Termina o ano comum.
Termina o ano como
um outro qualquer. Amei
cada um dos dias que
gastei. E gostei de os
gastar. De os gostar.
E degustei as horas, as
semanas, os meses. Fui
sábio umas vezes, outras,
impaciente. (...)
Joaquim Pessoa
quinta-feira, 31 de dezembro de 2015
terça-feira, 29 de dezembro de 2015
segunda-feira, 28 de dezembro de 2015
domingo, 27 de dezembro de 2015
Faz-me espécie!
Fazem-me espécie aquelas pessoas que assistem a um espectáculo - um concerto, uma peça de teatro, um bailado... -, e não mostram a mínima emoção nem batem uma única palma. Ficam ali, de olhos pregados nos seus Smartphones, a "facebookar", completamente indiferentes ao que se está a passar em palco. Mas por que raio estas pessoas não ficam em casa? Ó criaturas parvas e irritantes!
sábado, 26 de dezembro de 2015
sexta-feira, 25 de dezembro de 2015
Natal
Outro natal,
Outra comprida noite
De consoada
Fria,
Vazia,
Bonita só de ser imaginada.
Que fique dela, ao menos,
Mais um poema breve
Recitado
Pela neve
A cair, ao de leve,
No telhado.
Outra comprida noite
De consoada
Fria,
Vazia,
Bonita só de ser imaginada.
Que fique dela, ao menos,
Mais um poema breve
Recitado
Pela neve
A cair, ao de leve,
No telhado.
Miguel Torga
quinta-feira, 24 de dezembro de 2015
Que o Natal nos leve de volta às ilusões dos dias da nossa infância!
"Aquele que não tiver o Natal no seu coração nunca o encontrará debaixo de uma árvore."
Roy L. Smith
domingo, 13 de dezembro de 2015
Não é que eu não goste do Natal...
Não gosto é deste consumismo descomedido, desta euforia delirante e oca que se vai sobrepondo aos verdadeiros valores do Natal, transformando esta época festiva numa verdadeira estafa.
quinta-feira, 10 de dezembro de 2015
Saudades
Sinto saudades de tudo que marcou a minha vida.
Quando vejo retratos, quando sinto cheiros,
quando escuto uma voz, quando me lembro do passado,
eu sinto saudades...
(...)
E é por isso que eu tenho mais saudades...
Porque encontrei uma palavra
para usar todas as vezes
em que sinto este aperto no peito,
meio nostálgico, meio gostoso,
mas que funciona melhor
do que um sinal vital
quando se quer falar de vida
e de sentimentos.
Ela é a prova inequívoca
de que somos sensíveis!
De que amamos muito
o que tivemos
e lamentamos as coisas boas
que perdemos ao longo da nossa existência...
Clarice Lispector
Quando vejo retratos, quando sinto cheiros,
quando escuto uma voz, quando me lembro do passado,
eu sinto saudades...
(...)
E é por isso que eu tenho mais saudades...
Porque encontrei uma palavra
para usar todas as vezes
em que sinto este aperto no peito,
meio nostálgico, meio gostoso,
mas que funciona melhor
do que um sinal vital
quando se quer falar de vida
e de sentimentos.
Ela é a prova inequívoca
de que somos sensíveis!
De que amamos muito
o que tivemos
e lamentamos as coisas boas
que perdemos ao longo da nossa existência...
Clarice Lispector
domingo, 6 de dezembro de 2015
Segue o teu destino
Segue o teu destino,
Rega as tuas plantas,
Ama as tuas rosas.
O resto é a sombra
De árvores alheias.
Rega as tuas plantas,
Ama as tuas rosas.
O resto é a sombra
De árvores alheias.
A realidade
Sempre é mais ou menos
Do que nós queremos.
Só nós somos sempre
Iguais a nós-próprios.
...
Sempre é mais ou menos
Do que nós queremos.
Só nós somos sempre
Iguais a nós-próprios.
...
Ricardo Reis
sábado, 5 de dezembro de 2015
sexta-feira, 4 de dezembro de 2015
quarta-feira, 2 de dezembro de 2015
Um murro no estômago das consciências adormecidas.
Oxalá todos nós que vemos, partilhamos e comentamos este vídeo tão maravilhosamente tocante e comovente tenhamos percebido a sua mensagem. É hora de despertar as nossas consciências adormecidas e "voltar para casa". Antes que seja tarde demais!
terça-feira, 1 de dezembro de 2015
segunda-feira, 30 de novembro de 2015
Tudo quanto o tempo me levou
[...]
Numa vida tão curta mudei tanto
que é com certo espanto que no espelho de manhã
distraído diviso a cara que me resta
depois de tudo quanto o tempo me levou
que é com certo espanto que no espelho de manhã
distraído diviso a cara que me resta
depois de tudo quanto o tempo me levou
Ruy Belo
domingo, 29 de novembro de 2015
sexta-feira, 27 de novembro de 2015
Silêncio que fala.
É o silêncio que incomoda e dói. É o silêncio que nos suspende. E queremos gritar, mas o grito desvanece-se na garganta transformando-se num imenso vazio.
quinta-feira, 26 de novembro de 2015
Mariza|Melhor de Mim
Hoje a semente que dorme na terra
E se esconde no escuro que encerra
Amanhã nascerá uma flor
Ainda que a esperança da luz seja escassa
A chuva que molha e passa
Vai trazer numa gota amor
Também eu vou em busca da luz
Saio daqui onde a sombra seduz
Também eu estou à espera de mim
Algo me diz que a tormenta passará
É preciso perder pra depois se ganhar
E mesmo sem ver, acreditar
É a vida que segue e não espera pela gente
Cada passo que dermos em frente
Caminhando sem medo de errar
Creio que a noite sempre se tornará dia
E o brilho que o sol irradia
Há-de sempre me iluminar
Quebro as algemas neste meu lamento
Se renasço a cada momento meu destino na vida é maior
Também eu vou em busca da luz
Saio daqui onde a sombra seduz
Também eu estou à espera de mim
Algo me diz que a tormenta passará
É preciso perder pra depois se ganhar
E mesmo sem ver, acreditar
É a vida que segue e não espera pela gente
Cada passo que dermos em frente
Caminhando sem medo de errar
Creio que a noite sempre se tornará dia
E o brilho que o sol irradia há-de sempre me iluminar
Sei que o melhor de mim está por chegar
Sei que o melhor de mim está por chegar
Sei que o melhor de mim está por chegar
(AC Firmino/Tiago Machado)
(AC Firmino/Tiago Machado)
terça-feira, 24 de novembro de 2015
Da falta de vergonha na cara.
Se a hipocrisia e a falta de vergonha na cara dos nossos políticos pagassem impostos, tínhamos o problema da dívida pública resolvido e ainda nos sobravam uns trocos.
segunda-feira, 23 de novembro de 2015
domingo, 22 de novembro de 2015
sábado, 21 de novembro de 2015
Eu (também) vejo televisão e cresci com ela.
«Eu vejo televisão. Peço desculpa. Sei que me ficaria melhor dizer: eu não vejo televisão. Que é o que dizem os nossos amigos e conhecidos que têm três livros nas estantes, um deles oferecido por um semanário. Eu vejo televisão e cresci com ela. Com o Vasco Granja, o “Domingo Desportivo”, “O Tal Canal”, “O Sítio do Pica-Pau Amarelo”, o “MacGyver”, o “Allô Allô!”, o “Eu Show Nico”, o “Era uma Vez o Espaço”, o “Roque Santeiro”, o “Dartacão”, o “Cheers, Aquele Bar”, o “Modelo e Detective”, a “Rua Sésamo”, o “Alf”, os “Três Duques” e “O Barco do Amor”. E com a “Roda da Sorte”, essa missa humorística diária, hilariante concurso sem interesse nenhum que acabou com o instante mais livre da televisão portuguesa e provavelmente mundial: aquele em que Herman enfiou uns quantos balázios no estúdio. Ah e também cresci com os anúncios do Boca Doce, da Mokambo e da Regisconta. Sei que não estou sozinho nisto.»
Nuno Costa Santos no observador.
quinta-feira, 19 de novembro de 2015
terça-feira, 17 de novembro de 2015
domingo, 15 de novembro de 2015
Urgentemente
É urgente o amor
É urgente um barco no mar
É urgente destruir certas palavras,
ódio, solidão e crueldade,
alguns lamentos, muitas espadas.
É urgente inventar alegria,
multiplicar os beijos, as searas,
é urgente descobrir rosas e rios
e manhãs claras.
Cai o silêncio nos ombros e a luz
impura, até doer.
É urgente o amor, é urgente
permanecer.
Eugénio de Andrade
É urgente um barco no mar
É urgente destruir certas palavras,
ódio, solidão e crueldade,
alguns lamentos, muitas espadas.
É urgente inventar alegria,
multiplicar os beijos, as searas,
é urgente descobrir rosas e rios
e manhãs claras.
Cai o silêncio nos ombros e a luz
impura, até doer.
É urgente o amor, é urgente
permanecer.
Eugénio de Andrade
sábado, 14 de novembro de 2015
Liberté
[...]
Sur toute chair accordée
Sur le front de mes amis
Sur chaque main qui se tend
J’écris ton nom
Sur le front de mes amis
Sur chaque main qui se tend
J’écris ton nom
Sur la vitre des surprises
Sur les lèvres attentives
Bien au-dessus du silence
J’écris ton nom
Sur les lèvres attentives
Bien au-dessus du silence
J’écris ton nom
Sur mes refuges détruits
Sur mes phares écroulés
Sur les murs de mon ennui
J’écris ton nom
Sur mes phares écroulés
Sur les murs de mon ennui
J’écris ton nom
Sur l’absence sans désir
Sur la solitude nue
Sur les marches de la mort
J’écris ton nom
Sur la solitude nue
Sur les marches de la mort
J’écris ton nom
Sur la santé revenue
Sur le risque disparu
Sur l’espoir sans souvenir
J’écris ton nom
Sur le risque disparu
Sur l’espoir sans souvenir
J’écris ton nom
Et par le pouvoir d’un mot
Je recommence ma vie
Je suis né pour te connaître
Pour te nommer
Je recommence ma vie
Je suis né pour te connaître
Pour te nommer
Liberté.
Paul Eluard
quinta-feira, 12 de novembro de 2015
quarta-feira, 11 de novembro de 2015
domingo, 8 de novembro de 2015
quarta-feira, 4 de novembro de 2015
O que (me) custa
O que custa com o passar dos anos, não são as rugas, nem os cabelos brancos, nem as mazelas ou constrangimentos típicos da idade. Não, o que custa de verdade, é perder as pessoas que amamos (e eu já perdi tantas, meu Deus!...)
terça-feira, 3 de novembro de 2015
segunda-feira, 2 de novembro de 2015
sábado, 31 de outubro de 2015
Lembrança
...
Coisa esquisita é esta da lembrança!
Na maior noite,
na maior solidão,
sem a tua presença verdadeira,
e eu vejo no teu rosto o teu desgosto,
e um ramo de flores, que não existe, cheira!
Na maior noite,
na maior solidão,
sem a tua presença verdadeira,
e eu vejo no teu rosto o teu desgosto,
e um ramo de flores, que não existe, cheira!
Miguel Torga
segunda-feira, 26 de outubro de 2015
Hello*
*Impossível ouvir "Hello" e não responder de imediato:
"Is it me you're looking for?"
"Is it me you're looking for?"
Ah! Outra coisa! O meu telemóvel é anacrónico como o da Adele:-)))
domingo, 25 de outubro de 2015
Nostalgia
A pequena flor
só que além nasceu
sonhou ser maior:
nada lhe valeu...
Na cova esquecida,
sol que desejou
não a bafejou,
bastarda da vida...
E era flor ou gente?
Esquecida imperfeita
numa dor silente
ali jaz desfeita!
só que além nasceu
sonhou ser maior:
nada lhe valeu...
Na cova esquecida,
sol que desejou
não a bafejou,
bastarda da vida...
E era flor ou gente?
Esquecida imperfeita
numa dor silente
ali jaz desfeita!
António Salvado
sábado, 24 de outubro de 2015
quarta-feira, 21 de outubro de 2015
domingo, 18 de outubro de 2015
Chuva
As coisas vulgares que há na vida
Não deixam saudade
Só as lembranças que doem
Ou fazem sorrir
Há gente que fica na história
Da história da gente
E outras de quem nem o nome
Lembramos ouvir
...
sexta-feira, 16 de outubro de 2015
quinta-feira, 15 de outubro de 2015
As coisas simples não se encontram no curso previsível da vida
Nunca são as coisas mais simples que aparecem
quando as esperamos. O que é mais simples,
como o amor, ou o mais evidente dos sorrisos, não se
encontra no curso previsível da vida.
quando as esperamos. O que é mais simples,
como o amor, ou o mais evidente dos sorrisos, não se
encontra no curso previsível da vida.
(...)
Nuno Júdice
terça-feira, 13 de outubro de 2015
A vergonha de não ter vergonha na cara
Neste triste país, o desplante de alguns políticos (e não só!), parece não ter limites para a falta de vergonha.
segunda-feira, 12 de outubro de 2015
I wasn't expecting that
It was only a smile
But my heart it went wild
I wasn't expecting that
Just a delicate kiss
Anyone could've missed
I wasn't expecting that
...
domingo, 11 de outubro de 2015
Sempre existe outro dia
Ainda bem que sempre existe outro dia.
E outros sonhos.
E outros risos.
E outras pessoas.
E outras coisas.
E outros sonhos.
E outros risos.
E outras pessoas.
E outras coisas.
Clarice Lispector
sábado, 10 de outubro de 2015
sexta-feira, 9 de outubro de 2015
Perfeição
A perfeição nasce do eco dos teus passos,
E a tua presença acorda a plenitude
A que as coisas tinham sido destinadas.
E a tua presença acorda a plenitude
A que as coisas tinham sido destinadas.
Sophia de Mello Breyner Andresen
quinta-feira, 8 de outubro de 2015
quarta-feira, 7 de outubro de 2015
segunda-feira, 28 de setembro de 2015
Além Do Que Se Vê
Moça, olha só o que eu te escrevi
É preciso força pra sonhar e perceber
Que a estrada vai além do que se vê
...
Marcelo Camelo
É preciso força pra sonhar e perceber
Que a estrada vai além do que se vê
...
Marcelo Camelo
quinta-feira, 24 de setembro de 2015
Pudesse Eu
Pudesse eu não ter laços nem limites
Ó vida de mil faces transbordantes
Para poder responder aos teus convites
Suspensos na surpresa dos instantes!
Ó vida de mil faces transbordantes
Para poder responder aos teus convites
Suspensos na surpresa dos instantes!
Sophia de Mello Breyner Andresen
quarta-feira, 23 de setembro de 2015
Homem Irracional
Um filme inquietante e perturbador - perverso, até! -, que nos coloca perante dilemas éticos e morais aos quais é impossível ficar indiferente. A não perder. Mesmo!
terça-feira, 22 de setembro de 2015
Reality
...
Decisions as I go, to anywhere I flow.
Sometimes I belive, a time where we should know.
I can't fly high, I can't go long.
Today I got a million, Tomorrow, I don't know.
Make me feel the warm, make me feel the cold.
It's written in our story, it's written on the walls.
This is our call, we rise and we fall.
Dancin' in the moonlight, don't we have it all?
segunda-feira, 21 de setembro de 2015
sexta-feira, 18 de setembro de 2015
Silêncio
Assim como do fundo da música
brota uma nota
que enquanto vibra cresce e se adelgaça
até que noutra música emudece,
brota do fundo do silêncio
outro silêncio, aguda torre, espada,
e sobe e cresce e nos suspende
e enquanto sobe caem
recordações, esperanças,
as pequenas mentiras e as grandes,
e queremos gritar e na garganta
o grito se desvanece:
desembocamos no silêncio
onde os silêncios emudecem.
brota uma nota
que enquanto vibra cresce e se adelgaça
até que noutra música emudece,
brota do fundo do silêncio
outro silêncio, aguda torre, espada,
e sobe e cresce e nos suspende
e enquanto sobe caem
recordações, esperanças,
as pequenas mentiras e as grandes,
e queremos gritar e na garganta
o grito se desvanece:
desembocamos no silêncio
onde os silêncios emudecem.
Octavio Paz
quinta-feira, 17 de setembro de 2015
Persistência vs teimosia
Algumas pessoas confundem persistência com teimosia. Mas não é bem a mesma coisa. Ser persistente é ter a mente aberta, é não desistir perante os obstáculos, é procurar alternativas válidas, percebendo quando mudar e como mudar. Já a teimosia é outra coisa. Ser teimoso é ser intransigente, é não ouvir as opiniões de terceiros, é ser tacanho de ideias, é ser do contra pelo simples prazer de contrariar! Basicamente, o teimoso não passa de uma criatura arrogante e caprichosa. Só ele é que não vê isso. Lá está, porque é teimoso...
segunda-feira, 14 de setembro de 2015
domingo, 13 de setembro de 2015
O meu olhar é nítido como um girassol
O meu olhar é nítido como um girassol.
Tenho o costume de andar pelas estradas
Olhando para a direita e para a esquerda,
E de vez em quando olhando para trás...
E o que vejo a cada momento
É aquilo que nunca antes eu tinha visto,
E eu sei dar por isso muito bem...
(...)
Alberto Caeiro
sexta-feira, 11 de setembro de 2015
Nada dizer, apenas sentir.
Há momentos em que, por mais que procuremos as palavras certas, elas (as palavras!) parecem não servir. Então, nada dizemos, apenas sentimos.
quinta-feira, 10 de setembro de 2015
quarta-feira, 9 de setembro de 2015
terça-feira, 8 de setembro de 2015
A espera do silêncio
...
Para me acostumar
à tua intermitente ausência
ensinei às timbilas
a espera do silêncio
à tua intermitente ausência
ensinei às timbilas
a espera do silêncio
Mia Couto
domingo, 6 de setembro de 2015
sexta-feira, 4 de setembro de 2015
terça-feira, 1 de setembro de 2015
[September morning still can make me feel that way...]
...
September morn
We danced until the night
Became a brand new day
Two lovers playing scenes
From some romantic play
September morning
Still can make me feel that way
...
We danced until the night
Became a brand new day
Two lovers playing scenes
From some romantic play
September morning
Still can make me feel that way
...
segunda-feira, 31 de agosto de 2015
domingo, 30 de agosto de 2015
quinta-feira, 27 de agosto de 2015
sábado, 15 de agosto de 2015
quinta-feira, 13 de agosto de 2015
Até amanhecer
um resto de imortalidade
nos fosse dado a beber,
e toda a música da terra,
toda a música do céu fosse nossa,
nos fosse dado a beber,
e toda a música da terra,
toda a música do céu fosse nossa,
até ao fim do mundo,
até amanhecer.
até amanhecer.
Eugénio de Andrade
domingo, 2 de agosto de 2015
quarta-feira, 29 de julho de 2015
segunda-feira, 27 de julho de 2015
Cais
Para quem quer se soltar invento o cais
Invento mais que a solidão me dá
Invento lua nova a clarear
Invento o amor e sei a dor de encontrar
Eu queria ser feliz
Invento o mar
Invento em mim o sonhador
...
domingo, 26 de julho de 2015
O meu avô António
Gostava muito dos meus avós, mas sempre tive um carinho muito especial pelo meu avô António (pai do meu pai). O meu avô António morreu há 25 anos mas não há dia que não me lembre dele. Lembro-me da sua figura franzina, cabelos brancos e fartos, sempre de cigarro Kentucky na mão. Lembro-me das histórias que nos contava sobre a vida difícil que teve, e que ele transformava em autênticas histórias de aventura e suspense. Lembro-me do seu sentido de humor e de como fazia rir todos à sua volta. Lembro-me do orgulho que ele sentia por ter uma neta professora e de como fazia questão de o dizer a toda a gente. Lembro-me de tudo, avô. Lembro-me de ti todos os dias.
sexta-feira, 24 de julho de 2015
quinta-feira, 23 de julho de 2015
Pensar de pernas para o ar
Que bom é pensar em outras coisas
e olhar para as coisas noutra posição
as coisas sérias que cómicas que são
com o céu para baixo e para cima o chão
Manuel António Pina
e olhar para as coisas noutra posição
as coisas sérias que cómicas que são
com o céu para baixo e para cima o chão
Manuel António Pina
quarta-feira, 22 de julho de 2015
A Insatisfação (nunca me abandona).
...
Quase nada
(experimento o céu de negro que há de norte a sul
nunca me conforma
(prometo-me a mim mesma mais de céu azul)
a insatisfação
(temo que haja pouco pra me contentar)
nunca me abandona
(mas nada me impede de tentar)
...
terça-feira, 21 de julho de 2015
sábado, 18 de julho de 2015
Lugares que voam dentro de nós
"Os lugares não se comparam. Como as pessoas, cada um deles acontece num momento único, numa única e irrepetível vida...”
Mia Couto
segunda-feira, 13 de julho de 2015
30 anos
Como é possível que já tenham passado 30 anos sobre o Live Aid? 30 anos??? É que parece que foi "ontem"!... Tou mesmo velhota:-(
sexta-feira, 10 de julho de 2015
quarta-feira, 8 de julho de 2015
terça-feira, 7 de julho de 2015
Mais Ninguém
Mesmo que não venha mais ninguém
Ficamos só eu e você
Fazemos a festa
Somos do mundo
Sempre fomos bons de conversar
...
domingo, 5 de julho de 2015
quinta-feira, 2 de julho de 2015
quarta-feira, 1 de julho de 2015
Moras dentro, sem deus nem adeus.
Se partiste, não sei.
Porque estás,
tanto quanto sempre estiveste.
Essa tua,
tão nossa, presença
enche de sombra a casa
como se criasse,
dentro de nós,
uma outra casa.
No silêncio distraído
de uma varanda
que foi o teu único castelo,
ecoam ainda os teus passos
feitos não para caminhar
mas para acariciar o chão.
Nessa varanda te sentas
nesse tão delicado modo de morrer
como se nos estivesse ensinando
um outro modo de viver.
Se o passo é tão celeste
a viagem não conta
senão pelo poema que nos veste.
Os lugares que buscaste
não têm geografia.
São vozes, são fontes,
rios sem vontade de mar,
tempo que escapa da eternidade.
Moras dentro,
sem deus nem adeus.
Mia Couto
sexta-feira, 26 de junho de 2015
segunda-feira, 22 de junho de 2015
Camané, O Homem do Leme
...
No fundo horizonte
sopra o murmúrio para onde vai.
No fundo do tempo
foge o futuro, é tarde demais...
E uma vontade de rir nasce do fundo do ser.
E uma vontade de ir, correr o mundo e partir,
a vida é sempre a perder...
sopra o murmúrio para onde vai.
No fundo do tempo
foge o futuro, é tarde demais...
E uma vontade de rir nasce do fundo do ser.
E uma vontade de ir, correr o mundo e partir,
a vida é sempre a perder...
Tempo
Se corre devagar o tempo, e o tempo
não corre, em que relógio contarei
os segundos que se demoram quando as
horas se precipitam, ou o amanhã
não corre, em que relógio contarei
os segundos que se demoram quando as
horas se precipitam, ou o amanhã
que nunca mais chega neste hoje
que já passou? Mas o tempo só o é
quando o perdemos; e ao ver que
é tarde, não se volta atrás, nem
as voltas que o tempo dá o voltam
a fazer andar. Por isso é que o tempo
nos dá tempo para o ter, se ainda
houver tempo; e se tivermos de o perder,
nenhum tempo contará o tempo que se
gastou para saber o que se perdeu, ou ganhou.
Nuno Júdice
que já passou? Mas o tempo só o é
quando o perdemos; e ao ver que
é tarde, não se volta atrás, nem
as voltas que o tempo dá o voltam
a fazer andar. Por isso é que o tempo
nos dá tempo para o ter, se ainda
houver tempo; e se tivermos de o perder,
nenhum tempo contará o tempo que se
gastou para saber o que se perdeu, ou ganhou.
Nuno Júdice
domingo, 21 de junho de 2015
Tarde
O que eu queria dizer-te nesta tarde
Nada tem de comum com as gaivotas
Nada tem de comum com as gaivotas
Sophia de Mello Breyner Andresen
sexta-feira, 19 de junho de 2015
A noite poisa
Devagar no jardim a noite poisa
E o bailado dos seus passos
Liberta a minha alma dos seus laços,
Como se de novo fosse criada cada coisa.
E o bailado dos seus passos
Liberta a minha alma dos seus laços,
Como se de novo fosse criada cada coisa.
Sophia de Mello Breyner Andresen
quarta-feira, 17 de junho de 2015
terça-feira, 16 de junho de 2015
segunda-feira, 15 de junho de 2015
domingo, 14 de junho de 2015
Intacta Memória
Intacta memória – se eu chamasse
Uma por uma as coisas que adorei
Talvez que a minha vida regressasse
Vencida pelo amor com que a lembrei.
Uma por uma as coisas que adorei
Talvez que a minha vida regressasse
Vencida pelo amor com que a lembrei.
SOPHIA DE MELLO BREYNER ANDRESEN
quarta-feira, 10 de junho de 2015
Mudam-se os Tempos, Mudam-se as Vontades
Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
Muda-se o ser, muda-se a confiança:
Todo o mundo é composto de mudança,
Tomando sempre novas qualidades.
Continuamente vemos novidades,
Diferentes em tudo da esperança:
Do mal ficam as mágoas na lembrança,
E do bem (se algum houve) as saudades.
O tempo cobre o chão de verde manto,
Que já coberto foi de neve fria,
E em mim converte em choro o doce canto.
E afora este mudar-se cada dia,
Outra mudança faz de mor espanto,
Que não se muda já como soía.
Luís Vaz de Camões
Muda-se o ser, muda-se a confiança:
Todo o mundo é composto de mudança,
Tomando sempre novas qualidades.
Continuamente vemos novidades,
Diferentes em tudo da esperança:
Do mal ficam as mágoas na lembrança,
E do bem (se algum houve) as saudades.
O tempo cobre o chão de verde manto,
Que já coberto foi de neve fria,
E em mim converte em choro o doce canto.
E afora este mudar-se cada dia,
Outra mudança faz de mor espanto,
Que não se muda já como soía.
Luís Vaz de Camões
domingo, 7 de junho de 2015
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