos, a correr...Sempre as mesmas coisas, sempre os mesmos lugares, sempre as mesmas chatices...Sempre as mesmas expectativas...Sempre as mesmas decepções... E a vida, sempre a mesma, a passar!...

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Não: não digas nada!

Não: não digas nada!
Supor o que dirá
A tua boca velada
É ouvi-lo já.

É ouvi-lo melhor
Do que o dirias.
O que és não vem à flor
Das frases e dos dias.

És melhor do que tu.
Não digas nada: sê!
Graça do corpo nu
Que invisível se vê.

Fernando Pessoa

Love is on the air...


Imagem copiada daqui Depois Falamos

Marley and Me

Não pude evitar as lágrimas no fim...Todos nós já tivemos o "nosso Marley" (se bem que o meu não fosse tão maluco:-)

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Noite de Abril

Hoje, noite de Abril, sem lua,
A minha rua
É outra rua.

Talvez por ser mais que nenhuma escura
E bailar o vento leste
A noite de hoje veste
As coisas conhecidas de aventura.

Uma rua nova destruiu a rua do costume.
Como se sempre nela houvesse este perfume
De vento leste e Primavera,
A sombra dos muros espera

Alguém que ela conhece.
E às vezes, o silêncio estremece
Como se fosse a hora de passar alguém
Que só hoje não vem.


Sophia de Mello Breyner Andresen

Certas Palavras

Certas palavras não podem ser ditas
em qualquer lugar e hora qualquer.
Estritamente reservadas
para companheiros de confiança,
devem ser sacralmente pronunciadas
em tom muito especial
lá onde a polícia dos adultos
não adivinha nem alcança.

Entretanto são palavras simples:
definem
partes do corpo, movimentos, actos
do viver que só os grandes se permitem
e a nós é defendido por sentença
dos séculos.

E tudo é proibido. Então, falamos.

Carlos Drummond de Andrade

Plain White T's - 1234 (I Love U)

Fica no ouvido:-)