segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Enquanto um de nós estiver vivo, seremos sempre cinco...


na hora de pôr a mesa, éramos cinco:
o meu pai, a minha mãe, as minhas irmãs
e eu. depois, a minha irmã mais velha
casou-se. depois, a minha irmã mais nova
casou-se. depois, o meu pai morreu. hoje,
na hora de pôr a mesa, somos cinco,
menos a minha irmã mais velha que está
na casa dela, menos a minha irmã mais
nova que está na casa dela, menos o meu
pai, menos a minha mãe viuva. cada um
deles é um lugar vazio nesta mesa onde
como sozinho. mas irão estar sempre aqui.
na hora de pôr a mesa, seremos sempre cinco.
enquanto um de nós estiver vivo, seremos
sempre cinco.


José Luís Peixoto

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Mimosas


Adoro mimosas! Gosto da cor e do cheiro. Lembro-me que, em criança, os montes da minha aldeia, por esta altura, cobriam-se de amarelo, anunciando que a Primavera estava quase a chegar! Hoje, já quase não não há mimosas. Os montes estão despidos. Apenas alguns pinheiros e eucaliptos vão sobrevivendo aos incêndios que, ano após ano, vão devastando a nossa floresta. Enfim, tal como tudo na vida, nada permanece igual, tudo muda. Menos as recordações, essas ficam connosco, para sempre! Como o cheiro intenso e forte das mimosas que enfeitavam os montes da aldeia da minha infância...

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Carnaval (português): é muito horror junto para um país tão pequeno...

Haverá coisa mais deprimente do que este Carnaval luso feio, frio e, principalmente, artificial?
Ah! E já agora, uma vez que as providências cautelares estão (tão) na moda, por que não uma que impeça tão deprimente espectáculo, hem?... Eu apoiava a 100%!

domingo, 14 de fevereiro de 2010

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Assim vai o ensino...

... do eduquês!
Muito bom este texto. Não podia estar mais de acordo com tudo o que aqui é dito. Leiam, s.f.f.

Invictus*

Out of the night that covers me
Black as the pit from pole to pole
I thank whatever gods may be
For my unconquerable soul

In the fell clutch of circumstance
I have not vinced nor cried aloud
Under the bludgeonings of chance
My head is bloody, but unbowed

Beyond these place of wrath and tears
Looms but the Horror of the shade
And yet the menace of the years
Finds and shall find me unafraid

It matters not how strait the gate
How charged with punishements the scroll
I am the master of my fate
I am the captain of my soul


William Henley


* A propósito do filme Invictus, não resisto a deixar aqui o poema (belíssimo!) que lhe deu título. Ouvi-lo pela voz de Morgan Freeman é simplesmente maravilhoso e comovente! Lindo, lindo, lindo...

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Prioridades...

A minha escola tem banda larga e portáteis (os famosos Magalhães!), mas não tem verbas para expediente e limpeza.

A boa educação...

Faz parte da boa educação pedir desculpa quando, por qualquer razão, chegamos atrasados a determinado compromisso. Eu, pelo menos, costumo fazê-lo. Por isso, quando me obrigam a esperar quase 3 horas por uma consulta médica, acho que um simples "Peço desculpa pelo atraso" não lhe ficaria nada mal, pois não Sr. Doutor?...

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

A "cultura da felicidade"...

Como me irrita esta cultura da felicidade e do ser positivo a todo o custo, quaisquer que sejam as adversidades da vida. Irrita-me esta obrigação de andar sempre bem disposta, de sorriso nos lábios, caso contrário, lá vem a frase da praxe: "Andas tão em baixo!... É preciso ser positiva!...". E ficam ali, a debitarem-nos frases de auto-ajuda, ocas e irritantes, como se estar triste fosse "crime" e a tristeza não fizesse parte da vida. Mas faz, porra! E nem sempre a fraqueza que se sente quer dizer que a gente não é forte, pelo contrário!... Significa, apenas, que somos humanos! Ou não será assim?...