sábado, 25 de abril de 2020

Crónica de uma professora à beira de um ataque de nervos

Desde que encerraram as escolas e começaram as aulas à distância que eu não sei o que é ter tempo para mim ou para a família. A sensação que eu tenho é que as 24 horas do dia não são suficientes para o tanto que há para fazer. Preparar aulas síncronas e assíncronas para dois anos de escolaridade com alunos em diferentes níveis de aprendizagem. Receber, corrigir e enviar o feedback aos alunos. Atender os telefonemas dos Encarregados de Educação a colocar dúvidas sobre os trabalhos dos alunos ou a queixarem-se que os filhos não querem fazer os TPC's ou que não têm tempo para estas modernices. Como se tudo isto não bastasse, ainda tenho o trabalho burocrático inerente à coordenação de escola, formação duas vezes por semana e reuniões quase dia sim, dia sim.  Em suma, as aulas recomeçaram há duas semanas mas a sensação que eu tenho é que  já se passaram MESES tal é o cansaço físico e emocional. Como diz Pessoa, "O que há em mim é sobretudo cansaço/Não disto nem daquilo,/Nem sequer de tudo ou de nada:/Cansaço assim mesmo, ele mesmo,/Cansaço." 

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