quarta-feira, 31 de dezembro de 2014
terça-feira, 30 de dezembro de 2014
segunda-feira, 29 de dezembro de 2014
domingo, 28 de dezembro de 2014
Ponha a mão no ar!
Quem já não suporta mais ver/ouvir os anúncios das operadoras de televisão e internet (Meo, Nos, Vodafone...). Porra, é que já não se aguenta!
sexta-feira, 26 de dezembro de 2014
quinta-feira, 25 de dezembro de 2014
Poema de Natal
Para isso fomos feitos:
Para lembrar e ser lembrados
Para chorar e fazer chorar
Para enterrar os nossos mortos —
Por isso temos braços longos para os adeuses
Mãos para colher o que foi dado
Dedos para cavar a terra.
Assim será nossa vida:
Uma tarde sempre a esquecer
Uma estrela a se apagar na treva
Um caminho entre dois túmulos —
Por isso precisamos velar
Falar baixo, pisar leve, ver
A noite dormir em silêncio.
Não há muito o que dizer:
Uma canção sobre um berço
Um verso, talvez de amor
Uma prece por quem se vai —
Mas que essa hora não esqueça
E por ela os nossos corações
Se deixem, graves e simples.
Pois para isso fomos feitos:
Para a esperança no milagre
Para a participação da poesia
Para ver a face da morte —
De repente nunca mais esperaremos...
Hoje a noite é jovem; da morte, apenas
Nascemos, imensamente.
Vinicius de Moraes
Para lembrar e ser lembrados
Para chorar e fazer chorar
Para enterrar os nossos mortos —
Por isso temos braços longos para os adeuses
Mãos para colher o que foi dado
Dedos para cavar a terra.
Assim será nossa vida:
Uma tarde sempre a esquecer
Uma estrela a se apagar na treva
Um caminho entre dois túmulos —
Por isso precisamos velar
Falar baixo, pisar leve, ver
A noite dormir em silêncio.
Não há muito o que dizer:
Uma canção sobre um berço
Um verso, talvez de amor
Uma prece por quem se vai —
Mas que essa hora não esqueça
E por ela os nossos corações
Se deixem, graves e simples.
Pois para isso fomos feitos:
Para a esperança no milagre
Para a participação da poesia
Para ver a face da morte —
De repente nunca mais esperaremos...
Hoje a noite é jovem; da morte, apenas
Nascemos, imensamente.
Vinicius de Moraes
quarta-feira, 24 de dezembro de 2014
terça-feira, 23 de dezembro de 2014
domingo, 21 de dezembro de 2014
sábado, 20 de dezembro de 2014
quarta-feira, 17 de dezembro de 2014
Christmas Lights
(...)
Oh, Christmas lights
Light up the street
Light up the fireworks in me
May all your troubles soon be gone
Those Christmas lights, keep shining
domingo, 14 de dezembro de 2014
sexta-feira, 12 de dezembro de 2014
Eu ainda sou do tempo...
... em que conhecia ou, pelo menos, já tinha ouvido falar, nos presentes que os meus alunos pediam ao Pai Natal.
quarta-feira, 10 de dezembro de 2014
domingo, 7 de dezembro de 2014
"Entre mis recuerdos"
Há dias assim... Dias em
que nos perdemos nas nossas recordações, e nos deixamos levar, por
entre risos e lágrimas. Há músicas que se colam a esses momentos de
nostalgia como uma espécie de banda sonora da memória. E, sem música, não
vivo.
sábado, 6 de dezembro de 2014
quinta-feira, 27 de novembro de 2014
Um dia que virá há muito tempo
sou também lembrança
de alguém em algum sítio,
onde não alcança
o que, lembrado, sinto.
de alguém em algum sítio,
onde não alcança
o que, lembrado, sinto.
E aí repousa já
tornado esquecimento
um dia que virá
há muito, muito tempo.
tornado esquecimento
um dia que virá
há muito, muito tempo.
Manuel António Pina
domingo, 23 de novembro de 2014
sábado, 22 de novembro de 2014
Tempo em que se morre
Pousas as mãos sobre o meu rosto,
e vais partir
sem nada me dizer,
pois só quiseste despertar em mim
a vocação do fogo ou do orvalho.
E devagar, sem te voltares, pelos
espelhos entras na noite.
Eugénio de Andrade
e vais partir
sem nada me dizer,
pois só quiseste despertar em mim
a vocação do fogo ou do orvalho.
E devagar, sem te voltares, pelos
espelhos entras na noite.
Eugénio de Andrade
domingo, 16 de novembro de 2014
sexta-feira, 14 de novembro de 2014
Para ver e rever, rever, rever...
Adooooooooro!
(Numa outra encarnação, devo ter sido pinguim, só pode!... :-)
quarta-feira, 12 de novembro de 2014
segunda-feira, 3 de novembro de 2014
Só as crianças habitam esse tempo
"Só somos felizes, verdadeiramente felizes, quando é para sempre, mas só as crianças habitam esse tempo no qual todas as coisas duram para sempre."
José Eduardo Agualusa, in O Vendedor de Passados
sábado, 1 de novembro de 2014
Ausência(s)
Há no ar espaços extintos
A forma gravada em vazio
Das vozes e dos gestos que outrora aqui estavam.
E as minhas mãos não podem prender nada.
SOPHIA DE MELLO BREYNER ANDRESEN
A forma gravada em vazio
Das vozes e dos gestos que outrora aqui estavam.
E as minhas mãos não podem prender nada.
SOPHIA DE MELLO BREYNER ANDRESEN
domingo, 26 de outubro de 2014
terça-feira, 21 de outubro de 2014
domingo, 19 de outubro de 2014
domingo, 12 de outubro de 2014
sexta-feira, 10 de outubro de 2014
quarta-feira, 8 de outubro de 2014
Quero solidão
Por mim, e por vós, e por mais aquilo
que está onde as outras coisas nunca estão,
deixo o mar bravo e o céu tranquilo:
quero solidão.
que está onde as outras coisas nunca estão,
deixo o mar bravo e o céu tranquilo:
quero solidão.
...
Cecília Meireles
sexta-feira, 3 de outubro de 2014
terça-feira, 30 de setembro de 2014
Onde o silêncio e a solidão se cruzam
No ponto onde o silêncio e a solidão
Se cruzam com a noite e com o frio,
Esperei como quem espera em vão,
Tão nítido e preciso era o vazio.
Se cruzam com a noite e com o frio,
Esperei como quem espera em vão,
Tão nítido e preciso era o vazio.
Sophia de Mello Breyner Andresen
domingo, 28 de setembro de 2014
Folhas de outono
Tu és a folha de outono
voante pelo jardim.
Deixo-te a minha saudade
– a melhor parte de mim.
Cecília Meireles
voante pelo jardim.
Deixo-te a minha saudade
– a melhor parte de mim.
Cecília Meireles
sexta-feira, 26 de setembro de 2014
Basta imaginar
Basta imaginar
um pássaro para o aprisionar,
e depois imaginar o ar para o libertar
e imaginar asas para ele voar
e imaginar uma canção para ele cantar
um pássaro para o aprisionar,
e depois imaginar o ar para o libertar
e imaginar asas para ele voar
e imaginar uma canção para ele cantar
Manuel António Pina
domingo, 21 de setembro de 2014
domingo, 14 de setembro de 2014
sexta-feira, 12 de setembro de 2014
Como nuvens pelo céu
Como nuvens pelo céu
Passam os sonhos por mim.
Nenhum dos sonhos é meu
Embora eu os sonhe assim.
Passam os sonhos por mim.
Nenhum dos sonhos é meu
Embora eu os sonhe assim.
[...]
Fernando Pessoa
domingo, 7 de setembro de 2014
Quando penso no mar
[...]
Quando
penso no mar, o mar regressa
A
certa forma que só teve em mim -
Que
onde ele acaba, o meu coração começa.
Vitorino Nemésio
terça-feira, 2 de setembro de 2014
Eufemismo
Quando regressámos ao trabalho depois das férias e, em vez de nos dizerem que estamos mais gordos/as, nos dizem: "Ah! As férias fizeram-te bem!..."
segunda-feira, 1 de setembro de 2014
sexta-feira, 29 de agosto de 2014
O silêncio das palavras
Com a dor e as mortificações da vida, vamos aprendendo a arte da solidão e do silêncio. No silêncio das palavras estão os nossos maiores sentimentos.
quinta-feira, 28 de agosto de 2014
Foi no mar que aprendi
Foi no mar que aprendi o gosto da forma bela
Ao olhar sem fim o sucessivo
Inchar e desabar da vaga
A bela curva luzidia do seu dorso
O longo espraiar das mãos de espuma
Ao olhar sem fim o sucessivo
Inchar e desabar da vaga
A bela curva luzidia do seu dorso
O longo espraiar das mãos de espuma
(...)
Sophia de Mello Breyner Andresen
terça-feira, 19 de agosto de 2014
Fotografia
"A fotografia é uma forma de ficção. É, ao mesmo tempo, um registo da realidade e um auto-retrato, porque só o fotógrafo vê aquilo daquela maneira."
Gérard Castello-Lopes
quinta-feira, 14 de agosto de 2014
Um poema azul e branco
Está desse lado do verão
onde manhã cedo
passam barcos, cercada pela cal.
Das dunas desertas tem a perfeição,
dos pombos o rumor,
da luz a difícil transparência
e o rigor.
passam barcos, cercada pela cal.
Das dunas desertas tem a perfeição,
dos pombos o rumor,
da luz a difícil transparência
e o rigor.
Eugénio de Andrade
segunda-feira, 11 de agosto de 2014
quarta-feira, 6 de agosto de 2014
Mar
(...)
Mar!
E quando terá fim o sofrimento!
E quando deixará de nos tentar
O teu encantamento!
E quando deixará de nos tentar
O teu encantamento!
Miguel Torga
domingo, 3 de agosto de 2014
Camané|Já não estar
Se às
vezes numa rua no lugar
eu penso
que um dia hei-de morrer
sei que
tudo o que tenho vou deixar
aqui onde
hoje estou deixo de estar
e tudo
quanto sou deixo de ser
medo da
morte não consigo ter
mas
outros mais humanos e banais
medos que
a gente tem mesmo sem querer
como o
medo que eu tenho de morrer
só por
querer viver um pouco mais
se
consigo a meu modo estar no céu
mesmo
vivendo neste chão de inverno
se apenas
sou árvore que cresceu
no espaço
e no tempo que é o meu
para que
havia eu de ser eterno
mas como
as minhas cinzas vão ficando
debaixo
de uma pedra do jardim
meu amor
tu sabes onde me encontrar
e uma
flor sobre a pedra vais deixar
de cada
vez que lembrares de mim
de cada
vez que te lembrares de mim
Manuela de Freitas
quarta-feira, 30 de julho de 2014
segunda-feira, 28 de julho de 2014
domingo, 27 de julho de 2014
Súplica
Agora que o silêncio é um mar sem ondas,
E que nele posso navegar sem rumo,
Não respondas
Às urgentes perguntas
Que te fiz.
Deixa-me ser feliz
Assim,
Já tão longe de ti como de mim.
Miguel Torga
E que nele posso navegar sem rumo,
Não respondas
Às urgentes perguntas
Que te fiz.
Deixa-me ser feliz
Assim,
Já tão longe de ti como de mim.
Perde-se a vida a desejá-la tanto.
Só soubemos sofrer, enquanto
O nosso amor
Durou.
Mas o tempo passou,
Há calmaria…
Não perturbes a paz que me foi dada.
Ouvir de novo a tua voz seria
Matar a sede com água salgada.
Só soubemos sofrer, enquanto
O nosso amor
Durou.
Mas o tempo passou,
Há calmaria…
Não perturbes a paz que me foi dada.
Ouvir de novo a tua voz seria
Matar a sede com água salgada.
Miguel Torga
sábado, 26 de julho de 2014
sexta-feira, 25 de julho de 2014
domingo, 20 de julho de 2014
E o Porto aqui tão perto...
Quem vem e atravessa o rio
Junto à serra do Pilar
Vê um velho casario
Que se estende até ao mar
Junto à serra do Pilar
Vê um velho casario
Que se estende até ao mar
...
Rui Veloso, in "Porto Sentido"
sexta-feira, 18 de julho de 2014
domingo, 13 de julho de 2014
terça-feira, 8 de julho de 2014
Às duas por três
Às duas por três nascemos,
às duas por três morremos.
E a vida? Não a vivemos.
...
ALEXANDRE O'NEILL
às duas por três morremos.
E a vida? Não a vivemos.
...
ALEXANDRE O'NEILL
quarta-feira, 2 de julho de 2014
The Head and the Heart|Let's Be Still
You can get lost in the music for hours, honey,
You can get lost in a room.
We can play music for hours and hours
But the sun'll still be coming up soon
The world's just spinning
A little too fast
If things don't slow down soon we might not last.
So just for the moment, let's be still.
...
segunda-feira, 30 de junho de 2014
Aniversário
No TEMPO em que
festejávamos o dia dos teus anos,
Eu era feliz e ninguém estava morto.
Eu era feliz e ninguém estava morto.
(...)
Raiva de não ter trazido o passado roubado na algibeira!...
Álvaro de Campos
sábado, 28 de junho de 2014
Nunca estaremos preparados.
Por mais iminente que esteja a morte de um ente querido, por mais que no nosso íntimo desejemos o fim de tamanho sofrimento, nunca estaremos preparados para aceitar a sua partida.
quinta-feira, 26 de junho de 2014
terça-feira, 17 de junho de 2014
sábado, 14 de junho de 2014
Luar
O luar enche a terra de miragens
E as coisas têm hoje uma alma virgem,
O vento acordou entre as folhagens
Uma vida secreta e fugitiva,
Feita de sombra e luz, terror e calma,
Que é o perfeito acorde da minha alma
SOPHIA DE MELLO BREYNER ANDRESEN
O vento acordou entre as folhagens
Uma vida secreta e fugitiva,
Feita de sombra e luz, terror e calma,
Que é o perfeito acorde da minha alma
SOPHIA DE MELLO BREYNER ANDRESEN
terça-feira, 10 de junho de 2014
As lágrimas dizem o indizível
Podemos controlar o riso, as lágrimas não. As lágrimas vêm das entranhas. Elas dizem o que o coração não é capaz de dizer em palavras. Dizem o indizível.
quarta-feira, 4 de junho de 2014
domingo, 1 de junho de 2014
sexta-feira, 30 de maio de 2014
domingo, 25 de maio de 2014
O Mundo não se fez para pensarmos nele
(...)
Creio no mundo como num malmequer,
Porque o vejo. Mas não penso nele
Porque pensar é não compreender ...
O Mundo não se fez para pensarmos nele
(Pensar é estar doente dos olhos)
Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo...
Eu não tenho filosofia: tenho sentidos...
Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é,
Mas porque a amo, e amo-a por isso,
Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem sabe por que ama, nem o que é amar ...
Amar é a eterna inocência,
E a única inocência não pensar...
Porque o vejo. Mas não penso nele
Porque pensar é não compreender ...
O Mundo não se fez para pensarmos nele
(Pensar é estar doente dos olhos)
Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo...
Eu não tenho filosofia: tenho sentidos...
Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é,
Mas porque a amo, e amo-a por isso,
Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem sabe por que ama, nem o que é amar ...
Amar é a eterna inocência,
E a única inocência não pensar...
Alberto Caeiro
quinta-feira, 22 de maio de 2014
domingo, 18 de maio de 2014
quarta-feira, 14 de maio de 2014
domingo, 11 de maio de 2014
sexta-feira, 9 de maio de 2014
terça-feira, 6 de maio de 2014
domingo, 27 de abril de 2014
soneto do amor e da morte
quando eu morrer murmura esta canção
que escrevo para ti. quando eu morrer
fica junto de mim, não queiras ver
as aves pardas do anoitecer
a revoar na minha solidão.
quando eu morrer segura a minha mão,
põe os olhos nos meus se puder ser,
se inda neles a luz esmorecer,
e diz do nosso amor como se não
tivesse de acabar, sempre a doer,
sempre a doer de tanta perfeição
que ao deixar de bater-me o coração
fique por nós o teu inda a bater,
quando eu morrer segura a minha mão.
Vasco Graça Moura (1942-2014)
que escrevo para ti. quando eu morrer
fica junto de mim, não queiras ver
as aves pardas do anoitecer
a revoar na minha solidão.
quando eu morrer segura a minha mão,
põe os olhos nos meus se puder ser,
se inda neles a luz esmorecer,
e diz do nosso amor como se não
tivesse de acabar, sempre a doer,
sempre a doer de tanta perfeição
que ao deixar de bater-me o coração
fique por nós o teu inda a bater,
quando eu morrer segura a minha mão.
Vasco Graça Moura (1942-2014)
sexta-feira, 25 de abril de 2014
sexta-feira, 18 de abril de 2014
Si alguien llama a tu puerta
Si alguien llama a tu puerta y todavía
te sobra tiempo para ser hermosa
y cabe todo abril en una rosa
y por la rosa se desangra el día.
Si alguien llama a tu puerta una mañana
sonora de palomas y campanas
y aún crees en el dolor y en la poesía.
Si aún la vida es verdad y el verso existe.
Si alguien llama a tu puerta y estás triste,
abre, que es el amor, amiga mía.
Gabriel García Márquez
te sobra tiempo para ser hermosa
y cabe todo abril en una rosa
y por la rosa se desangra el día.
Si alguien llama a tu puerta una mañana
sonora de palomas y campanas
y aún crees en el dolor y en la poesía.
Si aún la vida es verdad y el verso existe.
Si alguien llama a tu puerta y estás triste,
abre, que es el amor, amiga mía.
Gabriel García Márquez
quinta-feira, 17 de abril de 2014
terça-feira, 15 de abril de 2014
Não há pessoas mentirosas.
Há, isso sim, pessoas que dizem inverdades, que é uma coisa completamente diferente! Não perceber a evidência de tão elaborada linguagem, deve ser, com certeza, um inconseguimento meu.
segunda-feira, 14 de abril de 2014
Place To Be|Nick Drake
When I was younger, younger than before
I never saw the truth hanging from the door
And now I`m older see it face to face
And now I`m older gotta get up clean the place.
And I was green, greener than the hill
...
domingo, 13 de abril de 2014
sábado, 12 de abril de 2014
O que há em mim é sobretudo cansaço!
O que há em mim é sobretudo cansaço —
Não disto nem daquilo,
Nem sequer de tudo ou de nada:
Cansaço assim mesmo, ele mesmo,
Cansaço.
(...)
Álvaro de Campos
Não disto nem daquilo,
Nem sequer de tudo ou de nada:
Cansaço assim mesmo, ele mesmo,
Cansaço.
(...)
Álvaro de Campos
quarta-feira, 9 de abril de 2014
terça-feira, 8 de abril de 2014
A indisciplina começa em casa *
(...) Um aluno que não esteja interessado na escola não passa a estar preocupado com o seu desempenho escolar apenas porque lhe são aplicadas, em contexto escolar, medidas disciplinares ou de índole preventiva. A escola não é uma outra dimensão da vida dos nossos filhos e os nossos filhos não deixam de ser quem são por serem alunos. Antes de serem alunos são filhos de alguém: alguém os educou. A escola não educa, a escola complementa a educação que cada um traz de casa(...).
* Crónica de sábado no i , de Inês Teotónio Pereira (não poderia estar mais de acordo!).
segunda-feira, 7 de abril de 2014
quarta-feira, 2 de abril de 2014
(Des)acordo ortográfico.
No que à escrita diz respeito, vivo uma espécie de "vida dupla": profissionalmente (na correspondência oficial e nas aulas), sou obrigada a aplicar o acordo ortográfico. Na escrita pessoal, escrevo como, de facto, (e não de fato) sempre escrevi e hei-de (e não hei de) continuar a escrever. Basicamente, é assim, "dou uma no cravo e outra na ferradura"... Maldito (des)acordo.
terça-feira, 1 de abril de 2014
domingo, 30 de março de 2014
Aproveitem mais e filmem menos.
Hoje em dia, uma pessoa vai assistir a um concerto e que vê?!... centenas de bracinhos esticados a filmar o palco com os seus iPhones, Tablets e outras geringonças do género. Resumindo, o pessoal paga o bilhete para ver um espectáculo ao vivo e acaba a vê-lo através de uma filmagem manhosa.Isto é tão parvo!
sexta-feira, 28 de março de 2014
quarta-feira, 26 de março de 2014
O passado fica, nós passamos
O passado é sempre um destroço
fumegante,
uma sombra que nos persegue, uma
pele da nossa peleque não aceita compromissos ou rupturas.
Irá connosco até ao fim, como as tatuagens
e as cicatrizes, como uma ferida incurável na voz.
(...)
José Jorge Letria
domingo, 23 de março de 2014
Serei só eu?...
De cada vez que ouço aquelas autoras das dietas milagrosas a falar-nos dos seus livros e de como é fácil emagrecer, sem sacrifícios, comendo de tudo (sendo que, para elas, comer de tudo = comer umas bagas não sei das quantas, uns sucos de legumes crús e outras mixórdias do género...), dá-me cá uma fome!
sexta-feira, 21 de março de 2014
quinta-feira, 20 de março de 2014
Promessa
És tu a Primavera que eu esperava,
A vida multiplicada e brilhante,
Em que é pleno e perfeito cada instante!
Sophia de Mello Breyner Andresen
A vida multiplicada e brilhante,
Em que é pleno e perfeito cada instante!
Sophia de Mello Breyner Andresen
quarta-feira, 19 de março de 2014
Pai
Escutarei de noite as tuas palavras:
... menino, meu menino...
E na noite imensa
com as feridas de ambos seguirei.
Pablo Neruda
... menino, meu menino...
E na noite imensa
com as feridas de ambos seguirei.
Pablo Neruda
domingo, 16 de março de 2014
sábado, 15 de março de 2014
Às vezes, em sonho triste
Às vezes, em sonho triste
Nos meus desejos existe
Longinquamente um país
Onde ser feliz consiste
Apenas em ser feliz.
Vive-se como se nasce
Sem o querer nem saber.
Nessa ilusão de viver
O tempo morre e renasce
Sem que o sintamos correr.
Fernando Pessoa
Nos meus desejos existe
Longinquamente um país
Onde ser feliz consiste
Apenas em ser feliz.
Vive-se como se nasce
Sem o querer nem saber.
Nessa ilusão de viver
O tempo morre e renasce
Sem que o sintamos correr.
Fernando Pessoa
domingo, 9 de março de 2014
A word is dead
A word is dead
When it is said,
Some say.
I say it just
Begins to live
That day.
When it is said,
Some say.
I say it just
Begins to live
That day.
Emily Dickinson
sábado, 8 de março de 2014
sexta-feira, 7 de março de 2014
Lucidez perigosa
...
Estou por assim dizer
vendo claramente o vazio.
E nem entendo aquilo que entendo:
pois estou infinitamente maior que eu mesma,
e não me alcanço.
...
Clarice Lispector
Estou por assim dizer
vendo claramente o vazio.
E nem entendo aquilo que entendo:
pois estou infinitamente maior que eu mesma,
e não me alcanço.
...
Clarice Lispector
segunda-feira, 3 de março de 2014
quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014
quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014
Vida difícil com a memória
Sou uma audiência pobre para a minha memória.
Quer que ouça a sua voz a todo o momento,
Mas eu mexo-me, agito-me,
Escuto ou não
Saio, regresso, e saio novamente.
Ela quer todo o meu tempo e atenção.
Não tem problema algum quando durmo.
De dia, o caso é diferente e causa-lhe preocupação.
Ela descobre cartas antigas, ansiosa por mas mostrar
Agita acontecimentos, importantes ou não,
Os meus olhos para o que já foi visto ela reclama,
É para os meus mortos que os chama.
Nas suas histórias, tenho sempre tenra idade.
Isso é gentil, mas a história não muda.
Cada espelho traz-me sempre novidade.
Zanga-se quando encolho os ombros.
E vinga-se, trazendo erros passados,
Facilmente esquecidos, mas pesados
Olha-me nos olhos, sente a minha reacção.
Depois - podia ser pior - dá-me consolação.
Quer que viva para ela e com ela.
Idealmente num quarto escuro e fechado,
Mas os meus planos ainda incuem o sol de hoje,
As nuvens que passam, a estrada que foge.
Por vezes desta memória fico farto.
E sugiro a separação. Até à eternidade.
É então que me olha com piedade,
Porque ela sabe que separado estarei morto.
Quer que ouça a sua voz a todo o momento,
Mas eu mexo-me, agito-me,
Escuto ou não
Saio, regresso, e saio novamente.
Ela quer todo o meu tempo e atenção.
Não tem problema algum quando durmo.
De dia, o caso é diferente e causa-lhe preocupação.
Ela descobre cartas antigas, ansiosa por mas mostrar
Agita acontecimentos, importantes ou não,
Os meus olhos para o que já foi visto ela reclama,
É para os meus mortos que os chama.
Nas suas histórias, tenho sempre tenra idade.
Isso é gentil, mas a história não muda.
Cada espelho traz-me sempre novidade.
Zanga-se quando encolho os ombros.
E vinga-se, trazendo erros passados,
Facilmente esquecidos, mas pesados
Olha-me nos olhos, sente a minha reacção.
Depois - podia ser pior - dá-me consolação.
Quer que viva para ela e com ela.
Idealmente num quarto escuro e fechado,
Mas os meus planos ainda incuem o sol de hoje,
As nuvens que passam, a estrada que foge.
Por vezes desta memória fico farto.
E sugiro a separação. Até à eternidade.
É então que me olha com piedade,
Porque ela sabe que separado estarei morto.
Wislawa Szymborska
domingo, 23 de fevereiro de 2014
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