sábado, 27 de setembro de 2008
terça-feira, 23 de setembro de 2008
'BORA' AÍ CONFESSAR UNS PECADOS PARA A TV
segunda-feira, 22 de setembro de 2008
Quando eu nasci
ficou tudo como estava.
Nem homens cortaram veias,
nem o sol escureceu,
nem houve Estrelas a mais...
Somente,
esquecida das dores,
a minha Mãe sorriu e agradeceu.
Quando eu nasci,
não houve nada de novo
senão eu.
As nuvens não se espantaram,
não enlouqueceu ninguém...
Pra que o dia fosse enorme,
bastava
toda a ternura que olhava
nos olhos de minha mãe...
domingo, 21 de setembro de 2008
CAMANÉ - Um concerto memorável!
Camané - Quadras
O amor, quando se revela,
Não se sabe revelar.
Sabe bem olhar p´ra ela,
Mas não lhe sabe falar.
Quem quer dizer o que sente
Não sabe o que há-de dizer.
Fala: parece que mente...
Cala: parece esquecer...
Ah, mas se ela adivinhasse,
Se pudesse ouvir o olhar,
E se um olhar lhe bastasse
P´ra saber que a estão a amar!
Mas quem sente muito, cala;
Quem quer dizer quanto sente
Fica sem alma nem fala,
Fica só, inteiramente!
Fernando Pessoa
CAMANÉ - Sei De Um Rio
Sei de um rio
sei de um rio
em que as únicas estrelas
nele sempre debruçadas
são as luzes da cidade
Sei de um rio
sei de um rio
rio onde a própria mentira
tem o sabor da verdade
sei de um rio
Meu amor dá-me os teus lábios
dá-me os lábios desse rio
que nasceu na minha sede
mas o sonho continua
E a minha boca até quando
ao separar-se da tua
vai repetindo e lembrando
sei de um rio
sei de um rio
E a minha boca até quando
ao separar-se da tua
vai repetindo e lembrando
sei de um rio
sei de um rio
Sei de um rio
até quando
Pedro Homem de Mello
Lembra-te Sempre De Mim
Que na música de um fado
A noite não tenha fim
-lembra-te logo de mim !
-lembra-te logo de mim!
Se o passado
De repente
Mais presente
Que o presente
Te falar também assim
-lembra-te logo de mim!
-lembra-te logo de mim!
Se a chuva no teu telhado
Repetir o mesmo fado
E a noite não tiver fim
-lembra-te sempre de mim !
-lembra-te sempre de mim !
O dia não tem sentido
Quando estás longe de mim...
Se o dia não tem sentido
Que a noite não tenha fim!
Que a noite não tenha fim!
O dia não tem sentido
Quando estás longe de mim...
Se o dia não tem sentido
Qua a noite não tenha fim!
Se a chuva no teu telhado
Repetir o mesmo fado
E anoite não tiver fim
-lembra-te sempre de mim!
-lembra-te sempre de mim!
-lembra-te sempre de mim!
-lembra-te sempre de mim!
David Mourão Ferreira
Este Silêncio
Que não sei de onde é que vem
Nem sei se lhe chamam fado
Ou que outro nome é que tem
Se canto, não me dói tanto
O coração, magoado
Mas há em tudo o que canto
Este silêncio pesado
Não é mágoa nem saudade
Nem é pena de ninguém
O silêncio que me invade
E não sei de onde é que vem
Silêncio que anda comigo
E que mesmo sem eu querer
Diz através do que eu digo
O que eu não posso dizer
Este silêncio pesado
Que me suspende e sustém
Não sei se lhe chamam fado
Ou que outro nome é que tem
Se com palavras se veste
A alegria e pranto
Então que silêncio é este
Qua há em tudo o que eu canto
Manuela de Freitas
quarta-feira, 17 de setembro de 2008
Desabafo...
André Sardet - Adivinha o quanto gosto de ti
Hoje, andei com isto a "martelar-me" o dia todo na cabeça :-)
segunda-feira, 15 de setembro de 2008
A Ilusão antes da Realidade
domingo, 14 de setembro de 2008
Chove
Chove e de vez em quando faz um vento frio...
Estou triste, muito triste, como se o dia fosse eu.
N'um dia no meu futuro em que chova assim também
E eu, à janella, de repente me lembre do dia de hoje,
Pensarei eu «ah n'esse tempo eu era mais feliz»
Ou pensarei «ah, que tempo triste foi aquele»!
Ah, meu Deus, eu que pensarei d'este dia n'esse dia
E o que serei, de que forma; o que me será o passado que
é hoje só presente?...
O ar está mais desagasalhado, mais frio, mais triste
E há uma grande dúvida de chumbo no meu coração...
Álvaro de Campos
Mais um ano lectivo...
O Poema
Quando eu não for a habitação do tempo
E passarei sozinha
Entre as mãos de quem lê
O poema alguém o dirá
Às searas
Sua passagem se confundirá
Com o rumor do mar com o passar do vento
O poema habitará
O espaço mais concreto e mais atento
No ar claro nas tardes transparentes
Suas sílabas redondas
(Ó antigas ó longas
Eternas tardes lisas)
Mesmo que eu morra o poema encontrará
Uma praia onde quebrar as suas ondas
E entre quatro paredes densas
De funda e devorada solidão
Alguém seu próprio ser confundirá
Com o poema no tempo
Sophia de Mello Breyner
sábado, 13 de setembro de 2008
Savage Garden - I Knew I Loved You
I Knew I loved you before I met you
I tinhk I dreamed you into my life
I Knew I loved you before I met You
I have been waiting all my life
sexta-feira, 12 de setembro de 2008
Tenho tanto sentimento
Que é frequente persuadir-me
De que sou sentimental,
Mas reconheço, ao medir-me,
Que tudo isso é pensamento,
Que não senti afinal.
Temos, todos que vivemos,
Uma vida que é vivida
E outra vida que é pensada,
E a única vida que temos
É essa que é dividida
Entre a verdadeira e a errada.
Qual porém é a verdadeira
E qual errada, ninguém
Nos saberá explicar;
E vivemos de maneira
Que a vida que a gente tem
É a que tem que pensar.
Fernando Pessoa
quinta-feira, 11 de setembro de 2008
WALL.E
Eles não são fotogénicos
Paulo Martins no JN de hoje
terça-feira, 9 de setembro de 2008
Chumbos no básico e secundário atingiram este ano o valor mais baixo da última década.
via blogue dos marretas
Os Pais e as listas de material escolar...
- Caderno pautado A4
- Caneta azul
- Borracha
- Afia
- Régua
- Tesoura
- Compasso
- Dicionário
- Lápis de cor
segunda-feira, 8 de setembro de 2008
Mar de Mágoa...
Pensamento do dia...
domingo, 7 de setembro de 2008
Gotan Project - Santa Maria (Del Buen Ayre)
Quem conhece, enjoy it, quem não conhece, ouça com atenção! Eu gosto muito:-)
sexta-feira, 5 de setembro de 2008
Desacordo ou desencontro?
Ele diz que nós «discordamos» muitas vezes. Não é verdade; temos quase sempre opiniões parecidas. Acontece que ele é sentimental em matérias em que eu sou frio. E ele é frio em matérias em que eu sou sentimental. Não é um desacordo, é um desencontro.
quarta-feira, 3 de setembro de 2008
Nostalgias...
Se tu viesses ver-me hoje à tardinha...
A essa hora dos mágicos cansaços,
Quando a noite de manso se avizinha,
E me prendesses toda nos teus barcos...
Quando me lembra: esse sabor que tinha
A tua boca... o eco dos teus passos...
O teu riso de fonte... os teus abraços...
Os teus beijos... a tua mão na minha...
Se tu viesses quando, linda e louca,
Traça as linhas dulcíssimas dum beijo
E é de seda vermelha e canta e ri
E é como um cravo ao sol a minha boca...
Quando os olhos se me cerram de desejo...
E os meus braços se estendem para ti...
Florbela Espanca
terça-feira, 2 de setembro de 2008
segunda-feira, 1 de setembro de 2008
Pequena elegia de Setembro
mas deve haver um caminho
para regressar da morte.
Estás sentada no jardim,
as mãos no regaço cheias de doçura,
os olhos pousados nas últimas rosas
dos grandes e calmos dias de Setembro.
Que música escutas tão atentamente
que não dás por mim?
Que bosque, ou rio, ou mar?
Ou é dentro de ti
que tudo canta ainda?
Queria falar contigo,
dizer-te apenas que estou aqui,
mas tenho medo,
medo que toda a música cesse
e tu não possas mais olhar as rosas.
Medo de quebrar o fio
com que teces os dias sem memória.
Com que palavras
ou beijos ou lágrimas
se acordam os mortos sem os ferir,
sem os trazer a esta espuma negra
onde corpos e corpos se repetem
parcimoniosamente, no meio de sombras?
Deixa-te estar assim,
ó cheia de doçura,
sentada, olhando as rosas,
e tão alheia
que nem dás por mim.
Eugénio de Andrade