sábado, 6 de maio de 2023

A palhaçada das Provas de Aferição

Ontem, os meus alunos do 2.º ano realizaram as Provas de Aferição de Educação Artística e Educação Física. Quanto à Educação Física, no geral, correu bem, os miúdos gostaram. Quanto à Educação Artística, bem, só visto!... Basta só dizer que uma das tarefas que os alunos tinham de fazer na  1.ª parte da Prova era imitar,  com gestos e sons (?!!), os seguintes animais: uma minhoca, um morcego, uma aranha, um escaravelho, uma toupeira e um sapo cego! Tudo animais que os alunos conhecem muito bem e com os quais estão familiarizados, como se vê... Até o pobre do sapo tinha de ser cego, coitado... Anedótico! Na 2.ª parte da Prova, os alunos, tinham de construir, amarrotando folhas de papel branco, uma criatura chamada Dragato (?), decorá-lo usando diferentes materiais, pintá-lo, atribuir-lhe um superpoder e descrever como a criatura vai usar esse superpoder. Tudo isto em 30 minutos! O que eu gostava mesmo era de ver os iluminados que inventam estas provas a realizá-las também e a serem classificados pelo seu desempenho. Isso é que era! E que dizer desta ideia estapafúrdia da realização das Provas de Português e Matemática do 2.º ano em suporte digital? Inacreditável! Mas porquê esta obsessão do Governo pelo digital no Ensino, obrigando os professores a ser técnicos de informática (que não são!), sobrecarregando-os de trabalho burocrático em dezenas de plataformas digitais? E porquê sujeitar crianças tão pequenas - algumas mal sabem ler e escrever, quanto mais dominarem as competências digitais! -, a toda esta pressão das Provas que, no fim de contas, não servem para nada, nem interferem na sua  avaliação? Chamem-me antiquada, tradicionalista, não quero saber, esta tirania do digital revolta-me e é um dos motivos porque estou cada vez mais farta disto tudo. Provas de Aferição (digitais) no 2.º ano, não!

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