quinta-feira, 30 de dezembro de 2010
Avec le temps...
Avec le temps...
Avec le temps, va, tout s'en va
On oublie le visage et l'on oublie la voix
Le cœur, quand ça bat plus, c'est pas la peine d'aller
Chercher plus loin, faut laisser faire et c'est très bien
Avec le temps...
Avec le temps, va, tout s'en va
L'autre qu'on adorait, qu'on cherchait sous la pluie
L'autre qu'on devinait au détour d'un regard
Entre les mots, entre les lignes et sous le fard
D'un serment maquillé qui s'en va faire sa nuit
Avec le temps tout s'évanouit
Avec le temps...
Avec le temps, va, tout s'en va
Même les plus chouettes souv'nirs ça t'as une de ces gueules
A la gal'rie j'farfouille dans les rayons d'la mort
Le samedi soir quand la tendresse s'en va toute seule
Avec le temps...
Avec le temps, va, tout s'en va
L'autre à qui l'on croyait pour un rhume, pour un rien
L'autre à qui l'on donnait du vent et des bijoux
Pour qui l'on eût vendu son âme pour quelques sous
Devant quoi l'on s'traînait comme traînent les chiens
Avec le temps, va, tout va bien
Avec le temps...
Avec le temps, va, tout s'en va
On oublie les passions et l'on oublie les voix
Qui vous disaient tout bas les mots des pauvres gens
Ne rentre pas trop tard, surtout ne prends pas froid
Avec le temps...
Avec le temps, va, tout s'en va
Et l'on se sent blanchi comme un cheval fourbu
Et l'on se sent glacé dans un lit de hasard
Et l'on se sent tout seul peut-être mais peinard
Et l'on se sent floué par les années perdues
Alors vraiment... avec le temps... on n'aime plus
Léo Ferré
terça-feira, 28 de dezembro de 2010
Sophia, sempre!
Não procures verdade no que sabes
Nem destino procures nos teus gestos
Tudo quanto acontece é solitário
Fora de saber fora das leis
Dentro de um ritmo cego inumerável
Onde nunca foi dito nenhum nome.
Sophia de Mello Breyner
Nem destino procures nos teus gestos
Tudo quanto acontece é solitário
Fora de saber fora das leis
Dentro de um ritmo cego inumerável
Onde nunca foi dito nenhum nome.
Sophia de Mello Breyner
quarta-feira, 22 de dezembro de 2010
domingo, 12 de dezembro de 2010
(DAS) UTOPIAS
Se as coisas são inatingíveis... ora!
Não é motivo para não querê-las...
Que tristes os caminhos, se não fora
A presença distante das estrelas!
Mário Quintana
quarta-feira, 8 de dezembro de 2010
terça-feira, 7 de dezembro de 2010
"Whishlist"
Antigamente, escreviam-se cartas ao Menino Jesus. Depois, veio a Coca Cola, e o Menino Jesus foi substituido pelo Pai Natal. Agora, escrevem-se whishlist.
segunda-feira, 6 de dezembro de 2010
domingo, 5 de dezembro de 2010
sexta-feira, 3 de dezembro de 2010
terça-feira, 30 de novembro de 2010
domingo, 28 de novembro de 2010
sábado, 27 de novembro de 2010
O texto que nunca escrevi *
«It is the unwritten book which might have made the difference. Which might have allowed one to fail better. Or perhaps not.»
George Steiner
Digo muitas vezes, tantas que já nem sei se é a sério se a brincar, que a introdução de My Unwritten Books de George Steiner é a coisa mais bonita que já li. Encerra, em poucas, pouquíssimas linhas, a essência cobarde que reside em cada um de nós. Os livros que Steiner nunca escreveu são as declarações de amor que nunca fizemos, são o café que nunca combinámos, são o beijo que sempre tememos. Os livros que Steiner não escreveu são metáfora de todas as nossas frustrações, todos os nossos ‘se’, todas as nossas possibilidades passadas que gostaríamos futuras, na ilusão de que no futuro faríamos diferente. E a introdução de Steiner, que deveria ser conclusão, na verdade, é a elementar evidência de que somos incapazes de não pensar no que teria sido se tivesse sido. Obrigamo-nos a pensar que o mundo, o nosso mundo, teria sido melhor caso tivéssemos escrito o livro que não escrevemos, como se fosse possível fazer tal cálculo. Não é possível. Não sabemos, nunca saberemos o que teria mudado, seja para melhor, seja para pior. O que apenas nos deixa uma alternativa, que sendo única não deveria ter tal nome: olhar para a frente e deixar de pensar na maravilha de vida que nunca tivemos. Até porque - «or perhaps not» - a vida com o livro escrito poderia muito bem ser tão ou mais infeliz que aquela sem livro nenhum.
Digo muitas vezes, tantas que já nem sei se é a sério se a brincar, que a introdução de My Unwritten Books de George Steiner é a coisa mais bonita que já li. Encerra, em poucas, pouquíssimas linhas, a essência cobarde que reside em cada um de nós. Os livros que Steiner nunca escreveu são as declarações de amor que nunca fizemos, são o café que nunca combinámos, são o beijo que sempre tememos. Os livros que Steiner não escreveu são metáfora de todas as nossas frustrações, todos os nossos ‘se’, todas as nossas possibilidades passadas que gostaríamos futuras, na ilusão de que no futuro faríamos diferente. E a introdução de Steiner, que deveria ser conclusão, na verdade, é a elementar evidência de que somos incapazes de não pensar no que teria sido se tivesse sido. Obrigamo-nos a pensar que o mundo, o nosso mundo, teria sido melhor caso tivéssemos escrito o livro que não escrevemos, como se fosse possível fazer tal cálculo. Não é possível. Não sabemos, nunca saberemos o que teria mudado, seja para melhor, seja para pior. O que apenas nos deixa uma alternativa, que sendo única não deveria ter tal nome: olhar para a frente e deixar de pensar na maravilha de vida que nunca tivemos. Até porque - «or perhaps not» - a vida com o livro escrito poderia muito bem ser tão ou mais infeliz que aquela sem livro nenhum.
*Mas que gostaria muito de ter escrito (se soubesse escrever assim, claro...)
quinta-feira, 25 de novembro de 2010
Não, não é (apenas) cansaço...
É uma quantidade de desilusão
Que se me entranha na espécie de pensar,
...
Álvaro de Campos
terça-feira, 23 de novembro de 2010
This Is For My People!
É impossível não nos deixarmos contagiar pela batida (e pela alegria!) desta música. Bora lá meter o volume no máximo e cantar: "This is for my people/My people from yesterday/This is for my people/ My people along the way..."
segunda-feira, 22 de novembro de 2010
domingo, 21 de novembro de 2010
Já ouvi e gostei. Muito!
sábado, 20 de novembro de 2010
sexta-feira, 19 de novembro de 2010
"Carneirinhos"
O "carneirismo facebookiano" é uma coisa impressionante. Pede-se aos utilizadores para substituirem a sua foto de perfil por um boneco de BD e toda a gente segue as ordens que nem carneirinhos. Méééééééé!!!!!!!
quinta-feira, 11 de novembro de 2010
quarta-feira, 10 de novembro de 2010
Ainda sabemos cantar
Ainda sabemos cantar,
só a nossa voz é que mudou:
somos agora mais lentos,
mais amargos,
e um novo gesto é igual ao que passou.
Um verso já não é a maravilha,
um corpo já não é a plenitude.
Eugénio de Andrade
só a nossa voz é que mudou:
somos agora mais lentos,
mais amargos,
e um novo gesto é igual ao que passou.
Um verso já não é a maravilha,
um corpo já não é a plenitude.
Eugénio de Andrade
sábado, 6 de novembro de 2010
Seal - Secret
Na semana passada, postei este vídeo. Eliminei-o, acidentalmente, mas cá está ele de novo (porque músicas lindas, como esta, não devem ser eliminadas, pois não?...)
quinta-feira, 4 de novembro de 2010
Numa palavra: ESPECTACULAR!
Sem dúvida, o melhor concerto que já vi (e olha que já vi muitos!) Ele tem tudo: charme, sentido de humor, à vontade, alegria, sarcasmo q.b e, claro, talento, muito talento. Confesso que superou as minhas expectativas. Valeu a pena o esforço! (sim, fazer 9 horas de viagem e ir trabalhar com uma directa em cima, não foi fácil, mas, como se costuma dizer, quem corre por gosto não cansa:-)
domingo, 31 de outubro de 2010
sexta-feira, 29 de outubro de 2010
Blogues ou Facebook?
Blogues, claro! Sem dúvida nenhuma. Já aqui disse e repito: não gosto do Facebook. Não me cativa nem um pouco. Passo por lá de vez em quando e, francamente, acho tudo uma treta. Já em relação aos blogues, a história é outra. Tenho alguns que leio (quase) diariamente, outros mais esporadicamente (e outros que basta ler a primeira frase para nunca mais lá voltar). Gosto de bloggers que escrevam bem, com sentido de humor e, sobretudo, que me digam alguma coisa. Não tenho pachorra para os chamados "blogues cor-de-rosa" ou "blogues de gaja". (Mas que fetiche é este que o mulherio tem por sapatos, porra!...) Também não gosto de blogues com música de fundo, bonequinhos fofinhos, florzinhas e mais não sei o quê. Irritam-me profundamente. (Sim, eu sei, sou muito esquisita!) E pronto, para concluir, Blogues 1-Facebook 0.
quinta-feira, 28 de outubro de 2010
Muse - Undisclosed Desires
O que eu gosto desta banda! Ultimamente, então, não ouço outra coisa. São uma espécie de banda sonora dos meus dias.
segunda-feira, 25 de outubro de 2010
"Sem mais filosofia:
um homem que vai morrendo a cuidar das flores tem o direito a ser enganado".
Filipe Nunes Vicente no Mar Salgado:
Filipe Nunes Vicente no Mar Salgado:
Esta frase comoveu-me de tal maneira que, desde que a li, nunca mais me saiu do pensamento. É tão verdadeira. E de uma sensibilidade tal que não consigo dizê-la sem sentir um nó na garganta. E chorar. Chorar por quem já cá não está para cuidar das flores.
sexta-feira, 22 de outubro de 2010
Ó gentinha irritante!
Como me irritam aquelas pessoas que andam sempre com cara de desgraçadinhas, falam com aquela vozinha que mal se ouve (nunca levantam a voz, que raiva!) e passam a vida a dizer que não têm sorte nenhuma, coitadinhas!...
sexta-feira, 15 de outubro de 2010
quarta-feira, 13 de outubro de 2010
sábado, 9 de outubro de 2010
"Soube-me que nem um figo"...
sexta-feira, 8 de outubro de 2010
segunda-feira, 4 de outubro de 2010
Desabafo.
Em mais de vinte anos de trabalho, nunca me tinha sentido assim: saturada, desiludida, cansada... Só me apetece desaparecer. Evadir-me. Fugir. Do barulho. Da burrice. Da falta de educação (dos alunos e dos pais). Das reuniões (intermináveis!) Da burocracia (que não pára de aumentar...) Da ingratidão. Da incompetência. De tudo!
sexta-feira, 24 de setembro de 2010
O que há em mim é sobretudo cansaço.
quinta-feira, 23 de setembro de 2010
Outono
Ninguém cheira melhor
nestes dias
do que a terra molhada: é outono.
Talvez por isso a luz,
Como quem gosta de falar
da sua vida, se demora à porta,
ou então passa as tardes à janela
confundindo o crepúsculo
com as ruínas
de cal mordidas pelas silvas.
Quando se vai embora o pano desce
rapidamente.
Eugénio de Andrade
nestes dias
do que a terra molhada: é outono.
Talvez por isso a luz,
Como quem gosta de falar
da sua vida, se demora à porta,
ou então passa as tardes à janela
confundindo o crepúsculo
com as ruínas
de cal mordidas pelas silvas.
Quando se vai embora o pano desce
rapidamente.
Eugénio de Andrade
quinta-feira, 16 de setembro de 2010
E pronto, é hoje...
Outra Voz Primeira actuação ao vivo do projecto "Outra Voz":22h - hoje (quinta feira - 16.09)Paço dos Duques - entrada gratuitahttp://www.guimaraes2012.pt/noticia.php?id=176&p=1&y=2010&m=09
quarta-feira, 1 de setembro de 2010
Mas porquê tanta polémica?...
É apenas marketing criativo, senhores! Só a tacanhez de espírito pode ver algo diferente nesta campanha, nomeadamente, uma afronta ao turismo algarvio. Dahhhhh!!
terça-feira, 31 de agosto de 2010
sábado, 28 de agosto de 2010
quarta-feira, 25 de agosto de 2010
terça-feira, 24 de agosto de 2010
Sagres
(Ponta de Sagres)
Vinha de longe o mar...
Vinha de longe, dos confins do medo...
Mas vinha azul e brando, a murmurar
Aos ouvidos da terra um cósmico segredo.
E a terra ouvia, de perfil agudo,
A confidencial revelação
Que iluminava tudo
Que fora bruma na imaginação.
Era o resto do mundo que faltava
(Porque faltava mundo!).
E o agudo perfil mais se aguçava,
E o mar jurava cada vez mais fundo.
Sagres sagrou então a descoberta
Por descobrir:
As duas margens de certeza incerta
Teriam de se unir!
Miguel Torga
segunda-feira, 23 de agosto de 2010
sexta-feira, 20 de agosto de 2010
As férias e as fotos.
As (minhas) férias também se medem pela quantidade de fotos tiradas. (No meu caso, costumam ser algumas centenas!...) Pois bem, este ano, até ao momento, tirei umas dez (no máximo). Está tudo dito.
segunda-feira, 16 de agosto de 2010
Só neste país!
O que se está a passar na Costa Vicentina é um crime. De ano para ano, a degradação é mais evidente e notória. As caravanas tomaram conta da paisagem. As praias, outrora verdadeiros paraísos na terra, transformaram-se em parques de campismo para os turistas estrangeiros (nomeadamente, espanhóis e alemães) que aí montam as suas tendas enormes, ocupando, assim, o pouco areal que ainda resta. O barulho é constante e há lixo por todo o lado. Como é que se permite este tipo de coisas numa zona (dita!) protegida? Como é possível que as autoridades não façam nada e permitam este turismo de merda? Que raio de país é este que assiste, impávido e sereno, à destruição deste paraíso natural? É inadmissível! Só neste país!...
quarta-feira, 11 de agosto de 2010
Talvez as piores férias de sempre...
Correcção: são mesmo as piores férias de sempre! E por aqui me fico.
quarta-feira, 4 de agosto de 2010
Férias enguiçadas...
Este ano, não há meio de ir de férias. Ele é consultas médicas, casamentos, baptizados... Como se isso não bastasse, hoje, surgiu mais um problema de saúde (passei o dia no hospital). Estou a antibióticos (uma catrafada deles!) e o médico, apesar de não me "proibir" ir de férias, aconselhou-me a evitar a exposição ao sol. Ora, se não posso apanhar sol, não posso ir para a praia, logo, para quê ir de férias?... Quer dizer, vou fazer 600 km de viagem para ficar metida em casa?... Grrrrrrrrrrrr!!!!
sexta-feira, 30 de julho de 2010
Pensar de pernas para o ar
é uma grande maneira de pensar
com toda a gente a pensar como toda a gente
ninguém pensava nada diferente
Que bom é pensar em outras coisas
e olhar para as coisas noutra posição
as coisas sérias que cómicas que são
com o céu para baixo e para cima o chão
Manuel António Pina
com toda a gente a pensar como toda a gente
ninguém pensava nada diferente
Que bom é pensar em outras coisas
e olhar para as coisas noutra posição
as coisas sérias que cómicas que são
com o céu para baixo e para cima o chão
Manuel António Pina
quinta-feira, 29 de julho de 2010
(Tele)visão
Agora que passo mais tempo em casa, de vez em quando, vou fazendo zapping pelos vários canais de televisão e, devo confessar, é confrangedor ver tanto lixo televisivo. Ele é apresentadoras aos gritos que mais parecem as vendedoras do "Bullhon"; ele é comentadores do social que mais parecem personagens saídos de um qualquer filme de terror; ele é "famosos" (???) que elaboram tops interessantíssimos do género: "O careca mais sexy", ou "O bronzeado mais bonito" ou ainda" Vivo sozinha com o meu animal de estimação e sou muito feliz assim". Isto, nas televisões generalistas. No Cabo, na SIC Notícias, RTP-N, TVI24..., são sempre as mesmas notícias e os mesmos conteúdos repetidos e comentados até à exaustão pelos paineleiros de serviço. Na Fox, FoxLife, AXN... são repetições atrás de repetições das mesmas séries. E é isto o dia todo! Mas pronto, só vê quem quer, não é verdade?... Bom proveito.
quarta-feira, 28 de julho de 2010
segunda-feira, 26 de julho de 2010
Por razões que agora não vêm ao caso, registei-me no Facebook e, tal como já desconfiava, não me rendi (nem um pouco!) aos seus encantos. Pelo contrário! Pra mim, aquilo não passa de um espaço de exposição e cusquice onde as pessoas vão debitando pensamentos ocos e banais. Não fiquei fã. De todo.
sábado, 24 de julho de 2010
Estou a frequentar a Oficina intensiva de experimentação, exploração e criação vocal "Outra Voz", uma das várias iniciativas levadas a cabo no âmbito de Guimarães 2012 - Capital Europeia da Cultura. Com este calor, se calhar, estava(-se) melhor na praia ou na piscina, mas, como se costuma dizer "quem corre por gosto não cansa...". Está a ser muito giro:-)
sexta-feira, 23 de julho de 2010
quinta-feira, 22 de julho de 2010
segunda-feira, 12 de julho de 2010
Viver sempre também cansa!
Viver sempre também cansa!
O sol é sempre o mesmo e o céu azul
ora é azul, nitidamente azul,
ora é cinza, negro, quase verde...
Mas nunca tem a cor inesperada.
O Mundo não se modifica.
As árvores dão flores,
folhas, frutos e pássaros
como máquinas verdes.
As paisagens também não se transformam.
Não cai neve vermelha,
não há flores que voem,
a lua não tem olhos
e ninguém vai pintar olhos à lua.
Tudo é igual, mecânico e exacto.
Ainda por cima os homens são os homens.
Soluçam, bebem, riem e digerem
sem imaginação.
E há bairros miseráveis, sempre os mesmos,
discursos de Mussolini,
guerras, orgulhos em transe,
automóveis de corrida...
E obrigam-me a viver até à Morte!
Pois não era mais humano
morrer por um bocadinho,
de vez em quando,
e recomeçar depois, achando tudo mais novo?
Ah! se eu pudesse suicidar-me por seis meses,
morrer em cima dum divã
com a cabeça sobre uma almofada,
confiante e sereno por saber
que tu velavas, meu amor do Norte.
Quando viessem perguntar por mim,
havias de dizer com teu sorriso
onde arde um coração em melodia:
"Matou-se esta manhã.
Agora não o vou ressuscitar
por uma bagatela."
E virias depois, suavemente,
velar por mim, subtil e cuidadosa,
pé ante pé, não fosses acordar
a Morte ainda menina no meu colo...
José Gomes Ferreira
O sol é sempre o mesmo e o céu azul
ora é azul, nitidamente azul,
ora é cinza, negro, quase verde...
Mas nunca tem a cor inesperada.
O Mundo não se modifica.
As árvores dão flores,
folhas, frutos e pássaros
como máquinas verdes.
As paisagens também não se transformam.
Não cai neve vermelha,
não há flores que voem,
a lua não tem olhos
e ninguém vai pintar olhos à lua.
Tudo é igual, mecânico e exacto.
Ainda por cima os homens são os homens.
Soluçam, bebem, riem e digerem
sem imaginação.
E há bairros miseráveis, sempre os mesmos,
discursos de Mussolini,
guerras, orgulhos em transe,
automóveis de corrida...
E obrigam-me a viver até à Morte!
Pois não era mais humano
morrer por um bocadinho,
de vez em quando,
e recomeçar depois, achando tudo mais novo?
Ah! se eu pudesse suicidar-me por seis meses,
morrer em cima dum divã
com a cabeça sobre uma almofada,
confiante e sereno por saber
que tu velavas, meu amor do Norte.
Quando viessem perguntar por mim,
havias de dizer com teu sorriso
onde arde um coração em melodia:
"Matou-se esta manhã.
Agora não o vou ressuscitar
por uma bagatela."
E virias depois, suavemente,
velar por mim, subtil e cuidadosa,
pé ante pé, não fosses acordar
a Morte ainda menina no meu colo...
José Gomes Ferreira
domingo, 11 de julho de 2010
Sacode as nuvens
Sacode as nuvens que te poisam nos cabelos,
Sacode as aves que te levam o olhar.
Sacode os sonhos mais pesados do que as pedras.
Porque eu cheguei e é tempo de me veres,
Mesmo que os meus gestos te trespassem
De solidão e tu caias em poeira,
Mesmo que a minha voz queime o ar que respiras
E os teus olhos nunca mais possam olhar.
Sophia de Mello Breyner
Sacode as aves que te levam o olhar.
Sacode os sonhos mais pesados do que as pedras.
Porque eu cheguei e é tempo de me veres,
Mesmo que os meus gestos te trespassem
De solidão e tu caias em poeira,
Mesmo que a minha voz queime o ar que respiras
E os teus olhos nunca mais possam olhar.
Sophia de Mello Breyner
segunda-feira, 5 de julho de 2010
sábado, 3 de julho de 2010
Embirro...
... com a língua alemã. É que não a suporto! Irrita-me e enerva-me profundamente. Eu sei, é uma parvoíce, mas, que querem, não consigo evitar esta antipatia linguística. No oposto, está a língua italiana que adoro, adoro, adoro!
sábado, 26 de junho de 2010
Lua Adversa
Tenho fases, como a lua
Fases de andar escondida,
fases de vir para a rua...
Perdição da minha vida!
Perdição da vida minha!
Tenho fases de ser tua,
tenho outras de ser sozinha.
Fases que vão e que vêm,
no secreto calendário
que um astrólogo arbitrário
inventou para meu uso.
E roda a melancolia
seu interminável fuso!
Não me encontro com ninguém
(tenho fases, como a lua...)
No dia de alguém ser meu
não é dia de eu ser sua...
E, quando chega esse dia,
o outro desapareceu...
Cecília Meireles
sexta-feira, 25 de junho de 2010
segunda-feira, 21 de junho de 2010
Poesia
A propósito do Plano Nacional de Leitura (PNL), dizia-me, hoje, uma colega minha que nunca escolhe obras poéticas porque detesta poesia. "E os alunos também!", acrescentou ela. Pois eu não tenho nada essa opinião. Pelo contrário, acho que gostam e muito! "Isso é porque tu também gostas!", respondeu-me ela. Sim, é verdade, gosto muito! Não imagino a vida sem poesia. Preciso de poesia como preciso de respirar, comer, beber, sorrir, chorar,...
domingo, 20 de junho de 2010
sábado, 19 de junho de 2010
Dualismo
Não és bom, nem és mau: és triste e humano...
Vives ansiando, em maldições e preces,
Como se, a arder, no coração tivesses
O tumulto e o clamor de um largo oceano.
Pobre, no bem como no mal, padeces;
E, rolando num vórtice vesano,
Oscilas entre a crença e o desengano,
Entre esperanças e desinteresses.
Capaz de horrores e de ações sublimes,
Não ficas das virtudes satisfeito,
Nem te arrependes, infeliz, dos crimes:
E, no perpétuo ideal que te devora,
Residem juntamente no teu peito
Um demônio que ruge e um deus que chora.
Olavo Bilac
Vives ansiando, em maldições e preces,
Como se, a arder, no coração tivesses
O tumulto e o clamor de um largo oceano.
Pobre, no bem como no mal, padeces;
E, rolando num vórtice vesano,
Oscilas entre a crença e o desengano,
Entre esperanças e desinteresses.
Capaz de horrores e de ações sublimes,
Não ficas das virtudes satisfeito,
Nem te arrependes, infeliz, dos crimes:
E, no perpétuo ideal que te devora,
Residem juntamente no teu peito
Um demônio que ruge e um deus que chora.
Olavo Bilac
terça-feira, 15 de junho de 2010
sexta-feira, 4 de junho de 2010
O Mesmo
(...)
Adiamos tudo, até que a morte chegue.
Adiamos tudo e o entendimento de tudo,
Com um cansaço antecipado de tudo,
Com uma saudade prognóstica e vazia.
Álvaro de Campos
Adiamos tudo, até que a morte chegue.
Adiamos tudo e o entendimento de tudo,
Com um cansaço antecipado de tudo,
Com uma saudade prognóstica e vazia.
Álvaro de Campos
terça-feira, 1 de junho de 2010
Um retrato social
Os meus alunos, se mandassem, acabavam com o trabalho. (Assim, sem mais nem menos!) Seriam todos futebolistas famosos, teriam casas com piscinas e descapotáveis turbo. Ah! E muito importante, "tinham as mulheres que quisessem para dar beijos e assim" (sic). E pronto está tudo dito, não está?... Eu acho que está.
domingo, 30 de maio de 2010
ADENDA (ao penúltimo post):
Fichas por corrigir - 0
Mapas mensais por fazer - 0
PAA (prévio) 2010/2011 - concluído!
P.S. E agora vou ali comer umas deliciosas cerejas que o meu irmão trouxe de Resende, da Festa da Cereja. Eu não pude ir:-(estão a ver porquê...)
ABAIXO A VUVUZELA!
(E, já agora, a Selecção, o Mundial e o diabo que os carregue!)
Sim, porque o som desta porcaria é uma verdadeira tortura! (E eu estou há mais de meia hora a ouvi-lo! Estou capaz de esganar alguém!...Grrrrrrrrrrrrrrrrr!!!)
sábado, 29 de maio de 2010
...
Para hoje, tinha previstas as seguintes actividades: corrigir fichas, fazer os mapas mensais (Refeição, Leite Escolar, AEC's...) e o PAA (prévio) 2010/2011. Grau de cumprimento (até ao momento): zero! Tá lindo!...
sexta-feira, 28 de maio de 2010
quinta-feira, 27 de maio de 2010
Sem comentários.
Há pessoas que confundem falta de educação com frontalidade. E o pior é que elas não percebem isso! (Ou seja, além de mal educadas, também são burrinhas, coitadas...)
quarta-feira, 26 de maio de 2010
Modas...
Os produtos gourmet estão na moda. Ele é iogurtes, chocolates, compotas, massas, azeites, ... Enfim, há de tudo e para todos os gostos. E o que é que distingue um produto gourmet de um produto não gourmet? Será a qualidade? Não. É o preço. Geralmente, custam (os gourmet, claro!) o dobro dos outros...
quarta-feira, 12 de maio de 2010
De modos que é assim:
... tanto reclamei contra a Tolerância de Ponto de amanhã por causa do Papa (já tinha decidido ir trabalhar!) e, vai-se a ver, vou ter mesmo de ficar em casa, ou melhor, no hospital (vou ser internada amanhã). Será isto justiça divina?
terça-feira, 11 de maio de 2010
Continuamos a ser o País dos 3 F's:
Fátima (= Papa)
Fado
& ...
Futebol (futebol, futebol, futebol, futebol...)
Haja pachorra!!!!!!
segunda-feira, 10 de maio de 2010
terça-feira, 4 de maio de 2010
domingo, 2 de maio de 2010
Palavras para a Minha Mãe
mãe, tenho pena. esperei sempre que entendesses
as palavras que nunca disse e os gestos que nunca fiz.
sei hoje que apenas esperei, mãe, e esperar não é suficiente.
pelas palavras que nunca disse, pelos gestos que me pediste
tanto e eu nunca fui capaz de fazer, quero pedir-te
desculpa, mãe, e sei que pedir desculpa não é suficiente.
às vezes, quero dizer-te tantas coisas que não consigo,
a fotografia em que estou ao teu colo é a fotografia
mais bonita que tenho, gosto de quando estás feliz.
lê isto: mãe, amo-te.
eu sei e tu sabes que poderei sempre fingir que não
escrevi estas palavras, sim, mãe, hei-de fingir que
não escrevi estas palavras, e tu hás-de fingir que não
as leste, somos assim, mãe, mas eu sei e tu sabes.
José Luís Peixoto
as palavras que nunca disse e os gestos que nunca fiz.
sei hoje que apenas esperei, mãe, e esperar não é suficiente.
pelas palavras que nunca disse, pelos gestos que me pediste
tanto e eu nunca fui capaz de fazer, quero pedir-te
desculpa, mãe, e sei que pedir desculpa não é suficiente.
às vezes, quero dizer-te tantas coisas que não consigo,
a fotografia em que estou ao teu colo é a fotografia
mais bonita que tenho, gosto de quando estás feliz.
lê isto: mãe, amo-te.
eu sei e tu sabes que poderei sempre fingir que não
escrevi estas palavras, sim, mãe, hei-de fingir que
não escrevi estas palavras, e tu hás-de fingir que não
as leste, somos assim, mãe, mas eu sei e tu sabes.
José Luís Peixoto
sábado, 1 de maio de 2010
domingo, 25 de abril de 2010
3.º Passeio Pedonal & BTT do Marão
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