Que se f... 2020!

Imagem copiada de: https://www.publico.pt/2020/12/15/fugas/noticia/f-2020-historia-vinho-tambem-arte-1943041

Plenitude

"Vivo a natureza integrado nela, de tal modo que chego a sentir-me, em certas ocasiões, pedra, orvalho, flor ou nevoeiro. Nenhum outro espectáculo me dá semelhante plenitude e cria no meu espírito um sentido tão acabado do perfeito e do eterno..."

Miguel Torga

(Não) Dá uma para a caixa

Em contraponto ao anúncio anterior, este é capaz de ser o pior anúncio de Natal de 2020. Tudo o que não deveria ser o Natal, particularmente, este Natal de 2020, está presente neste anúncio👎.

Canto de Natal

Sem dúvida, o melhor anúncio deste Natal 2020🎄💖.

Um dia triste.

 

Fugir da Solidão

«A gente foge da solidão quando tem medo dos próprios pensamentos.»

Érico Veríssimo

One Minute You're Here

[One minute we're here, next minute we're gone...]

A saudade é um espartilho da alma

A saudade é um verbo estranho

Que se conjuga teimosamente no presente

Um espartilho da alma de aperto sem tamanho

...

João Dórdio

O dilema em que vivemos

Há meses que não dou um abraço à minha mãe. Para mim, esta é a verdadeira tragédia do caos em que vivemos: não podermos partilhar os nossos afetos (como um simples abraço!), apesar deles nunca terem sido tão necessários quanto hoje.

A falta que (nos) fazem as Fadas!

(Con)Finados

A vida transformou-se num eterno "dia de finados".

Sombras

...

Nunca te faltem as palavras 

para enganar as sombras.

Graça Pires

no tempo em que éramos felizes não chovia

 

no tempo em que éramos felizes não chovia.

levantávamo-nos juntos, abraçados ao sol.

as manhãs eram um céu infinito. o nosso amor

era as manhãs. no tempo em que éramos felizes

o horizonte tocava-se com a ponta dos dedos.

as marés traziam o fim da tarde e não víamos

mais do que o olhar um do outro. brincávamos

e éramos crianças felizes. às vezes ainda

te espero como te esperava quando chegavas

com o uniforme lindo da tua inocência. há muito

tempo que te espero. há muito tempo que não vens.

José Luís Peixoto 

Um país, dois sistemas

Festa de luxo privada com centenas de pessoas, sem máscaras e sem distanciamento social, pode realizar-se? Sim, claro que pode! E convívios familiares com mais de cinco pessoas, podem realizar-se? Claro que não! Milhares de pessoas a assistir a uma corrida de Fórmula 1, é possível? Claro que sim! Qual é o mal?... E deslocar-me à minha terra de origem no próximo fim de semana para homenagear os meus entes queridos, posso fazê-lo? Claro que não! Era o que mais faltava! E é isto: um país, dois sistemas. Para alguns, toda a compreensão. Para outros, aplique-se a força da lei.

Os dias vão ficar (ainda) mais sombrios e tristes

[Imagem copiada da internet]

Trago no peito a saudade

Trago no peito a saudade de sorrisos genuínos e abraços acolhedores.

Ghosts

🎧🎶🎸

A memória é uma ferida que lateja

A memória é uma ferida que lateja e para a qual não há tratamento para aliviar a dor.

Viagem

Tanta delicadeza numa só música!💖 

Que raio de mundo!

Que raio de mundo é este onde se decapita um professor por exercer o seu dever de ensinar? Que raio de mundo é este onde se castiga um aluno por partilhar o lanche com um colega? Que raio de mundo é este onde nos querem obrigar a instalar uma app no telemóvel, pondo, assim, em causa, a nossa liberdade individual? Que raio de mundo é este que abandona à sua sorte milhares de doentes de diferentes patologias em prol de apenas uma, a COVID-19? Sim, é verdade que vivemos tempos difíceis, mas, que raio!, há vida para além da COVID, porra! Há que seguir em frente, tomando as devidas precauções, claro, mas seguir em frente! Infelizmente, pior que o vírus da COVID, é o vírus do medo que, insidiosamente, vai servindo de pretexto para tudo, nomeadamente, para o autoritarismo e a barbárie. 

Que é feito da nossa liberdade de escolha?

Mas alguém me pode OBRIGAR a instalar uma app (ou seja lá o que for!) no MEU telemóvel?! No way!

E por vezes

E por vezes as noites duram meses

E por vezes os meses oceanos

E por vezes os braços que apertamos

nunca mais são os mesmos. E por vezes

encontramos de nós em poucos meses

o que a noite nos fez em muitos anos.

...

David Mourão-Ferreira

Tô

[tô estudando/pa saber ignorar]

Há capas e capas...

Esta capa da Time está espectacular!👋

Ser Professor

Jô Soares

O meu Óscar de estimação

🐕

Oxalá os humanos fossem capazes de dizer por palavras o que estas criaturas são capazes de (nos) dizer com o olhar. 

Saudades de viajar...

😢

Café & música

[Duas coisas que melhoram qualquer dia😄]

 

Adeus, querido Quino!

💔

Racismo

Elogiar um canal de televisão porque (imagine-se!) teve a "coragem" de colocar um jornalista preto a apresentar as notícias, como se o profissional em causa não tivesse sido escolhido pela sua competência e mérito mas em função da cor da sua pele, desculpem-me a franqueza, mas é duma condescendência deplorável.

Galleon Ship

A voz inspiradora e mágica para tempos pouco inspiradores e mágicos.

A minha saudade tem o mar aprisionado

Isto que sinto

Cresce em mim esta sensação de ausência de futuro que me vai tolhendo o discernimento e a capacidade de acreditar num presente com futuro.

Voa

...

Voa pela janela

 De encontro a qualquer sol que te sorria!

Asas? Não precisas:

Vais ao colo das brisas,

Aias da fantasia...

Miguel Torga

Letter To You

Que bela carta (de despedida?) que o Boss nos escreveu.💖

Leave a Light On

Os lugares não se comparam

Os lugares são como as pessoas: não se comparam. Cada um é único e irrepetível.

Voo, em direcção ao oceano eterno

...

vou desfolhando o tempo lentamente,

lendo as memórias que desfilam no meu pensamento.

Na essência do milagre, voo, em direcção ao oceano eterno...

Isabel Faria

September Song

Tudo No Amor

[Música linda...💓]

Fiz uma nova amiga.

🦒❤️

Selvajaria

Ver a Costa Vicentina transformada num parque de campismo/caravanismo selvagem é uma dor de alma! Como é possível que as autoridades competentes não atuem com firmeza, de modo a evitar a ocupação ilegal que está a conduzir à degradação dos espaços e à destruição de habitats, muitos deles, protegidos? Infelizmente, por estas bandas, o crime compensa e tem vista para o mar. Pobre Costa Vicentina! Quem te viu (como eu) e quem te vê!😢

Silêncio azul

💖

Clarão

O que isto é, viver!

Abrir os olhos, ver,

E ser o nevoeiro que se vê!

Nevoeiro ao nascer,

Nevoeiro ao morrer,

E um destino na mão que se não lê...

Miguel Torga

Samuel Úria|O Muro

(Foi amor à 1.ª audição:-)

Um Poema

Não tenhas medo, ouve:

É um poema

Um misto de oração e de feitiço...

Sem qualquer compromisso,

Ouve-o atentamente, 

De coração lavado.

Poderás decorá-lo

E rezá-lo

Ao deitar

Ao levantar,

Ou nas restantes horas de tristeza.

Na segura certeza

De que mal não te faz.

E pode acontecer que te dê paz...

Miguel Torga

Segredo

segreda-me a canção dos dias

sem que nos oiça a noite terrível

e deixa que dance em mim a voz,

a voz azul que é o lugar onde

o mundo não pára de nascer.

...

Vasco Gato

Moving On

A little light on❤

A sombra do silêncio

...

[A poesia é a sombra do silêncio.]

Carlos Poças Falcão

Só pra contrariar

[Fartinha deste calor insuportável!🔥]

Is This Love

Bob Marley há-de ser sempre sinónimo de momentos felizes: férias, praia, amigos e discoteca Topas (em Sagres, claro:-) 

Hoje, doem-me as fotografias

Hoje, no meio de um livro de poemas de Florbela Espanca, deparei-me com uma fotografia bem antiga, daquelas fotos que tirávamos nas férias com máquinas fotográficas de "rolo" que, depois, quando regressávamos, levávamos de imediato ao fotógrafo para "revelar" as fotografias.Tantos anos depois, ainda consigo sentir aquela excitação da espera, o suspense!... O momento em que nos entregavam o envelope com as fotos era único. Era uma alegria imensa! Pedaços de nós imortalizados para sempre naquelas películas! Hoje, doem-me os rostos daqueles que nunca mais voltei a ver, a ouvir, a abraçar...Dói-me, sobretudo, a saudade do que ficou por viver. 

Where Do The Children Play?

[Timeless!]

A cura

"A cura para tudo é sempre água salgada: o suor, as lágrimas ou o mar."

Isak Dinesen

A pior de todas as doenças

Como escreve Fernando Pessoa num dos meus poemas preferidos, "Há doenças piores que as doenças". Pior que "este vírus que nos enlouquece" (Bernard-Henry-Lévi), é o medo que nos tolhe e domina. A pior de todas as doenças. O medo. 

Amigo é coisa para se guardar

Para os meus amigos do💝.

Feridas abertas dentro de nós

Há palavras que ficam por dizer e que, com o passar do tempo, se vão transformando em feridas abertas dentro de nós. 

Getting Away With It (All Messed Up)

Com isto em loop na minha cabeça. Uma das músicas/bandas da minha vida.

[Ah! Que saudade de assistir a um bom concerto🎶🎸]

Vem Ter Comigo Aos Aliados

[Abrunhosa na banda sonora do meu dia💙]

Em abono da verdade...

Para pessoas pouco dadas a abraços e beijinhos (como eu!), o distanciamento social é uma bênção!

A voz que sufoca o medo

No vazio absoluto de nós, o silêncio é a voz que (nos) sufoca o medo.

Paciência

Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma

Até quando o corpo pede um pouco mais de alma

A vida não para

Enquanto o tempo acelera e pede pressa

Eu me recuso faço hora vou na valsa

A vida é tão rara

Enquanto todo mundo espera a cura do mal

E a loucura finge que isso tudo é normal

Eu finjo ter paciência

E o mundo vai girando cada vez mais veloz

A gente espera do mundo e o mundo espera de nós

Um pouco mais de paciência

...

No Time To Die

Não sou fã da saga James Bond, mas uma coisa é certa: as bandas sonoras são TOP!

Srebrenica, 25 anos

[Bósnia, agosto de 2018.]

Srebrenica, julho de 1995, Bósnia-Herzegovina. 7.800 homens e rapazes muçulmanos executados num único dia.  O mais grave massacre na Europa desde a segunda guerra mundial. Um dos locais que mais me custou visitar. É preciso lembrar a história para não se repetir o passado. 

A luz do dia

...

Ainda assim por muito sufocante que

seja a realidade, não subestimes 

nunca os sonhos. E aproveita, 

acordada, a luz do dia.

...

Joaquim Pessoa

Solidão consentida

Preciso de solidão tanto quanto preciso do ar que respiro. Companhia, pra mim, é uma questão de escolha, não de necessidade.

Ennio Morricone|1928-2020

"Il Maestro" das mais belas bandas sonoras do cinema de sempre!💔

Canícula insuportável

O calor está para mim como o deserto está para o urso polar. 

Be

"Se o destino é o infinito, o caminho é nas alturas."

Fernão Capelo Gaivota|Richard Bach

A fogueira da melancolia

A saudade é a lenha que alimenta a fogueira da melancolia.

Colapso mental

Sabemos que a nossa sanidade mental está à beira do colapso quando, na rádio, começa a tocar aquela música e, sem qualquer controlo sobre as nossas emoções, desatamos a chorar desalmadamente.

Manifesto Anti-Dois Mil e Vinte

Morra 2020, morra! Pim!

Light

❤

E@D, o resumo

[Beatriz, 2.º ano]

Que o próximo ano letivo nos traga de volta o ensino presencial (ou vamos todos dar em doidos...).

O silêncio que tanto (me) diz

Memória

[Somos só memória à espera de não ser esquecida.]

Summertime

O que sempre quis

...

O que sempre quis

Para falar verdade

Foi ter asas a sério

E desvendar o mistério

Da eternidade

Alice Queiroz

D'A cor do invisível

Não vem de ti essa tristeza

Mas das mudanças do tempo,

Que ora nos traz esperanças

Ora nos dá incerteza...

Mario Quintana

"Regresso à normalidade"

A bola e as tretas patrióticas da praxe. Próximo passo: colocar a bandeira portuguesa à janela como símbolo do nosso patriotismo?

Desalento

O desalento é uma ferida que lateja e que, insidiosamente, vai tomando conta de nós até nos tolher o pensar.

O sal da língua

(Imagem copiada da internet)

As palavras de Eugénio nunca estarão gastas porque são tecidas de luz e manhãs claras, e sabem a amoras bravas no verão. Mesmo quando nos ferem, cruéis, como punhais, as palavras de Eugénio são urgentes. Apetece correr, navegar, morrer dentro delas. Elas são a casa, o sal da língua.

Distopia

Para a pandemia da COVID-19 ainda há a esperança de se descobrir uma vacina. Já para o movimento pandémico da ignorância e da censura que avança um pouco por todo o Mundo, não vejo qualquer antídoto. É assustador.

Hurt

O essencial é invisível aos olhos

Pureza comungada

...

No rio, corre, parada,

A paisagem reflectida;

Há não sei que voz traída

No silêncio do que é mudo;

A luz parece despida;

E uma alegria incontida

Sorri no rosto de tudo.

Miguel Torga

Ânsia de mar

Excepto estar tudo errado, é assim mesmo: está certo…

Sim, está tudo certo.
Está tudo perfeitamente certo.
O pior é que está tudo errado.
[...]

Álvaro de Campos

Depeche Mode|Heroes

Numa outra vida

[Lucerna, 24 de fevereiro de 2020. Uma eternidade.]

Poemas de mim

Há poemas (de Pessoa, Sophia, Eugénio de Andrade, Florbela Espanca e tantos outros) a que regresso com regularidade e que, de cada vez que os (re)leio, renasço. São uma espécie de breve encontro com a vida. São poemas de mim.

Isto não é vida, porra!

Já não sei o que é dar um passeio para arejar a cabeça, ler um livro ou dormir mais do que um par de horas por noite. Já não sei o que é viver senão enfiada num cubículo em frente a um ecrã de computador. Já não sei o que é não estar disponível 24 horas por dia, 7 dias por semana. Basicamente, já não sei nada sobre nada, mas uma coisa eu sei: isto não é vida, porra! 

É preciso...

[É preciso seguir que o caminho é em frente.]

O futuro perdeu-se no calendário

Eu transmito-te este domingo à tarde,

a voz do vizinho através da parede.

Tu transmites-me a distância que existe

depois do que consigo ver pela janela.

Durante a noite mudou a hora e, no entanto,

continuamos no tempo de ontem.

Como é raro este domingo, não podemos

garantir que amanhã seja segunda-feira.

O futuro perdeu-se no calendário, existe

depois do que conseguimos ver pela janela.

O futuro diz alguma coisa através da parede,

mas não entendemos as palavras.

Lavamos as mãos para evitar certas palavras.

E, mesmo assim, neste tempo raro, repara:

tu e eu estamos juntos neste verso.

O poema é como uma casa, tem paredes

e janelas, é habitado pelo presente.

Olhamo-nos nos olhos pela internet,

estamos verdadeiramente aqui.

O poema é como uma casa,

e a casa protege-nos.

José Luís Peixoto

Silêncio ruidoso

Hoje, passados dois meses desde o seu encerramento, entrei na minha escola pela primeira vez. Um calafrio percorreu-me a espinha... Nunca o silêncio me pareceu tão ruidoso.

Assobia para o lado

..

Não te rales muito bro

Preocupa-te com aquilo

Que é realmente importante

Quanto ao resto, sabes...

Assobia para o lado

Assobia para o lado

A ausência do tempo

Estamos presos nesta ausência do tempo que não nos deixa olhar em frente, numa espécie de negação de futuro.

Devagar a noite poisa

Devagar no jardim a noite poisa

E o bailado dos seu passos

Liberta a minha alma dos seus laços,

Como se de novo fosse criada cada coisa.

Sophia de Mello Breyner Andresen

Estranha forma de vida

Se é para viver no medo, de máscara e viseira, sem poder abraçar, viajar ou ir a um concerto de música, então, de que  vale viver? 

Ainda ontem tinha vinte anos

...

Tenho percebido que o silêncio é de ouro

num mercado de palavras baratas. E que os olhos ricos

em lágrimas são pobres em sono. Que é mais difícil

reconhecer a qualidade que defini-la, e que para ser elogiado

basta que dê um pouco de mim ou até menos

do que um pouco. Sei ainda que, para o pássaro, 

o céu e a árvore têm as mesmas raízes,

que o tempo que amadurece os frutos

amadurece também os homens e, por isso, 

aquilo que perdi continua a ser meu

enquanto o procurar.

Joaquim Pessoa

«Minha pátria é a língua portuguesa.»

(Fernando Pessoa, in Livro do Desassossego)

Neste Dia Mundial da Língua Portuguesa, recordo uma das palavras mais bonitas da nossa Língua: a palavra SAUDADE! A saudade não se diz, sente-se. Por estes dias, então, sente-se mais do que nunca! Sente-se nos versos dos poetas, nos cantares do nosso povo, no Fado, na literatura... A Saudade é o sal da nossa Língua. Ela identifica-nos como povo, está na nossa génese.Talvez por isso, ela não exista em mais nenhuma Língua. A saudade tem uma Pátria: a Língua Portuguesa. E mais nenhuma.

Andam palavras na noite

Andam palavras na noite

Cansadas de me chamar.

Trago os meus lábios salgados

E algas no paladar.

Eu sou um grande oceano

Que só fala a voz do mar!

Mas já sinto o mar cansado

De pedir o luar ao céu

Que a Noite não lhe quer dar!

Natália Correia

Mother

[Versos de Pessoa e música de Mário Laginha. Beautiful!💖]

Poema à (minha) mãe

...

Não me esqueci de nada, mãe.

Guardo a tua voz dentro de mim.

E deixo-te as rosas.

Boa noite. Eu vou com as aves.

Eugénio de Andrade