domingo, 2 de agosto de 2009

Rotina

Passamos pelas coisas sem as ver,
gastos, como animais envelhecidos:
se alguém chama por nós não respondemos,
se alguém nos pede amor não estremecemos,
como frutos de sombra sem sabor,
vamos caindo ao chão, apodrecidos.


Eugénio de Andrade

2 comentários:

António disse...

Triste, triste, triste, esse poema.

Rosário disse...

Sim, muito. Mas eu gosto de poemas tristes (combinam comigo!...)