Com a dor e as mortificações da vida, vamos aprendendo a arte da solidão e do silêncio. No silêncio das palavras estão os nossos maiores sentimentos.
sexta-feira, 29 de agosto de 2014
quinta-feira, 28 de agosto de 2014
Foi no mar que aprendi
Foi no mar que aprendi o gosto da forma bela
Ao olhar sem fim o sucessivo
Inchar e desabar da vaga
A bela curva luzidia do seu dorso
O longo espraiar das mãos de espuma
Ao olhar sem fim o sucessivo
Inchar e desabar da vaga
A bela curva luzidia do seu dorso
O longo espraiar das mãos de espuma
(...)
Sophia de Mello Breyner Andresen
terça-feira, 19 de agosto de 2014
Fotografia
"A fotografia é uma forma de ficção. É, ao mesmo tempo, um registo da realidade e um auto-retrato, porque só o fotógrafo vê aquilo daquela maneira."
Gérard Castello-Lopes
quinta-feira, 14 de agosto de 2014
Um poema azul e branco
Está desse lado do verão
onde manhã cedo
passam barcos, cercada pela cal.
Das dunas desertas tem a perfeição,
dos pombos o rumor,
da luz a difícil transparência
e o rigor.
passam barcos, cercada pela cal.
Das dunas desertas tem a perfeição,
dos pombos o rumor,
da luz a difícil transparência
e o rigor.
Eugénio de Andrade
segunda-feira, 11 de agosto de 2014
quarta-feira, 6 de agosto de 2014
Mar
(...)
Mar!
E quando terá fim o sofrimento!
E quando deixará de nos tentar
O teu encantamento!
E quando deixará de nos tentar
O teu encantamento!
Miguel Torga
domingo, 3 de agosto de 2014
Camané|Já não estar
Se às
vezes numa rua no lugar
eu penso
que um dia hei-de morrer
sei que
tudo o que tenho vou deixar
aqui onde
hoje estou deixo de estar
e tudo
quanto sou deixo de ser
medo da
morte não consigo ter
mas
outros mais humanos e banais
medos que
a gente tem mesmo sem querer
como o
medo que eu tenho de morrer
só por
querer viver um pouco mais
se
consigo a meu modo estar no céu
mesmo
vivendo neste chão de inverno
se apenas
sou árvore que cresceu
no espaço
e no tempo que é o meu
para que
havia eu de ser eterno
mas como
as minhas cinzas vão ficando
debaixo
de uma pedra do jardim
meu amor
tu sabes onde me encontrar
e uma
flor sobre a pedra vais deixar
de cada
vez que lembrares de mim
de cada
vez que te lembrares de mim
Manuela de Freitas
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