terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Best of 2008

Neste final de ano, não vou fazer balanços do melhor e do pior de 2008, vou deixar apenas o meu best of nas áreas de que mais gosto: cinema, música, tv e livros.
Cinema - O Vale de Elah, para mim o melhor filme do ano e... Mamma Mia (pode ser uma foleirice, mas eu adorei:-)
Música - Sem dúvida os Deolinda!
TV - Dexter ( e, claro, 24, Prison Break, CSI's e afins:-)
Livros - Este ano, foi mais de poesia do que prosa. Adorei (re)ler Fernando Pessoa e heterónimos!
E pronto, tenham um óptimo 2009!

segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Os alertas amarelos...

Agora, ao mínimo sinal de chuva, vento ou neve, lá vem a Protecção Civil com os alertas amarelos (ou laranjas...) e as televisões a transmitirem em directo a queda de neve na Serra da Estrela e do Marão. E daí, havia de cair onde e quando, no Verão? ...Dah! Estamos no Inverno, qual é a novidade?! Haja pachorra pra tanta mariquice!

domingo, 28 de dezembro de 2008

Qual é o mal? Foi só uma brincadeira, nada mais, tadinhos...

(...) Qual é o mal, se a pistola era de plástico?Só estaríamos perante um problema se a arma fosse real. Foi apenas uma simulação, caramba. Como será, por exemplo, amanhã, simularem estrangular uma professora? Sem mãos de plástico. Que não apertarão realmente, claro. Tudo a brincar. Ou coisas piores. Mas, desde que seja a brincar, não haverá qualquer problema.(...)

Viver...

Eu queria acreditar que viver é realmente uma coisa maravilhosa; acreditar que, aconteça o que acontecer, a vida vale sempre a pena! Como eu gostaria de acreditar nisso! Mas não acredito... Sim, é verdade que para a maioria (?) das pessoas assim seja (felizmente que assim é!), mas, para tantas outras (e conheço tantas!), viver rima apenas com sofrer!... Não sei se é o destino, se que raio é, só sei que é assim! Vidas tristes, vidas comandadas pela tristeza e pelo sofrimento. Como a tua, T:-(

Basta Pensar Em Sentir

Basta pensar em sentir
Para sentir em pensar.
Meu coração faz sorrir
Meu coração a chorar.

Depois de parar de andar,
Depois de ficar e ir,
Hei - de ser quem vai chegar
Para ser quem quer partir.

Viver é não conseguir.


Fernando Pessoa

sábado, 27 de dezembro de 2008

Tá-se bem é na caminha!...

Voltou a neve e o frio (apesar de aqui, na aldeia, não cair neve, só se sente o frio porque o Marão é já aqui ao pé). Como dizia o outro "Tá-se bem é na caminha..."

Prémio "Porque no te callas?!..."

"...Criámos as condições para que baixassem os juros com a habitação..."-José Sócrates

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

A "seca" televisiva...

Por esta altura, a programação televisiva costuma ser uma "seca", já se sabe, mas, este ano, acho que bateu todos os records ao nível do aborrecimento e das repetições. É que não há nada que se aproveite em canal nenhum! Dassss...Enfim, valha-me a net móvel...

quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Nascer

Enganam-se os que pensam que só nascemos uma vez.
Para quem quiser ver a vida está cheia de nascimentos.
Nascemos muitas vezes ao longo da infância
quando os olhos se abrem em espanto e alegria.
Nascemos nas viagens sem mapa que a juventude arrisca.
Nascemos na sementeira da vida adulta,
entre invernos e primaveras maturando
a misteriosa transformação que coloca na haste a flor
e dentro da flor o perfume do fruto.
Nascemos muitas vezes naquela idade
onde os trabalhos não cessam, mas reconciliam-se
com laços interiores e caminhos adiados.
Enganam-se os que pensam que só nascemos uma vez.
Nascemos quando nos descobrimos amados e capazes de amar.
Nascemos no entusiasmo do riso
e na noite de algumas lágrimas.
Nascemos na prece e no dom.
Nascemos no perdão e no confronto.
Nascemos em silêncio ou iluminados por uma palavra.
Nascemos na tarefa e na partilha.
Nascemos nos gestos ou para lá dos gestos.
Nascemos dentro de nós e no coração de Deus.
O que Jesus nos diz é: "Também tu podes nascer",
pois nós nascemos, nascemos, nascemos.


José Tolentino Mendonça

Blasphemia santa

Jurou-me eterno amor. A noite ia cahindo
E, entre outras phantasias,
Eu disse-lhe sorrindo:
Se Deus surgisse agora, aqui, perante nós
O que é que lhe dizias?

- Que nos deixasse sós...


Augusto Gil

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Crise? Mas qual crise?!...

Coisas que eu detesto no Natal III

Ouvir (pela milésima vez!) o Côro de Santo Amaro de Oeiras, a cantar " A todos um Bom Nataaaal a todos um bom Nataaal ..."

Coisas que eu detesto no Natal II

As sms´s natalícias! ODEIO!

Coisas que eu detesto no Natal I

Ontem, resolvi levar os meus sobrinhos ao cinema e nunca vi tal coisa! Ele era tanta gente, tanto carro, tanta confusão que eu estava a ver que me dava uma "coisa má"! Só pra terem uma ideia, pretendíamos ir à sessão das 14h30 mas só conseguimos ir à das 19h30, porque, o percurso que eu costumo fazer em 10 minutos, ontem, demorou...3 horas! 3 HORAS!!!

All I want for Christmas...


...is You! LOL!

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

domingo, 21 de dezembro de 2008

E se?...

"Não deixes uma só palavra por dizer. Amanhã, pode o vento soprar noutra direcção."
Esta frase que li hoje numa das minha rondas pelos blogs, ficou-me na memória e confesso que me fez refectir sobre a hipótese desse "amanhã". E não foi preciso pensar muito para concluir que, se "o vento suprasse noutra direcção amanhã", ficaria tanta coisa por dizer e fazer...

Convites por "obrigação"...

Por norma, não gosto de receber visitas nem de ser visita em casa de ninguém. Desculpem lá, mas é cá uma mania minha: não incomodar para não ser incomodada...Vem isto a propósito de uma conversa que tive hoje com uma pessoa que me dizia que ia passar a consoada a casa de familiares, mas que preferia não ir pois sabe que foi convidada por "obrigação". E eu pus-me a pensar nisto: mas por que raio as pessoas convidam outras por obrigação? E por que razão as pessoas aceitam se sentem que não são bem vindas? Eu não percebo isso! Juro que não!...

Inverno

Velho, velho, velho.
Chegou o Inverno.

Vem de sobretudo,
Vem de cachecol,
O chão onde passa
Parece um lençol.

Esqueceu as luvas
Perto do fogão:
Quando as procurou,
Roubara-as um cão.

Com medo do frio
Encosta-se a nós:
Dai-lhe café quente
Senão perde a voz.

Velho, velho, velho.
Chegou o Inverno.


Eugénio de Andrade

sábado, 20 de dezembro de 2008

Jantares de Natal...

Por esta altura, os jantares de Natal multiplicam-se! Lá vamos nós, não porque nos apeteça realmente ir, mas porque "parece mal não ir", afinal, é Natal!...E lá vamos!... Invariavelmente, depois do jantar, haverá Karaoke com reportório variado (Quim Barreiros, André Sardet e Tony Carreira são cabeça de cartaz!...) e o serão não termina sem o "comboiinho" da praxe...E pronto, lá vamos nós pra casa, a pensar "Menos um...".

NATAL À BEIRA - RIO

É o braço do abeto a bater na vidraça?
E o ponteiro pequeno a caminho da meta!
Cala-te, vento velho! É o Natal que passa,
A trazer-me da água a infância ressurrecta.
Da casa onde nasci via-se perto o rio.
Tão novos os meus Pais, tão novos no passado!
E o Menino nascia a bordo de um navio
Que ficava, no cais, à noite iluminado...
Ó noite de Natal, que travo a maresia!
Depois fui não sei quem que se perdeu na terra.
E quanto mais na terra a terra me envolvia
E quanto mais na terra fazia o norte de quem erra.
Vem tu, Poesia, vem, agora conduzir-me
À beira desse cais onde Jesus nascia...
Serei dos que afinal, errando em terra firme,
Precisam de Jesus, de Mar, ou de Poesia?


David Mourão-Ferreira

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Bobby Mcferrin - Don't Worry, Be Happy

Esta é para mim, estou a precisar disto para aguentar o dia de hoje...

Afinal, em que é que ficamos?...

3 de Dezembro, Rádio Clube - José Sócrates diz que 2009 será um bom ano para as famílias portuguesas.


19 de Dezembro, Público - Sócrates diz que 2009 vai ser o "Cabo das Tormentas".


2009 - Cabo das Tormentas ou Cabo da Boa Esperança?... Pelos vistos, depende dos dias...

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

As cartas do consumismo...

As cartas dos miúdos ao Pai Natal são o retrato perfeito da sociedade de consumo/individualista/materialista em que vivemos!

No meu tempo...

Apercebemo-nos que estamos a ficar velhos quando começamos a dizer: "No meu tempo...".

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Canção Ausente

Para te amar ensaiei os meus lábios...
Deixei de pronunciar palavras duras.
Para te amar ensaiei os meus lábios!

Para tocar-te ensaiei os meus dedos...
Banhei-os na água límpida das fontes.
Para tocar-te ensaiei os meus dedos!

Para te ouvir ensaiei meus ouvidos!
Pus-me a escutar as vozes do silêncio...
Para te ouvir ensaiei meus ouvidos!

E a vida foi passando, foi passando...
E, à força de esperar a tua vinda,
De cada braço fiz mudo cipreste.

A vida foi passando, foi passando...
E nunca mais vieste!

Pedro Homem de Mello, in Segredo

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Clandestino - Deolinda


Há que tempos que uma música não me arrepiava assim! É linda, linda, linda, linda, linda, linda...

domingo, 14 de dezembro de 2008

A solidariedade tem um preço...

Será que não se pode ser solidário sem se levar com o Tony & Micael Carreira em cima?!...É que já não há pachorra!!!! Chegaaaaaaaaaaaaaaa!!!!!!!!!!

sábado, 13 de dezembro de 2008

Salvem os ricos (contemporâneos)

Excelente os Contemporâneos neste Band Aid aos coitadinhos dos ricos que tanto precisam...

Azevinho


sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Simply Red - If you dont know me by now

If you don't know me by now
You will never,never,never Know me...

Dias pra esquecer...

Há dias como os de hoje...São dias pra esquecer:-(

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Ensaio Sobre a Cegueira


(Copiado do Blasfemias)

Quem os viu e quem os vê...

Será que sou eu que ando sem grande sentido de humor ou este Zé Carlos deixa muito a desejar? Pra mim, confesso, esta série foi uma desilusão...É que, francamente, tirando um ou dois sketches por programa que têm piada, o resto é "encher chouriços"!...
Que saudades dos Gatos de outros tempos...

Deputados "da Nação"?

(...)Se aos deputados (gente, essa sim, com privilégios) se aplicasse o modelo de avaliação dos professores, e também eles tivessem que definir objectivos individuais, ter intervenções assistidas e ser julgados pelos "resultados", quantos aprovariam? (...)
*Manuel António Pina no JN de hoje (a propósito das faltas dos deputados na AR de sexta-feira).

domingo, 7 de dezembro de 2008

O circo...

Nesta altura do ano, fala-se sempre no circo e na sua magia...Pois bem, eu DETESTO tudo no circo! TUDO mesmo! No topo da lista estão os palhaços! ODEIO palhaços! Haverá algo mais deprimente do que os palhaços?!...Mas esta minha aversão ao circo vem já desde bem pequena. Nunca gostei, o que, diga-se, já me trouxe alguns dissabores...É que, para algumas pessoas, dizer que não se gosta de circo é quase como confessar um crime...É como se uma pessoa que não goste de circo e de palhaços não possa ser uma boa pessoa ( o que é uma grande parvoíce!). Pois bem, eu não gosto e ponto final! Mas atenção, não tenho nada contra o circo, pelo contrário, admiro bastante o empenho e o esforço de todos aqueles que dedicam a sua vida a esta arte.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

As razões da greve

As razões porque fiz greve hoje vão muito além da tão controversa avaliação de desempenho e respectivo ECD que lhe deu origem. Fiz greve porque defendo uma escola pública de qualidade, quer ao nível da exigência escolar, quer ao nível das condições de trabalho. Fiz greve porque quero ter tempo para preparar as aulas e preocupar-me com os alunos em vez de passar horas à volta de papeis e de relatórios inúteis. Fiz greve porque quero uma auxiliar na escola a tempo inteiro (sabiam que uma escola com menos de 49 alunos não tem direito a nenhuma?...). Fiz greve porque quero salas de aula onde seja possível estar sem "congelar" no Inverno. Fiz greve porque quero um espaço próprio para os alunos comerem, não um hall de entrada a servir de cantina... Fiz greve, porque quero uma escola com instalações dignas! Fiz greve porque SIM!

Escolas silenciosas


As escolas, hoje, estão em silêncio. É bom que assim seja. Isso permite ver o que lá falta e ouvir o que não se tem querido ouvir.
(Copiado daqui Cachimbo de Magritte)

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Ainda a neve e o frio...

Isto da neve é muito bonito, é tudo muito giro e não sei mais o quê, mas, quando temos de conduzir com a estrada cheia de neve e gelo, não tem piada nenhuma...Apanhei cada susto hoje!...Quando cheguei à escola, suspirei de alívio!...Confesso que já tenho saudades do Sol e do calor (qualquer coisa acima dos 0º já tá bom:-)

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

domingo, 30 de novembro de 2008

Para terminar o mês em beleza...

E lá se passou mais um mês...

E pronto, assim, em tons de branco (e muito frio!!) termina o mês de Novembro....O que significa que o Natal está mesmo, mesmo à porta:-)

Neve


Quem bate assim levemente
Com tão estranha leveza
Que mal se ouve, mal se sente
Não é chuva, nem é gente
Nem é vento com certeza

Fui ver. A neve caía,
Do azul cinzento do céu
Branca e leve,
Branca e fria.
Augusto Gil em "Balada da neve"

sábado, 29 de novembro de 2008

Serra do Marão




















Encostas da Serra do Marão, hoje, ao fim da tarde...

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Deolinda - Mal por mal

Já sou quem tu queres que eu seja;
Tenho emprego e uma vida normal.
Mas quando acordo e não sei
Quem eu sou, quem me tornei,
Eu começo a bater mal…
O teu bem faz-me tão mal.

Já me enquadro na tua estrutura,
Não ofendo a tua moral,
Mas quando me impões o meu bem
E eu ainda o sinto aquém,
O teu bem faz-me tão mal,
O teu bem faz-me tão mal

Sei que esperas que eu não te desiluda,
Que, por bem, siga o teu ideal.
Mas não quero seguir ninguém,
Por mais que me queiras bem
O teu bem faz-me tão mal.
O teu bem faz-me tão mal.

Sei que me vais virar do avesso
Se eu te disser foi em mim que apostei.
Não, não é nada que me rale,
Mesmo que me faça mal.
Do avesso te direi:
“O teu mal faz-me tão bem!”

( eu não sei falar de amor...)

E soubesse eu artifícios
de falar sem o dizer,
não ia ser tão difícil
revelar-te o meu querer.
A timidez ata-me a pedras
e afunda-me no rio...
Quanto mais o amor medra
mais se afoga o desvario.
E retrai-se o atrevimento
a pequenas bolhas de ar...
E o querer deste meu corpo
vai sempre parar ao mar...

(e eu não sei falar de amor...)

Deolinda

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Desabafo...

Já não suporto mais publicidade a telemóveis! É que já não há pachorra! Chegaaaaaaaaa!!!

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Dúvida existencial...

Será que o Magalhães (essa ferramenta que vai revolucionar o ensino no 1.º Ciclo!) existe mesmo?... É que não há maneira de chegar às escolas...a não ser, claro, salvo raras (e completamente espontâneas...) excepções!...

domingo, 23 de novembro de 2008

Ainda a avaliação dos professores...

Sou professora e toda esta questão da avaliação de professores já me enerva! Enerva-me a Ministra pela sua arrogância e intransigência; enervam-me os Sindicatos por não sairem deste discurso que resume tudo à "suspensão da avaliação", quando a questão de fundo é bem mais abrangente; enervam-me os "oportunistas" de serviço sempre à espreita de votos... E enerva-me, sobretudo, o facilitismo do nosso sistema de ensino, tudo, claro, a bem das estatísticas!...

Da janela do meu quarto...


sábado, 22 de novembro de 2008

SINTO MUITO

"Sinto Muito" é o título do livro de crónicas do médico Nuno Lobo Antunes que li esta tarde duma vez só. Ri, chorei, emocionei-me, chorei de novo... Porque a "vida é tempo entre parêntesis" e porque "o verdadeiro milagre do amor, não é poder curar doenças insanáveis, mas adorar para além das palavras, quem é diferente, mais frágil, e muito nosso". Nuno Lobo Antunes

terça-feira, 18 de novembro de 2008

A vergonha de não ter vergonha na cara

(...) Se José Sócrates encontrasse um dos seus ministros a tentar arrombar um cofre com um berbequim diria aos jornais que ele estava só a apertar um parafuso. Afinal, também no caso da sua licenciatura o primeiro-ministro não viu nada de eticamente duvidoso nem de moralmente reprovável. Ora, o que me faz impressão não é que esta gente que manda em nós atraia a trafulhice como o pólen atrai as abelhas - isso faz parte da natureza humana e é potenciado por quem frequenta os corredores do poder. O que me faz impressão é o desplante com que se é apanhado com a boca na botija e se finge que se andava só à procura das hermesetas. É a escola Fátima Felgueiras, que mesmo condenada a três anos e meio de prisão dava pulinhos de alegria como se tivesse sido absolvida. Nesta triste terra, parece não haver limites para a falta de vergonha.
crónica de João Miguel Tavares no DN de hoje

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Jason Mraz - I'm Yours

Tão cool esta música!Deix-me bem disposta:-)

sábado, 15 de novembro de 2008

Entre les murs - A Turma

Depois do livro, o filme. Recomendo vivamente!

Uma nódoa

Em primeiro lugar, é bom que se perceba uma coisa: a política de educação do actual governo está centrada num único e solitário objectivo: melhorar, por via administrativa, o índice de aproveitamento escolar e o ranking português no que respeita à média de notas dos alunos no contexto da OCDE/UE. Só. Apenas. Rigorosamente mais nada."
(copiado d' aqui)

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Cansaço

O que há em mim é sobretudo cansaço
Não disto nem daquilo,
Nem sequer de tudo ou de nada:
Cansaço assim mesmo, ele mesmo,
Cansaço.

(...)

Álvaro de Campos

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Dia de S. Martinho

A manhã foi chuvosa mas, de tarde, S. Pedro esteve do nosso lado e deu pra fazer o magusto da escola:-)






Justiça de Fafe:-)


Nacional

Alunos obrigaram ministra a deixar Fafe

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

domingo, 9 de novembro de 2008

Há sem dúvida quem ame o infinito...

Há sem dúvida quem ame o infinito,
Há sem dúvida quem deseje o impossível,
Há sem dúvida quem não queira nada -

Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles:
Porque eu amo infinitamente o finito,
Porque eu desejo impossivelmente o possível,
Porque eu quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser,
Ou até se não puder ser...


Álvaro de Campos

sábado, 8 de novembro de 2008

Pearl Jam - Daughter

Há que tempos que não ouvia isto! Lindaaaaa!

PEARL JAM - ALIVE


A banda sonora do meu dia...

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Viver sempre também cansa

Viver sempre também cansa.
O sol é sempre o mesmo e o céu azul
ora é azul, nitidamente azul,
ora é cinzento negro, quase verde...
Mas nunca tem a cor inesperada.


O mundo não se modifica.
As árvores dão flores,
folhas, frutos e pássaros
como máquinas verdes.


As paisagens também não se transformam.
Não cai neve vermelha,
não há flores que voem,
a lua não tem olhos
e ninguém vai pintar olhos à lua.


Tudo é igual, mecânico e exacto.


Ainda por cima os homens são os homens
soluçam, bebem, riem e digerem
sem imaginação.


E há bairros miseráveis, sempre os mesmos,
discursos de Mussolini,
guerras, orgulhos em transe,
automóveis de corrida...


E obrigam - me a viver até à Morte!


Pois não era mais humano
morrer por um bocadinho,
de vez em quando,
e recomeçar depois,
achando tudo mais novo?


Ah! se eu pudesse suicidar - me por seis meses,
morrer em cima de um divã
com a cabeça sobre uma almofada,
confiante e sereno por saber
que tu velavas, meu amor do Norte.


Quando viessem perguntar por mim
havias de dizer com teu sorriso
onde arde um coração em melodia:?
Matou - se esta manhã.
Agora não o vou ressuscitar
por uma bagatela.”


E virias depois, suavemente
velar por mim, subtil e cuidadosa,
pé ante pé, não fosses acordar
a Morte ainda menina no meu colo...



José Gomes Ferreira

sábado, 1 de novembro de 2008

Depeche Mode - Precious

Pra mim, esta música é uma preciosidade! Simplesmente ADORO esta canção:-)

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Ainda o Magalhães

Como se já não tivessemos trabalho que chegue, agora também temos de ser nós, professores, a fazer as inscrições online dos alunos que pretendem o Magalhães!!...
- Em nome do Sócrates, das operadoras de telecomunicações e da propaganda: Amén!

terça-feira, 28 de outubro de 2008

U2 - Sometimes You Can't Make It On Your Own

Como eu gosto desta música!...

Os amigos...

"Os amigos são raríssimos e precisosos. Não lembra ao mafarrico que estajam presentes apenas nas ocasiões. Uma bengala, uma ambulância, um telemóvel, um táxi, talvez. Os amigos não. O valor de um amigo não é medido pela prestação em caso de necessidade ( nossa). O valor de um amigo é precisamente o da eternidade: está lá sempre, mesmo quando não precisamos dele.Os amigos têm o direito de nos abandonar e isso pode acontecer numa situação difícil ( para nós). Um bem precisoso e único reflecte uma obrigatória incerteza. É o preço."

FNV no Malsalgado

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Desencontro - Luís Represas e Simone


Estou "apaixonada" por esta canção...Acho que está "perfeita"!

domingo, 26 de outubro de 2008

Tenho tanto sentimento

Tenho tanto sentimento
Que é frequente persuadir-me
De que sou sentimental,
Mas reconheço, ao medir-me,
Que tudo isso é pensamento,
Que não senti afinal.

Temos, todos que vivemos,
Uma vida que é vivida
E outra vida que é pensada,
E a única vida que temos
É essa que é dividida
Entre a verdadeira e a errada.

Qual porém é a verdadeira
E qual errada, ninguém
Nos saberá explicar;
E vivemos de maneira
Que a vida que a gente tem
É a que tem que pensar.


Fernando Pessoa

O prazer de ler

Este fim-de-semana, decidi que não ia pensar na escola, nem nos alunos, nem na tão polémica Avaliação dos Professores. Chega de só pensar na escola e não ter tempo pra mais nada! Quero voltar a ter tempo para fazer as coisas de que gosto: (re)ver um bom filme, ouvir os meus CD's (sem ser de fugida!) e, principalmente, voltar a ter tempo para ler! Ler, ler, ler!...
Nesta minha "fome" de ler, tenho lido de tudo e de todos os géneros, desde a antologia poética de Eugénio de Andrade até "À Queda de um Anjo" de Camilo Castelo Branco. As saudades que eu tinha de ler, assim, desenfreadamente e saboreanado cada palavra lida...
E agora volto para as minhas leituras (aproveitar que o fds já está a chegar ao fim...)

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

A UN MINUTO DE TI - MIKEL ERENTXUN

Há que tempos não ouvia isto...

Problema de expressão

O teu mundo
está tão perto do meu
E o que digo está tão longe
como o mar está do céu...

O dia promete...

O dia começou mesmo bem: chego à escola às 9h e fico a saber (assim, sem aviso prévio) que já há Ensino de Música, logo, só entro às 9h45...Ou seja, 45 min de "seca"... Ligo o telemóvel e, por SMS, fico a saber também que hoje, às 18h30 tenho reunião (mais uma!) de Conselho de Docentes...Assim, sem convocatória, sem nada por escrito, tunga! Toma lá mais uma reunião! Mas, se por acaso eu precisar de faltar, uma hora que seja, tenho de entregar a minha falta com pelo menos 3 dias de antecedência e com o respectivo Plano de Aula! Viva a (des)igualdade de direitos!...É tão bom ser professor! Tão bom, tão bom!...

terça-feira, 21 de outubro de 2008

James Taylor - You Got a Friend

Porque a falta de amigos faz com que o mundo pareça um deserto...

Saudade!...

Saudade de quando tinhamos tempo pra falar
Saudade de quando tinha tempo pra sonhar...
Saudade de quando acreditava
Que apenas um sorriso teu bastava...

Deolinda- Fado Toninho


Tenho vindo a conhecer e cada vez gosto mais...

Sorriso audível das folhas

Sorriso audível das folhas
Não és mais que a brisa ali
Se eu te olho e tu me olhas,
Quem primeiro é que sorri?
O primeiro a sorrir ri.

Ri e olha de repente
Para fins de não olhar
Para onde nas folhas sente
O som do vento a passar
Tudo é vento e disfarçar.

Mas o olhar, de estar olhando
Onde não olha, voltou
E estamos os dois falando
O que se não conversou
Isto acaba ou começou?


Fernando Pessoa


domingo, 19 de outubro de 2008

Nuvens


No dia triste o meu coração mais triste que o dia...
Obrigações morais e civis?
Complexidade de deveres, de conseqüências?
Não, nada...
O dia triste, a pouca vontade para tudo...
Nada...
Álvaro de Campos

Começo a conhecer-me. Não existo.

Começo a conhecer-me. Não existo.
Sou o intervalo entre o que desejo ser e o que os outros me fizeram,
Ou metade desse intervalo, porque também há vida...
Sou isso, enfim...


Álvaro de Campos

sábado, 18 de outubro de 2008

Viver...

Vive, dizes, no presente,
Vive só no presente.


Mas eu não quero o presente, quero a realidade;
Quero as cousas que existem, não o tempo que as mede.


Alberto Caeiro

Todos Os Dias

Todos os dias agora acordo com alegria e pena.
Antigamente acordava sem sensação nenhuma; acordava.
Tenho alegria e pena porque perco o que sonho
E posso estar na realidade onde está o que sonho.
Não sei o que hei-de fazer das minhas sensações.
Não sei o que hei-de ser comigo sozinho.
Quero que ela me diga qualquer cousa para eu acordar de novo.


Alberto Caeiro

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Sem comentários!...

Louvar o Magalhães a cantar

Professores criaram músicas a louvar o Magalhães e cantaram durante as acções de formação.


No JN de hoje

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Burn After Reading - Trailer


Mais uma obra à irmãos Cohen :-)

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Estou Cansado

Estou cansado, é claro,
Porque, a certa altura, a gente tem que estar cansado.
De que estou cansado, não sei:
De nada me serviria sabê-lo,
Pois o cansaço fica na mesma.
A ferida dói como dói
E não em função da causa que a produziu.



(...)

Álvaro de Campos

A Palidez do Dia


A palidez do dia é levemente dourada.
O sol de inverno faz luzir como orvalho as curvas
Dos troncos de ramos Secos.
O frio leve treme.
(...)
Ricardo Reis

Dias maus...

Há dias em que nada corre bem! (Hoje, foi um desses dias...). É como diz aquela canção do Rui Veloso, "parece que o mundo inteiro se uniu pra nos tramar"... Ok, pronto, o dia correu mal, ponto final parágrafo. Não vale a pena pensar mais nisso. O problema é quando nos damos conta de que já só temos dias maus...

sábado, 11 de outubro de 2008

Educação é Propaganda

"Não há registos, na memória da política da res publica portuguesa, de um Governo que tenha orquestrado uma tal campanha de propaganda baseada na tecnologização do ensino, que só tem paralelo no marketing da venda de produtos de multinacionais, a que o Governo retira os custos e lhes dá os benefícios. Computadores, o Magalhães - falsamente aclamado como o "primeiro portátil luso" -, quadros interactivos, ligações de banda larga, distribuição gratuita a alguns alunos - e nunca à maioria deles, mesmo que carenciados - promovidos por 23 ministros, secretários de Estado, directores-gerais, foram as notícias da educação, num mundo cor-de-rosa, em que o futuro em Portugal será, na perspectiva do primeiro-ministro, o da melhor educação.Só que o primeiro-ministro vive numa realidade virtual, convencido de que o faz-de-conta muda a realidade da educação. Até julgamos que a sua convicção é genuína, mas alguém terá de lhe dizer que, antes das tecnologias nas escolas, os alunos devem saber bem ler, escrever e contar, para depois as dominar, e que este desiderato deve ser validado por exames externos.Depois, a educação básica, obrigatória e gratuita, deveria, pois, possibilitar que todos tivessem, acessíveis e sem custos, os materiais de apoio às aprendizagens. Acrescentamos, ainda, que pouco ou nada resultará desta propaganda, se não se contemplar a formação de todos os docentes nas tecnologias da informação e comunicação (TIC), para rentabilizar as tecnologias, uma vez que a maioria dos jovens possui um domínio superior em relação a grande parte dos docentes.É necessário que os pais e encarregados de educação disponham de suficiente literacia e apetrechamento de competências nas tecnologias, para acompanhar os filhos. O Governo deveria disponibilizar aos pais mais carenciados, que hoje já abrange a classe média portuguesa - os novos pobres da Europa -, o acesso gratuito à Internet. Por último, todos estes itens devem estar garantidos à totalidade das escolas e dos alunos, pois só assim faz sentido o Estado democrático.Como nada disto corresponde à verdade da realidade portuguesa, a propaganda do Governo, na área da educação, pretende não só esconder a falência da sua pseudo-reforma, em que o insucesso está dissimulado pelo facilitismo, como também canalizar para áreas fictícias o descontentamento e desmotivação dos professores. Acena-se com tecnologia de ponta para a educação portuguesa, mas a iliteracia continua a alastrar, ameaçando a salubridade educacional do País.Nesta primeira etapa do ano escolar, o marketing do Governo venceu! Esperamos pelas etapas seguintes que, para já, não auguram nada de bom para a escola, pais e alunos que, deslumbrados pela propaganda do entretenimento tecnológico, se encontram pouco preocupados com a cultura do saber e desenvolvimento das capacidades dos jovens".
Carlos Alberto Chagas no DN Online de hoje

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Saudade...


Porque és assim tão escura, assim tão triste?!
É que, talvez, ó Noite, em ti existe
Uma Saudade igual à que eu contenho!
Saudade que eu sei donde me vem...
Talvez de ti, ó Noite!...Ou de ninguém!...
Que eu nunca sei quem sou, nem o que eu tenho!!
Florbela Espanca

O que se sente...


Quem quer dizer o que sente
Não sabe o que há-de dizer.
Fala: parece que mente...
Cala: parece esquecer...
Fernando Pessoa

sábado, 27 de setembro de 2008

1925 - 2008


Morreu Paul Newman. Os olhos mais azuis da história do Cinema.

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Yuppiiiiiii!




Chegou o Magalhães!!!!!!!

'BORA' AÍ CONFESSAR UNS PECADOS PARA A TV

(...)

No país das aparências que é este nosso Portugal, o Momento da Verdade não poderia ser apresentado pela SIC somente como uma forma de conquistar audiências a qualquer preço. E por isso, vá de lhe despejar sociologia em cima. Teresa Guilherme, Rita Ferro Rodrigues e companhia querem convencer-nos de que aquilo é uma reflexão profunda sobre a sociedade portuguesa, um modo de levar o povo a enfrentar os seus defeitos, uma denúncia corajosa dos pecados da pátria. Mas na verdade, aquilo é antes um monstro de hipocrisia e bafio, moralista como uma encíclica papal. Os desgraçados que para ali vão expor os seus pecados são sucessivamente confrontados com a traição aos santos valores da pátria: o horror do adultério, as sombras edipianas, a vergonha da prostituição, as disfunções familiares. Esqueçam o escândalo fácil. Este novo, tão badalado e supostamente moderno reality show não é um passo em frente em direcção ao que quer que seja - é dez passos atrás. Momento da Verdade é o confessionário do padre de província dos anos 50, pejado de sexo e interditos. Há por ali mais cheiro a naftalina do que no guarda- roupa da minha avó.
João Miguel Tavares no DN de hoje

Tropic Thunder - Tempestade Tropical


Fui ver, ontem. Muito bom.E com um Tom Cruise irreconhecível!!

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

OUTONO



Quando eu nasci

Quando eu nasci
ficou tudo como estava.

Nem homens cortaram veias,
nem o sol escureceu,
nem houve Estrelas a mais...
Somente,
esquecida das dores,
a minha Mãe sorriu e agradeceu.

Quando eu nasci,
não houve nada de novo
senão eu.

As nuvens não se espantaram,
não enlouqueceu ninguém...

Pra que o dia fosse enorme,
bastava
toda a ternura que olhava
nos olhos de minha mãe...

Sebastião da Gama

domingo, 21 de setembro de 2008

CAMANÉ - Um concerto memorável!

Os vídeos e poemas que se seguem são, ainda, reflexo do belíssimo concerto que Camané deu, ontem, no São Mamede em Guimarães. Quando se cantam as palavras de poetas como Fernando Pessoa, Pedro Homem de Mello, David Mourão Ferreira, Teixeira de Pascoaes, etc, o resultado só poderia ser MARAVILHOSO! E foi!

Camané - Quadras


O amor, quando se revela,
Não se sabe revelar.
Sabe bem olhar p´ra ela,
Mas não lhe sabe falar.


Quem quer dizer o que sente
Não sabe o que há-de dizer.
Fala: parece que mente...
Cala: parece esquecer...


Ah, mas se ela adivinhasse,
Se pudesse ouvir o olhar,
E se um olhar lhe bastasse
P´ra saber que a estão a amar!


Mas quem sente muito, cala;
Quem quer dizer quanto sente
Fica sem alma nem fala,
Fica só, inteiramente!



Fernando Pessoa

CAMANÉ - Sei De Um Rio


Sei de um rio
sei de um rio
em que as únicas estrelas
nele sempre debruçadas
são as luzes da cidade

Sei de um rio
sei de um rio
rio onde a própria mentira
tem o sabor da verdade
sei de um rio

Meu amor dá-me os teus lábios
dá-me os lábios desse rio
que nasceu na minha sede
mas o sonho continua

E a minha boca até quando
ao separar-se da tua
vai repetindo e lembrando
sei de um rio
sei de um rio
E a minha boca até quando
ao separar-se da tua
vai repetindo e lembrando
sei de um rio
sei de um rio

Sei de um rio
até quando


Pedro Homem de Mello

Lembra-te Sempre De Mim

Se alguém pedir a teu lado
Que na música de um fado
A noite não tenha fim
-lembra-te logo de mim !
-lembra-te logo de mim!

Se o passado
De repente
Mais presente
Que o presente
Te falar também assim
-lembra-te logo de mim!
-lembra-te logo de mim!

Se a chuva no teu telhado
Repetir o mesmo fado
E a noite não tiver fim
-lembra-te sempre de mim !
-lembra-te sempre de mim !

O dia não tem sentido
Quando estás longe de mim...
Se o dia não tem sentido
Que a noite não tenha fim!
Que a noite não tenha fim!

O dia não tem sentido
Quando estás longe de mim...
Se o dia não tem sentido
Qua a noite não tenha fim!

Se a chuva no teu telhado
Repetir o mesmo fado
E anoite não tiver fim
-lembra-te sempre de mim!
-lembra-te sempre de mim!
-lembra-te sempre de mim!
-lembra-te sempre de mim!


David Mourão Ferreira

Este Silêncio

Há um silêncio pesado
Que não sei de onde é que vem
Nem sei se lhe chamam fado
Ou que outro nome é que tem

Se canto, não me dói tanto
O coração, magoado
Mas há em tudo o que canto
Este silêncio pesado

Não é mágoa nem saudade
Nem é pena de ninguém
O silêncio que me invade
E não sei de onde é que vem

Silêncio que anda comigo
E que mesmo sem eu querer
Diz através do que eu digo
O que eu não posso dizer

Este silêncio pesado
Que me suspende e sustém
Não sei se lhe chamam fado
Ou que outro nome é que tem

Se com palavras se veste
A alegria e pranto
Então que silêncio é este
Qua há em tudo o que eu canto



Manuela de Freitas

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Desabafo...

Por este andar, qualquer dia, mudo-me de vez para a escola...Para além das actividades lectivas, tenho as actividade de (des)enriquecimento curricular, as reuniões (quase dia sim, dia sim...) e a tão comentada Avaliação de Desempenho que, de tão burocrática, se torna praticamente impossível de pôr em prática...Ser professor, hoje, é não ter vida própria; é viver em função de Leis e Decretos-Leis que sufocam os professores em burocracias inúteis e que apenas promovem o facilitismo dos alunos. Digam o que disserem as estatísticas, o nosso sistema de ensino está de rastos e só não vê quem não quer (ou não lhe convém ver!...) Enfim, como já dizia Aristóteles (?), "os incultos são mais fáceis de conduzir..."

André Sardet - Adivinha o quanto gosto de ti


Hoje, andei com isto a "martelar-me" o dia todo na cabeça :-)

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

A Ilusão antes da Realidade

"Hoje é mais um dia dedicado ao ilusionismo. Abrem as escolas e algumas têm direito a visita do Estado, desde o PR ao primeiro-ministro. É evidente que as escolas com direito a visita foram escolhidas a dedo. Decerto ninguém estará disponível para mostrar a Cavaco ou a Sócrates escolas sem auxiliares, sem paredes ou desprovidas do elementar papel higiénico. As escolas que vamos ver nos telejornais serão "exemplos" seguros de "progresso" e de "modernidade". Lavadas e recauchutadas para nos fazer crer que estamos num país a sério. A natureza das coisas encarregar-se-á, uma vez encerrado o espectáculo, de devolver a realidade."
João Gonçalves no Portugal dos Pequeninos

Lou Reed - September Songs


Banda sonora do dia...

domingo, 14 de setembro de 2008

Chove

Chove muito, chove excessivamente...
Chove e de vez em quando faz um vento frio...
Estou triste, muito triste, como se o dia fosse eu.

N'um dia no meu futuro em que chova assim também
E eu, à janella, de repente me lembre do dia de hoje,
Pensarei eu «ah n'esse tempo eu era mais feliz»
Ou pensarei «ah, que tempo triste foi aquele»!
Ah, meu Deus, eu que pensarei d'este dia n'esse dia
E o que serei, de que forma; o que me será o passado que
é hoje só presente?...
O ar está mais desagasalhado, mais frio, mais triste
E há uma grande dúvida de chumbo no meu coração...



Álvaro de Campos

Mais um ano lectivo...

Amanhã, regresso à escola. Começo mais um ano lectivo...Então, não é que estou com um "nervoso miudinho", uma ansiedade que não consigo evitar?... Só visto!... Dah!!!

O Poema

O poema me levará no tempo
Quando eu não for a habitação do tempo
E passarei sozinha
Entre as mãos de quem lê

O poema alguém o dirá
Às searas

Sua passagem se confundirá
Com o rumor do mar com o passar do vento

O poema habitará
O espaço mais concreto e mais atento

No ar claro nas tardes transparentes
Suas sílabas redondas

(Ó antigas ó longas
Eternas tardes lisas)

Mesmo que eu morra o poema encontrará
Uma praia onde quebrar as suas ondas

E entre quatro paredes densas
De funda e devorada solidão
Alguém seu próprio ser confundirá
Com o poema no tempo



Sophia de Mello Breyner

sábado, 13 de setembro de 2008

Savage Garden - I Knew I Loved You


I Knew I loved you before I met you
I tinhk I dreamed you into my life
I Knew I loved you before I met You
I have been waiting all my life

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Tenho tanto sentimento

Tenho tanto sentimento
Que é frequente persuadir-me
De que sou sentimental,
Mas reconheço, ao medir-me,
Que tudo isso é pensamento,
Que não senti afinal.

Temos, todos que vivemos,
Uma vida que é vivida
E outra vida que é pensada,
E a única vida que temos
É essa que é dividida
Entre a verdadeira e a errada.

Qual porém é a verdadeira
E qual errada, ninguém
Nos saberá explicar;
E vivemos de maneira
Que a vida que a gente tem
É a que tem que pensar.


Fernando Pessoa

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

WALL.E



Finalmente, fui ver (tinha de ser, claro:-)
É impossível não fazer comparações com o E.T
de Spilberg (claro!) mas, também, me trouxe à
memória o "Principezinho" de Saint-Exupéry!

Eles não são fotogénicos

(...) Andamos todos a render-nos à filosofia da "gente bonita", que há muito tomou conta das revistas cor-de-rosa. E é aí que bate o ponto: os deficientes "não tem uma imagem que cative". Privados de fotogenia - pior: de telegenia - ficam de fora, como se devessem ser afastados no nosso olhar. São "descobertos" apenas de quatro em quatro anos, quando a chama paralímpica se acende. Na melhor das hipóteses, alguém se lembra deles para a obrigatória efeméride, um qualquer Dia do Deficiente. (...)


Paulo Martins no JN de hoje

terça-feira, 9 de setembro de 2008

HÁ MESMO CASOS DE GAJOS QUE CHEGAM À UNIVERSIDADE E SABEM ESCREVER O NOME TODO PÁ

Chumbos no básico e secundário atingiram este ano o valor mais baixo da última década.


via blogue dos marretas

Os Pais e as listas de material escolar...

A caminho da escola, ouço, na rádio, o presidente da Confederação de Pais considerar "um ultraje" a lista de material escolar que as escolas públicas estão a pedir. Este discurso enoja-me! Sim, porque os mesmos pais que reclamam por gastar 50 euros nos manuais escolares são os mesmos que compram para os filhos as Play Stations, as XBOX's e os telemóveis última geração ... Tudo coisas muito baratas, claro, nada que se compare com uma lista de material escolar!...
Já agora, aqui vai a lista de material que pedia aos meus alunos:

- Caderno pautado A4
- Lápis
- Caneta azul
- Borracha
- Afia
- Régua
- Tesoura
- Compasso
- Dicionário
- Lápis de cor
*Um verdadeiro ultraje esta lista!...

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Mar de Mágoa...


E a vastidão do Mar, toda essa água
Trago-a dentro de mim num mar de Mágoa!
E a noite sou eu própria! A Noite escura!!
Florbela Espanca

Pensamento do dia...

Tal como uma imagem, também, por vezes, o silêncio vale mais que mil palavras!...

domingo, 7 de setembro de 2008

Gotan Project - Santa Maria (Del Buen Ayre)


Quem conhece, enjoy it, quem não conhece, ouça com atenção! Eu gosto muito:-)

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Sugestão para o fim-de-semana...


Ir ao cinema ver Mamma Mia:-)

Desacordo ou desencontro?


Ele diz que nós «discordamos» muitas vezes. Não é verdade; temos quase sempre opiniões parecidas. Acontece que ele é sentimental em matérias em que eu sou frio. E ele é frio em matérias em que eu sou sentimental. Não é um desacordo, é um desencontro.
Pedro Mexia no Estado Civil

Mamma Mia!


Acabo de ver este filme! ADOREI!!!!! ADOREI:-))

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Nostalgias...

Dia cinzento...assim a puxar à nostalgia...O dia perfeito para ficar em casa, confortavelmente instalada no sofá, a ler Florbela Espanca e a ouvir Leonard Cohen... A "dupla" perfeita!...
*Era bom, mas não pode ser, vou estar em reunião o dia todo:-(

Se tu viesses ver-me hoje à tardinha...

Se tu viesses ver-me hoje à tardinha,
A essa hora dos mágicos cansaços,
Quando a noite de manso se avizinha,
E me prendesses toda nos teus barcos...

Quando me lembra: esse sabor que tinha
A tua boca... o eco dos teus passos...
O teu riso de fonte... os teus abraços...
Os teus beijos... a tua mão na minha...

Se tu viesses quando, linda e louca,
Traça as linhas dulcíssimas dum beijo
E é de seda vermelha e canta e ri

E é como um cravo ao sol a minha boca...
Quando os olhos se me cerram de desejo...
E os meus braços se estendem para ti...


Florbela Espanca

terça-feira, 2 de setembro de 2008

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Pequena elegia de Setembro

Não sei como vieste,
mas deve haver um caminho
para regressar da morte.

Estás sentada no jardim,
as mãos no regaço cheias de doçura,
os olhos pousados nas últimas rosas
dos grandes e calmos dias de Setembro.

Que música escutas tão atentamente
que não dás por mim?
Que bosque, ou rio, ou mar?
Ou é dentro de ti
que tudo canta ainda?

Queria falar contigo,
dizer-te apenas que estou aqui,
mas tenho medo,
medo que toda a música cesse
e tu não possas mais olhar as rosas.
Medo de quebrar o fio
com que teces os dias sem memória.

Com que palavras
ou beijos ou lágrimas
se acordam os mortos sem os ferir,
sem os trazer a esta espuma negra
onde corpos e corpos se repetem
parcimoniosamente, no meio de sombras?

Deixa-te estar assim,
ó cheia de doçura,
sentada, olhando as rosas,
e tão alheia
que nem dás por mim.



Eugénio de Andrade

As férias chegaram ao fim...

... há que começar a preparar mais um ano lectivo (um ano com muitas novidades!...)

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

O Que Nós Vemos

O que nós vemos das cousas são as cousas.
Por que veríamos nós uma cousa se houvesse outra?
Por que é que ver e ouvir seria iludirmo-nos
Se ver e ouvir são ver e ouvir ?

O essencial é saber ver,
Saber ver sem estar a pensar,
Saber ver quando se vê,
E nem pensar quando se vê
Nem ver quando se pensa.

Mas isso (tristes de nós que trazemos a alma vestida!),
Isso exige um estudo profundo,
Uma aprendizagem de desaprender
E uma sequestração na liberdade daquele convento
De que os poetas dizem que as estrelas são as freiras eternas
E as flores as penitentes convictas de um só dia,
Mas onde afinal as estrelas não são senão estrelas
Nem as flores senão flores,
Sendo por isso que lhes chamamos estrelas e flores.



Alberto Caeiro

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

sábado, 23 de agosto de 2008

Tenho a certeza

Tenho a certeza
De que entre nós tudo acabou.
- Não há bem que sempre dure,
E o meu, bem pouco durou.

Não levantes os teus braços
Para de novo cingir
A minha carne de seda;
- Vou deixar-te, vou partir!

E se um dia te lembrares
Dos meus olhos cor de bronze
E do meu corpo franzino,
Acalma
A tua sensualidade
Bebendo vinho e cantando
Os versos que te mandei
Naquela tarde cinzenta!

Adeus!
Quem fica sofre, bem sei;
Mas sofre mais quem se ausenta!


António Botto

Pensamento do dia...

"A Razão é Contrária à Felicidade".


Kant

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Criminal Minds - Mentes Criminosas


Estou completamente viciada nesta série!

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Festivais de Verão

Haverá terreola neste país que não tenha um?... Estão em todo o lado e são uma verdadeira PRAGA! Que inferno! Dassssssss!

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Coisas que me irritam profundamente quando estou na praia:

  • Vento que nos deixa que nem "croquetes de areia".
  • Pessoas que parece que engoliram uma cassete e falam, falam, falam...mas bem alto pra toda a gente na praia ouvir...
  • Toques (irritantes!) dos telemóveis.
  • Pessoas a falar aos BERROS ao telemóvel.
  • Adolescentes histéricos e mal educados!
  • Falta de civismo (uma constante!)
  • Cães (a culpa é dos donos, claro, que os trazem para a praia...)
  • Mirones.
  • Idiotas que fazem da praia uma discoteca com música aos berros (geralmente, kizomba...)
  • Imbecis que, tendo a praia praticamente toda livre, assentam arraias bem em cima de ti (Ugh! Que raiva!...)
  • Pessoas que não páram de comer o tempo todo que estão na praia!
  • ...

P.S. E agora vou por o protector solar que está na hora de "retomar ao serviço" :-)

domingo, 10 de agosto de 2008

Pensamento do mês...

"Garanto que não conheço melhor definição de Agosto: sabemos como começa mas ninguém sabe como é que acaba".

Pedro Mexia, Estado Civil

quinta-feira, 31 de julho de 2008

Solidão


A solidão desola-me; a companhia oprime-me...
Fernando Pessoa

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Poema 20

Puedo escribir los versos más tristes esta noche.
Escribir, por ejemplo: «La noche está estrellada,
y tiritan, azules, los astros, a lo lejos.»
El viento de la noche gira en el cielo y canta.
Puedo escribir los versos más tristes esta noche.
Yo la quise, y a veces ella también me quiso.
En las noches como ésta la tuve entre mis brazos.
La besé tantas veces bajo el cielo infinito.
Ella me quiso, a veces yo también la quería.
Cómo no haber amado sus grandes ojos fijos.
Puedo escribir los versos más tristes esta noche.
Pensar que no la tengo. Sentir que la he perdido.
Oír la noche inmensa, más inmensa sin ella.
Y el verso cae al alma como al pasto el rocío.
Qué importa que mi amor no pudiera guardarla.
La noche está estrellada y ella no está conmigo.
Eso es todo. A lo lejos alguien canta. A lo lejos.
Mi alma no se contenta con haberla perdido.
Como para acercarla mi mirada la busca.
Mi corazón la busca, y ella no está conmigo.
La misma noche que hace blanquear los mismos árboles.
Nosotros, los de entonces, ya no somos los mismos.
Ya no la quiero, es cierto, pero cuánto la quise.
Mi voz buscaba el viento para tocar su oído.
De otro. Será de otro. Como antes de mis besos.
Su voz, su cuerpo claro. Sus ojos infinitos.
Ya no la quiero, es cierto, pero tal vez la quiero.
Es tan corto el amor, y es tan largo el olvido.
Porque en noches como ésta la tuve entre mis brazos,
Mi alma no se contenta con haberla perdido.
Aunque éste sea el último dolor que ella me causa,
y éstos sean los últimos versos que yo le escribo.



Pablo Neruda

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Melancolia...

"A melancolia é a felicidade de estar triste..."


Hugo , Victor

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Para quê?!

Tudo é vaidade neste mundo vão...
Tudo é tristeza, tudo é pó, é nada!
E mal desponta em nós a madrugada,
Vem logo a noite encher o coração!

Até o amor nos mente, essa canção
Que o nosso peito ri à gargalhada,
Flor que é nascida e logo desfolhada,
Pétalas que se pisam pelo chão!...

Beijos de amor! Pra quê?! ... Tristes vaidades!
Sonhos que logo são realidades,
Que nos deixam a alma como morta!

Só neles acredita quem é louca!
Beijos de amor que vão de boca em boca,
Como pobres que vão de porta em porta!...


Florbela Espanca

terça-feira, 1 de julho de 2008

Complicadex!

Fui alterar a minha morada na carta de condução. Lá levei a fotocópia do B.I + 2 fotos + 12 euros... Ok, pronto, tudo bem! Então e agora, quanto tempo pra receber a carta actualizada? Entre 4 a 6 meses! SEIS MESES?! Merda de país burocrático! Afinal, onde raio está o Simplex de que tanto fala o Governo?... Dasssssssssss!

domingo, 29 de junho de 2008

Sade - By Your Side


Uma das minhas músicas preferidas de sempre...

sexta-feira, 20 de junho de 2008

Mais um ano lectivo que chegou ao fim...

... parece que foi ontem que começou!... O tempo "voa"!!


terça-feira, 27 de maio de 2008

Skank - Vamos Fugir


Vamos fugir
Deste lugar, baby
Vamos fugir
‘Tou cansado de esperar
Que você me carregue
Vamos fugir
Pra outro lugar, baby
Vamos fugir
Pra onde quer que você vá
Que você me carregue



Vamos fugir

Pra outro lugar ao sol
Outro lugar ao Sul
Céu azul, céu azul


Vamos fugir...

sexta-feira, 23 de maio de 2008

Héroes del Silencio-Entre dos tierras


O que eu gosto desta música! E que boas recordações me tráz!Lembra-me um tempo em que fui feliz, muito feliz!Uma boa maneira pra começar o fds: ouvindo esta malha:-)

quarta-feira, 5 de março de 2008

Michael Clayton


Mais um filme a não perder!

sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

In the Valley of Elah


A NÃO PERDER!!! MESMO!!!

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

sábado, 16 de fevereiro de 2008

Hi5

"Três milhões e meio de portugueses conheceram-se na internet através do Hi5. Parece-me um manifesto exagero, mas é muito provável que seja verdade. Os portugueses gostam de si mesmos, mas à distância. Quando estão próximos uns dos outros tendem a considerar que a ficção é muito melhor do que a realidade. A estatística apenas me surpreendeu porque passei algum tempo a imaginar o que dirão, uns aos outros, esses três milhões e meio de portugueses; na maior parte dos casos não conhecem o cheiro uns dos outros nem o tom de voz (se é estridente ou amável), nem as mentiras que as pessoas dizem normalmente. Pela internet, no Hi5, conhecem uma fotografia, uma biografia melhorada e os erros ortográficos uns dos outros. Se pensarmos bem, é uma revolução porque corresponde a quase um terço da população. Antes do Hi5 estávamos sós, irremediavelmente sós, sem comunicação, ignorando-nos? Ou já nos conhecíamos mas preferimos a internet porque, ao perto, somos insuportáveis?"
Francisco José Viegas, no Correio da Manhã de ontem.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Clã - Sexto Andar


Uma canção passou no rádio
E quando o seu sentido
Se parecia apagar
Nos ponteiros do relógio
Encontrou num sexto andar
Alguém que julgou
Que era para si
Em particular
Que a canção estava a falar

E quando a canção morreu
Na frágil onda do ar
Ninguém soube o que ela deu
O que ninguém
estava lá para dar

Um sopro um calafrio
Raio de sol num refrão
...


(Esta manhã, quando ouvi a nova música de Luis Represas,"Sagres" senti-me assim, como se aquela música fosse pra mim, em particular...)




domingo, 6 de janeiro de 2008

«É tão curto o amor, tão longo o esquecimento»


Pablo Neruda

terça-feira, 1 de janeiro de 2008

Receita de Ano Novo

Para você ganhar belíssimo Ano Novo
cor de arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação como todo o tempo já vivido
(mal vivido ou talvez sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser,
novo
até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens?
passa telegramas?)
Não precisa fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar de arrependido
pelas besteiras consumadas
nem parvamente acreditar
que por decreto da esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.
Para ganhar um ano-novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo de novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.


Carlos Drummond de Andrade