Como diria uma "certa e determinada pessoa" que "marcou" a blogosfera em 2011, "a passagem de ano é uma cena que não me assiste". Não ligo a mínima ao evento nem às suas (supostas) tradições que, pra mim, confesso, não passam de superstições parvas e ridículas. Mas pronto, se o pessoal gosta de estrear cuecas azuis (ou serão vermelhas? ou douradas?...perdi-me...), dar um salto em cima de uma cadeira (arriscando-se a partir uma perna ou pior...), comer 12 passas, bater panelas ou dar um mergulho nas águas geladas, é lá com eles, nada contra! De modos que é assim: no aconchego do lar (como vai ser o meu caso) ou num dos vários programas de reveillon que se multiplicam de norte a sul do país (eu sugiro Guimarães:-), desejo a todos um Feliz 2012. Fiquem bem.
sábado, 31 de dezembro de 2011
sexta-feira, 30 de dezembro de 2011
domingo, 25 de dezembro de 2011
sábado, 24 de dezembro de 2011
Natal de quê? De quem?
Natal de quê? De quem?
Daqueles que o não têm?
Dos que não são cristãos?
Ou de quem traz às costas
As cinzas de milhões?
Natal de paz agora
Nesta terra de sangue?
Natal de liberdade
Num mundo de oprimidos?
Natal de uma justiça
Roubada sempre a todos?
Natal de ser-se igual
Em ser-se concebido,
Em de um ventre nascer-se,
Em por de amor sofrer-se,
Em de morte morrer-se,
E de ser-se esquecido?
Natal de caridade,
Quando a fome ainda mata?
Natal de qual esperança
Num mundo todo bombas?
Natal de honesta fé,
Com gente que é traição,
Vil ódio, mesquinhez,
E até Natal de amor?
Natal de quê? De quem?
Daqueles que o não têm?
Ou dos que olhando ao longe
Sonham de humana vida
Um mundo que não há?
Ou dos que se torturam
E torturados são
Na crença de que os homens
Devem estender-se a mão?
Jorge de Sena
Daqueles que o não têm?
Dos que não são cristãos?
Ou de quem traz às costas
As cinzas de milhões?
Natal de paz agora
Nesta terra de sangue?
Natal de liberdade
Num mundo de oprimidos?
Natal de uma justiça
Roubada sempre a todos?
Natal de ser-se igual
Em ser-se concebido,
Em de um ventre nascer-se,
Em por de amor sofrer-se,
Em de morte morrer-se,
E de ser-se esquecido?
Natal de caridade,
Quando a fome ainda mata?
Natal de qual esperança
Num mundo todo bombas?
Natal de honesta fé,
Com gente que é traição,
Vil ódio, mesquinhez,
E até Natal de amor?
Natal de quê? De quem?
Daqueles que o não têm?
Ou dos que olhando ao longe
Sonham de humana vida
Um mundo que não há?
Ou dos que se torturam
E torturados são
Na crença de que os homens
Devem estender-se a mão?
Jorge de Sena
quinta-feira, 22 de dezembro de 2011
segunda-feira, 19 de dezembro de 2011
"A burocracia é um gigantesco mecanismo governado por pigmeus."
Honoré de Balzac
Há dois dias que vivo numa espécie de reclusão, atulhada em mapas mensais e relatórios e relatórios de relatórios e registos de avaliação e planos de recuperação e planos de acompanhamento e análise de resultados escolares e mais grelhas de avaliação e mais tabelas e mais grelhas e mais gráficos e mais análise de gráficos e mais relatórios e mais grelhas e mais gráficos...................................
sábado, 17 de dezembro de 2011
domingo, 11 de dezembro de 2011
É que já não há pachorra!
Já não suporto tanto anúncio a telemóveis e perfumes. É demais! Ah! E por favor, chega de Popota e "Sereia" Chaves! É que já não há pachorra (nem pra uma nem pra outra!). Pronto, era só isto. Continuação de bom domingo.
quinta-feira, 8 de dezembro de 2011
Isto só a mim!...
Estava eu, ontem, muito sossegadinha no CAE São Mamede a ver estes dois senhores quando, a meio de um sketch, um deles ( o Eduardo Madeira) diz que vai ao público buscar a "namorada". Bem, quando eu o vejo a descer as escadas em direcção a mim, dá-me a mão e leva-me para o palco, ia-me dando uma coisinha má! Vocês não estão a ver! Eu ( a timidez em pessoa!), no palco, com estes dois malucos?...Completamente em pânico, só conseguia pensar: "SOCORRO! TIREM-ME DAQUI!!!!" Bem, só visto:-)
terça-feira, 6 de dezembro de 2011
Há dias assim...
... dias em que, por mais que tentemos, não conseguimos afastar o nevoeiro de dentro de nós.
domingo, 4 de dezembro de 2011
"Já agora, vale a pena pensar nisto!"
Por mais que os senhores do marketing & publicidade nos tentem convencer do contrário, o verdadeiro espírito de Natal não tem nada a ver com consumismo desenfreado de ocasião. Como diz o poeta José Tolentino de Mendonça, "O Natal não é ornamento: é fermento".
domingo, 27 de novembro de 2011
sábado, 26 de novembro de 2011
Noite
Noite. Noite em nossa roda. Noite aberta.
E encontramos um silêncio imenso,
Um silêncio perfeito que nos esperava desde sempre,
E uma solidão que era a nossa imagem,
E uma profunda esperança,
Como se a noite tremesse
De tocar a aurora.
E encontramos um silêncio imenso,
Um silêncio perfeito que nos esperava desde sempre,
E uma solidão que era a nossa imagem,
E uma profunda esperança,
Como se a noite tremesse
De tocar a aurora.
SOPHIA DE MELLO BREYNER ANDRESEN
sexta-feira, 25 de novembro de 2011
quarta-feira, 23 de novembro de 2011
Pode alguém ser quem não é?
Não sou melhor nem pior do que ninguém, simplesmente, não posso ser quem não sou! E eu não sou o que querem que eu seja. Eu (ainda) acredito em valores como a honestidade, o trabalho ou a simplicidade. Eu (ainda) acredito que as pessoas devem ser avaliadas por aquilo que são e fazem , não por aquilo que aparentam fazer e/ou ser (o que é muito diferente!) Eu (ainda) acredito que todos devem ser tratados com justiça, independentemente da condição social a que pertençam (e da conta bancária que tenham...) Eu (ainda) acredito que é possível ser-se assim. Se eu deixar de acreditar nisto, deixo de ser quem sou! E pode lá alguém ser quem não é? Bem, se calhar, pode. Eu não, obrigada.
terça-feira, 22 de novembro de 2011
Enfim...
Como se já não me bastasse a papelada que tenho pra fazer, ainda fui seleccionada para responder a um inquérito europeu sobre o uso das TIC na Educação.
(Pela primeira vez, será realizado um levantamento das escolas europeias relativamente ao acesso, uso e impacto das tecnologias da informação na aprendizagem. Foi seleccionado para participar e agradecemos antecipadamente a sua cooperação(...) O inquérito estará activo on line de Setembro a Novembro de 2011 e demora cerca de 20 minutos a preencher).
Pois bem, eis o que me é pedido na 25.ª questão (e a razão deste post:-)
Dados
pessoais de carácter geral
|
·
Sexo
25. Indique
por favor se é do sexo:
Assinale
apenas uma casa
|
Feminino
|
|
Masculino
|
segunda-feira, 21 de novembro de 2011
A poesia
Como toda a gente sabe, adoro poesia. Ela é o meu porto de abrigo ou, como diria Joan
Margarit, a minha "casa da misericórdia". Não imagino a (minha) vida sem os poemas de Eugénio de Andrade, Sophia de Mello Breyner, Fernando Pessoa, Florbela Espanca, Pablo Neruda, Carlos Drummond de Andrade e tantos, tantos outros! É por isso que me faz imensa confusão quando ouço alguém dizer(como já ouvi várias vezes), que não gosta de poesia ou que nunca leu um poema. Como é possível tal coisa?... A mim, se me tirassem a poesia, era como se me tirassem o ar que respiro:morreria. A poesia, como diz Eugénio de Andrade, "sabe a pedra amarga, sabe à minha boca".
sábado, 19 de novembro de 2011
A árvore do silêncio
Se a nossa voz crescesse, onde era a árvore?
Em que pontas, a corola do silêncio? ...
Em que pontas, a corola do silêncio? ...
Vitorino Nemésio
Luz Recente
Respiras com cautela a luz
recente.
Deve ter acordado: canta.
Anos e anos adormecida
no fundo da pupila.
Já nem te lembravas
que fora assim tão jovem
e tinha
o nome da alegria.
Agora canta. Canta
em surdina.
Eugénio de Andrade
recente.
Deve ter acordado: canta.
Anos e anos adormecida
no fundo da pupila.
Já nem te lembravas
que fora assim tão jovem
e tinha
o nome da alegria.
Agora canta. Canta
em surdina.
Eugénio de Andrade
quinta-feira, 17 de novembro de 2011
quarta-feira, 16 de novembro de 2011
Não foi este o tempo
Não foi este o tempo para o amor
e agora é tarde,
abandona-me o espírito da vida.
...
Luísa Dacosta
e agora é tarde,
abandona-me o espírito da vida.
...
Luísa Dacosta
terça-feira, 15 de novembro de 2011
Gosto. Muito.
não somos mais
que uma gota de luz
uma estrela que cai
uma fagulha tão só na idade do céu
no somos lo que quisiéramos ser
solo un breve latir
en un silencio antiguo
con la edade del cielo
calma, tudo está em calma
deixa que o beijo dure
deixa que o tempo cure
deixa que alma
tenha a mesma idade que a idade do céu
não somo mais
que um punhado de mar
um gracejo de Deus
um capricho do sol do jardim do céu
no damos pie
entre tanto tic tac
entre tanto big-bang
solo un grano de sal
en el mar del cielo
calma, tudo está em calma
deixa que o beijo dure
deixa que o tempo cure
deixa que alma
tenha a mesma idade que a idade do céu
(Eu)génio.
...
navegar ou cantar, ou simplesmente ser
a cor dum fruto, o peso duma flor;
as palavras mordendo a solidão,
atravessadas de alegria e de terror,
são a grande razão, a única razão.
Eugénio de Andrade
navegar ou cantar, ou simplesmente ser
a cor dum fruto, o peso duma flor;
as palavras mordendo a solidão,
atravessadas de alegria e de terror,
são a grande razão, a única razão.
Eugénio de Andrade
domingo, 13 de novembro de 2011
Rendida!
O concerto foi MA-RA-VI-LHO-SO! Cantei do princípio ao fim. Gritei, ri, dancei... Confesso que não consegui evitar uma lágrima ou outra de vez em quando (sou uma nostálgica, que se há-de fazer?...) Bem, continuando, eles estão melhores do que nunca e a química do grupo continua a mesma de há 35 anos atrás. Foram espectaculares! No fim do concerto, ainda deu para falar com eles, na boa, sem vedetismos de qualquer espécie. Foram, todos, muito simpáticos e prestáveis. Também por isso, obrigada, Trovante, por uma noite memorável!
sábado, 12 de novembro de 2011
"E é amar-te, assim, perdidamente..."
Trovante no Multiusos, daqui a pouco. Eu vou, claro! Vai ser uma espécie de regresso ao passado, (re)vê-los, 22 anos depois do último concerto a que assisti deles, em Lamego, numa bela noite de Agosto... Ah! Saudade!
quinta-feira, 10 de novembro de 2011
Missão Sorriso* 2011
Já comprei (1 para mim e 3 para oferecer), ouvi (várias vezes, diga-se!) e, tal como já tinha acontecido o ano passado, adorei! Acho que não tenho um tema preferido...gosto de todos!
*http://www.youtube.com/watch?v=htv0EsbuTRo
Um "doce de post".
Doce de abóbora com nozes e folhados recheados (com o doce de abóbora). Uma delícia! (Uma dia destes, deixo o ensino e dedico-me à culinária:-)
quinta-feira, 3 de novembro de 2011
Quem me roubou o tempo?
Quem me roubou o tempo que era um
quem me roubou o tempo que era meu
o tempo todo inteiro que sorria
onde o meu Eu foi mais limpo e verdadeiro
e onde por si mesmo o poema se escrevia
quem me roubou o tempo que era meu
o tempo todo inteiro que sorria
onde o meu Eu foi mais limpo e verdadeiro
e onde por si mesmo o poema se escrevia
SOPHIA DE MELLO BREYNER ANDRESEN
terça-feira, 1 de novembro de 2011
segunda-feira, 31 de outubro de 2011
Gelo entre as folhagens
Sei que estou só e gelo entre as folhagens
Nenhuma gruta me pode proteger
Como um laço deslaça-se o meu ser
E nos meus olhos morrem as paisagens.
Desligo da minha alma a melodia
Que inventei no ar. Tombo das imagens
Como um pássaro morto das folhagens
Tombando se desfaz na terra fria.
Nenhuma gruta me pode proteger
Como um laço deslaça-se o meu ser
E nos meus olhos morrem as paisagens.
Desligo da minha alma a melodia
Que inventei no ar. Tombo das imagens
Como um pássaro morto das folhagens
Tombando se desfaz na terra fria.
SOPHIA DE MELLO BREYNER ANDRESEN
sábado, 29 de outubro de 2011
Até Amanhã
Sei agora como nasceu a alegria,
como nasce o vento entre barcos de papel,
como nasce a água ou o amor
quando a juventude não é uma lágrima.
É primeiro só um rumor de espuma
à roda do corpo que desperta,
sílaba espessa, beijo acumulado,
amanhecer de pássaros no sangue.
É subitamente um grito,
um grito apertado nos dentes,
galope de cavalos num horizonte
onde o mar é diurno e sem palavras.
Falei de tudo quanto amei.
De coisas que te dou para que tu as ames comigo:
a juventude, o vento e as areias.
Eugénio de Andrade
como nasce o vento entre barcos de papel,
como nasce a água ou o amor
quando a juventude não é uma lágrima.
É primeiro só um rumor de espuma
à roda do corpo que desperta,
sílaba espessa, beijo acumulado,
amanhecer de pássaros no sangue.
É subitamente um grito,
um grito apertado nos dentes,
galope de cavalos num horizonte
onde o mar é diurno e sem palavras.
Falei de tudo quanto amei.
De coisas que te dou para que tu as ames comigo:
a juventude, o vento e as areias.
Eugénio de Andrade
sexta-feira, 28 de outubro de 2011
Halloween - Essa tradição tão portuguesa!
O que eu (detesto) adoro esta tradição tão portuguesa! Só de pensar que segunda - feira vou passar o dia a "comemorar" esta (merda) festividade, só me apetece gritar de (raiva) alegria.
quinta-feira, 27 de outubro de 2011
terça-feira, 25 de outubro de 2011
A vida é um livro
A vida é um livro
Onde as páginas
São viradas pelo tempo.
Só pelo tempo.
Quem o escreveu?
Paulo Eduardo Campos
Onde as páginas
São viradas pelo tempo.
Só pelo tempo.
Quem o escreveu?
Paulo Eduardo Campos
terça-feira, 18 de outubro de 2011
domingo, 16 de outubro de 2011
A propósito da crise
Toda
a gente culpa apenas os políticos pelo estado a que chegou o país. Sim, é
verdade, eles são os principais culpados e deveriam ser julgados por isso. Mas não
são os únicos! Então, e quem os elegeu, não é culpado também? E os milhares de “chico-espertos” que, durante anos
e anos, beneficiaram de subsídios atrás de subsídios vindos da Comunidade
Europeia para aplicarem na agricultura e que nada fizeram, também não são
culpados? E os que só não burlam e roubam o Estado se não puderem, também não
são culpados? E os que, usando o factor
cunha, encheram os bolsos conseguindo “tachos atrás de tachos”, também não
são culpados? Então, e que dizer daqueles que, podendo trabalhar, não o fazem
porque, convenhamos, é bem melhor ficar em casa a beneficiar do rendimento
mínimo, também não são culpados? E os que fogem aos impostos e não cumprem com
os seus deveres fiscais, também não são culpados? Enfim, o que eu quero dizer
com isto é que, enquanto não mudarmos esta mentalidade do “roube mais quem
puder” e não percebermos que o Estado somos todos nós, não há troyka que nos valha.
sexta-feira, 14 de outubro de 2011
quarta-feira, 12 de outubro de 2011
Tenho em mim todos os sonhos do mundo.
Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.
(...)
Álvaro de Campos, Tabacaria
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.
(...)
Álvaro de Campos, Tabacaria
sexta-feira, 7 de outubro de 2011
Palhaçada...
... é a palavra que me ocorre quando penso na avaliação de professores. (Como eu odeio palhaços e palhaçadas!...)
quarta-feira, 5 de outubro de 2011
Coisas que me tiram do sério: praxes. ODEIO!
Olhem lá senhores "doutores", em que é que humilhar os caloiros os integra de forma saudável no ambiente universitário? E vocês, caloiros, por que raio compactuam com isto?!...
terça-feira, 4 de outubro de 2011
Quem é que?...
Quem é que não finge e ri
Com vontade de chorar?
Quem é que não finge e cala
Com vontade de gritar?
Com vontade de chorar?
Quem é que não finge e cala
Com vontade de gritar?
segunda-feira, 3 de outubro de 2011
O que se sente
Quem quer dizer o que sente
Não sabe o que há-de dizer.
Fala: parece que mente...
Cala: parece esquecer...
Não sabe o que há-de dizer.
Fala: parece que mente...
Cala: parece esquecer...
Fernando Pessoa
sábado, 24 de setembro de 2011
Nem mais.
Uma amiga minha, há bocado, ao telefone, depois de eu lhe dizer que já me mudei para o Centro Escolar, que continuo Coordenadora e que tenho uma turma com 22 alunos repartidos por 3 anos de escolaridade:
-Tás fodida!
sexta-feira, 16 de setembro de 2011
A poesia é o meu "Prozac".
E, ao contrário de qualquer outro ansiolítico, não necessita de prescrição médica, pode ser tomada sem moderação e, acima de tudo, pode e deve causar habituação.
quinta-feira, 15 de setembro de 2011
domingo, 11 de setembro de 2011
Noutros lugares
Não é que ser possível ser feliz acabe,
quando se aprende a sê-lo com bem pouco.
Ou que não mais saibamos repetir o gesto
que mais prazer nos dá, ou que daria
a outrem um prazer irresistível. Não:
o tempo nos afina e nos apura:
faríamos o gesto com infinda ciência.
Não é que passem as pessoas, quando
o nosso pouco é feito da passagem delas.
Nem é também que ao jovem seja dado
o que a mais velhos se recusa. Não.
É que os lugares acabam. Ou ainda antes
de serem destruídos, as pessoas somem,
e não mais voltam onde parecia
que elas ou outras voltariam sempre
por toda a eternidade. Mas não voltam,
desviadas por razões ou por razão nenhuma.
É que as maneiras, modos, circunstâncias
mudam. Desertas ficam praias que brilhavam
não de água ou sol mas solta juventude.
As ruas rasgam casas onde leitos
já frios e lavados não rangiam mais.
E portas encostadas só se abrem sobre
a treva que nenhuma sombra aquece.
O modo como tínhamos ou víamos,
em que com tempo o gesto sempre o mesmo
faríamos com ciência refinada e sábia
(o mesmo gesto que seria útil,
se o modo e a circunstância persistissem),
tornou-se sem sentido e sem lugar.
(...)
Jorge de Sena
quando se aprende a sê-lo com bem pouco.
Ou que não mais saibamos repetir o gesto
que mais prazer nos dá, ou que daria
a outrem um prazer irresistível. Não:
o tempo nos afina e nos apura:
faríamos o gesto com infinda ciência.
Não é que passem as pessoas, quando
o nosso pouco é feito da passagem delas.
Nem é também que ao jovem seja dado
o que a mais velhos se recusa. Não.
É que os lugares acabam. Ou ainda antes
de serem destruídos, as pessoas somem,
e não mais voltam onde parecia
que elas ou outras voltariam sempre
por toda a eternidade. Mas não voltam,
desviadas por razões ou por razão nenhuma.
É que as maneiras, modos, circunstâncias
mudam. Desertas ficam praias que brilhavam
não de água ou sol mas solta juventude.
As ruas rasgam casas onde leitos
já frios e lavados não rangiam mais.
E portas encostadas só se abrem sobre
a treva que nenhuma sombra aquece.
O modo como tínhamos ou víamos,
em que com tempo o gesto sempre o mesmo
faríamos com ciência refinada e sábia
(o mesmo gesto que seria útil,
se o modo e a circunstância persistissem),
tornou-se sem sentido e sem lugar.
(...)
Jorge de Sena
sábado, 10 de setembro de 2011
sexta-feira, 9 de setembro de 2011
quarta-feira, 7 de setembro de 2011
terça-feira, 6 de setembro de 2011
"Mural" da história:
Se queres likes no teu mural do Facebook, escreve frases profundas sobre a vida e a felicidade. Frases como estas, são sucesso garantido:
"A felicidade está sempre ao nosso alcance, bastando apenas o nosso esforço e determinação para conseguí-la".
"Temos que aproveitar cada segundo da nossa vida como se fosse o último".
(Tão lindo! Até estou comovida!...)
Nota: Fotos "documentadas" e vídeos parvos também resultam muito bem.
Sacode as nuvens
Sacode as nuvens que te poisam nos cabelos,
Sacode as aves que te levam o olhar.
Sacode os sonhos mais pesados do que as pedras.
Porque eu cheguei e é tempo de me veres,
Mesmo que os meus gestos te trespassem
De solidão e tu caias em poeira,
Mesmo que a minha voz queime o ar que respiras
E os teus olhos nunca mais possam olhar.
Sophia de Mello Breyner Andresen
Sacode as aves que te levam o olhar.
Sacode os sonhos mais pesados do que as pedras.
Porque eu cheguei e é tempo de me veres,
Mesmo que os meus gestos te trespassem
De solidão e tu caias em poeira,
Mesmo que a minha voz queime o ar que respiras
E os teus olhos nunca mais possam olhar.
Sophia de Mello Breyner Andresen
quinta-feira, 1 de setembro de 2011
Mar de Setembro
Tudo era claro:
céu, lábios, areias.
O mar estava perto,
Fremente de espumas.
Corpos ou ondas:
iam, vinham, iam,
dóceis, leves, só
alma e brancura.
Felizes, cantam;
serenos, dormem;
despertos, amam,
exaltam o silêncio.
Tudo era claro,
jovem, alado.
O mar estava perto,
puríssimo, doirado.
Eugénio de Andrade
domingo, 28 de agosto de 2011
terça-feira, 23 de agosto de 2011
Com medo de voar
(Ando a ouvir isto em repeat...)
Às vezes é tarde demais, para seguir em frente.
Às vezes é cedo demais, para voltar atrás.
O tempo também é inverso, à nossa vontade.
E às tantas o que nos atrai, já não é verdade.
Porque é fácil não estar no lugar marcado,
E é tão fácil seguir o caminho errado.
Às vezes eu não salto com medo de voar,
Às vezes eu não sonho, com medo de acordar.
Às vezes eu não canto, com medo de me ouvir,
Às vezes eu entendo, que é apenas
um momento, e o melhor há-de vir.
...
Às vezes é tarde demais, para seguir em frente.
Às vezes é cedo demais, para voltar atrás.
O tempo também é inverso, à nossa vontade.
E às tantas o que nos atrai, já não é verdade.
Porque é fácil não estar no lugar marcado,
E é tão fácil seguir o caminho errado.
Às vezes eu não salto com medo de voar,
Às vezes eu não sonho, com medo de acordar.
Às vezes eu não canto, com medo de me ouvir,
Às vezes eu entendo, que é apenas
um momento, e o melhor há-de vir.
...
sexta-feira, 19 de agosto de 2011
terça-feira, 2 de agosto de 2011
domingo, 31 de julho de 2011
Colhe o Dia, porque És Ele
Uns, com os olhos postos no passado,
Vêem o que não vêem: outros, fitos
Os mesmos olhos no futuro, vêem
O que não pode ver-se.
Por que tão longe ir pôr o que está perto -
A segurança nossa? Este é o dia,
Esta é a hora, este o momento, isto
É quem somos, e é tudo.
Perene flui a interminável hora
Que nos confessa nulos. No mesmo hausto
Em que vivemos, morreremos. Colhe
O dia, porque és ele.
Ricardo Reis
Vêem o que não vêem: outros, fitos
Os mesmos olhos no futuro, vêem
O que não pode ver-se.
Por que tão longe ir pôr o que está perto -
A segurança nossa? Este é o dia,
Esta é a hora, este o momento, isto
É quem somos, e é tudo.
Perene flui a interminável hora
Que nos confessa nulos. No mesmo hausto
Em que vivemos, morreremos. Colhe
O dia, porque és ele.
Ricardo Reis
sexta-feira, 22 de julho de 2011
quarta-feira, 20 de julho de 2011
segunda-feira, 18 de julho de 2011
Pensamento do dia (neste caso, da tarde).
A melhor maneira de nos protegermos contra as decepções é não criar expectativas.
domingo, 17 de julho de 2011
As amoras
O meu país sabe a amoras bravas
no verão.
Ninguém ignora que não é grande,
nem inteligente, nem elegante o meu país,
mas tem esta voz doce
de quem acorda cedo para cantar nas silvas.
Raramente falei do meu país, talvez
nem goste dele, mas quando um amigo
me traz amoras bravas
os seus muros parecem-me brancos,
reparo que também no meu país o céu é azul.
Eugénio de Andrade
sábado, 16 de julho de 2011
Crise(?)
Olhando para os festivais de verão que se multiplicam de Norte a Sul do país (Optimus Alive, Super Bock Super Rock, Marés-Vivas, Sudoeste...), com bilhetes a esgotar mal são postos à venda, quem diria que estamos em crise.?!
sexta-feira, 15 de julho de 2011
quinta-feira, 14 de julho de 2011
Se fosse hoje,
...a famosa frase de H. Bogart em Casablanca "We'll Always Have Paris", seria algo do género:
- We'll Always Have Facebook.
(Mas não seria a mesma coisa, pois não?:-)
terça-feira, 12 de julho de 2011
segunda-feira, 11 de julho de 2011
sexta-feira, 8 de julho de 2011
De modos que, sobra sempre para os mesmos.
Este "jogo do empurra", quando se trata de atribuir cargos (que ninguém quer, claro!), é muito engraçado. Uns, não podem porque já têm muito trabalho e não têm vida para isto ( e os outros têm, não é verdade?...); outros , porque têm filhos pequenos; outros, porque são de longe; outros , porque não percebem nada do assunto ( e os outros, percebem?...), outros, porque, sejamos francos, são uns incompetentes e, como tal, ninguém os escolhe para nada (sortudos!). De modos que, ano após ano, são sempre as mesmas pessoas (nas quais eu me incluo, infelizmente!) que levam com esta carga de trabalhos em cima. Não é justo. Estou farta disto.
quinta-feira, 7 de julho de 2011
Fix You
When you try your best, but you don't succeed
When you get what you want, but not what you need
When you feel so tired, but you can't sleep
Stuck in reverse
And the tears come streaming down your face
When you lose something you can't replace
When you love someone, but it goes to waste
Could it be worse?
Lights will guide you home
And ignite your bones
And I will try to fix you
...
quarta-feira, 6 de julho de 2011
Constatação
Tenho a certeza que se fosse uma pessoa falsa, baldas e incompetente teria a vida bem mais facilitada.
terça-feira, 5 de julho de 2011
segunda-feira, 4 de julho de 2011
E se?...
E se tivesse dito sim em vez de não? E se tivesse chegado 5 minutos mais cedo naquele dia? E se tivesse ficado em Sagres? E se tivesse mais uma décima naquele teste? E se tivesse tirado outro curso? E se aquele exame médico tivesse sido feito mais cedo? Se, se, se!! Para o bem e para o mal, os "ses" comandam a nossa vida.
Um pouco mais de sol - e fora brasa,
Um pouco mais de azul - e fora além.
Mário de Sá Carneiro
Um pouco mais de sol - e fora brasa,
Um pouco mais de azul - e fora além.
Mário de Sá Carneiro
sábado, 2 de julho de 2011
As aparências (des)iludem.
Certas pessoas fazem-me lembrar aquela fruta de aspecto delicioso que nos faz crescer água na boca (tipo aquelas melancias vermelhinhas, estão a ver:-) e, depois, vai-se a ver, não vale nada, é intragável, vai direitinha para o balde do lixo.
sexta-feira, 1 de julho de 2011
quinta-feira, 30 de junho de 2011
Dia Mundial das Redes Sociais
Ora aqui está um excelente vídeo para comemorar a data e perceber melhor este fenómeno social.
A propósito:
"Em que estás a pensar?..."
terça-feira, 28 de junho de 2011
Mariza - Chuva
As coisas vulgares que há na vida
Não deixam saudades
Só as lembranças que doem
Ou fazem sorrir
Há gente que fica na história
da história da gente
e outras de quem nem o nome
lembramos ouvir...
sábado, 25 de junho de 2011
E o manguito vai para...
quinta-feira, 23 de junho de 2011
Hipocrisia
A maior parte das pessoas que eu conheço obriga os filhos (coitados!) a frequentar a catequese só por causa das festas (1.ª comunhão e comunhão solene). No fundo, estes acontecimentos não passam de verdadeiros desfiles de vaidades para ver quem leva a melhor toilette ou faz a melhor festa (em casa ou num bom restaurante).
quarta-feira, 22 de junho de 2011
segunda-feira, 20 de junho de 2011
domingo, 19 de junho de 2011
sábado, 18 de junho de 2011
Mentalidade(zinha) de merda!
Quando assisto a injustiças como as que presenciei, hoje, fico revoltada. Revoltada com esta mentalidade que só olha para a aparência exterior (de riqueza!) e para o show off e ignora por completo quem, de facto, trabalha e se dedica com alma e coração às coisas que faz. Revolta-me que uns sejam tratados como filhos e outros como enteados só porque não vestem Chanel nem conduzem Mercedes ou BM's. Recuso-me a compactuar com este tipo de mentalidades. Porque eu não sou assim. E porque eu não posso ser quem não sou. Se alguns podem, é lá com eles.
terça-feira, 14 de junho de 2011
sexta-feira, 10 de junho de 2011
domingo, 5 de junho de 2011
Poema da Despedida
Não saberei nunca
dizer adeus
Afinal,
só os mortos sabem morrer
Resta ainda tudo,
só nós não podemos ser
Talvez o amor,
neste tempo,
seja ainda cedo
Não é este sossego
que eu queria,
este exílio de tudo,
esta solidão de todos
Agora
não resta de mim
o que seja meu
e quando tento
o magro invento de um sonho
todo o inferno me vem à boca
Nenhuma palavra
alcança o mundo, eu sei
Ainda assim,
escrevo.
Mia Couto
dizer adeus
Afinal,
só os mortos sabem morrer
Resta ainda tudo,
só nós não podemos ser
Talvez o amor,
neste tempo,
seja ainda cedo
Não é este sossego
que eu queria,
este exílio de tudo,
esta solidão de todos
Agora
não resta de mim
o que seja meu
e quando tento
o magro invento de um sonho
todo o inferno me vem à boca
Nenhuma palavra
alcança o mundo, eu sei
Ainda assim,
escrevo.
Mia Couto
terça-feira, 31 de maio de 2011
segunda-feira, 30 de maio de 2011
domingo, 29 de maio de 2011
Retrato
(...)
Eu não dei por esta mudança,
tão simples, tão certa, tão fácil:
Em que espelho ficou perdida a minha face?
Cecília Meireles
Eu não dei por esta mudança,
tão simples, tão certa, tão fácil:
Em que espelho ficou perdida a minha face?
Cecília Meireles
sábado, 28 de maio de 2011
"Coração não é tão simples quanto pensa,
nele cabe o que não cabe na despensa, cabe o meu amor..."
Gosto disto.
Gosto disto.
sexta-feira, 27 de maio de 2011
Tristeza
Tristeza é quando chove
quando está calor demais
quando o corpo dói
e os olhos pesam
tristeza é quando se dorme pouco
quando a voz sai fraca
quando as palavras cessam
e o corpo desobedece
tristeza é quando não se acha graça
quando não se sente fome
quando qualquer bobagem
nos faz chorar
tristeza é quando parece
que não vai acabar
Martha Medeiros
quando está calor demais
quando o corpo dói
e os olhos pesam
tristeza é quando se dorme pouco
quando a voz sai fraca
quando as palavras cessam
e o corpo desobedece
tristeza é quando não se acha graça
quando não se sente fome
quando qualquer bobagem
nos faz chorar
tristeza é quando parece
que não vai acabar
Martha Medeiros
quarta-feira, 25 de maio de 2011
sábado, 21 de maio de 2011
Não gostei.
"Hoje é o dia Mundial da Luta contra o Cancro. Pelo menos por uma hora em honra daqueles que morreram de cancro ou que estão a lutar ou que já lutaram e sobreviveram, copiem esta frase e coloquem no vosso mural."
Acabo de ver isto no Facebook. Não gostei. Como é que se pode associar um drama destes, o flagelo do Cancro, à banalidade de um "Like"?! Não me levem a mal mas acho isto simplesmente detestável! A ideia que me dá é que as pessoas publicam estes textos nos murais porque fica bem ser solidário com este tipo de causas e, claro, se com isso conseguirem um bom número de "Likes", melhor ainda. Acho isto uma hipocrisia. Peço desculpa se estou a ser injusta mas é o que eu penso.
Pensar de pernas para o ar
Que bom é pensar em outras coisas
e olhar para as coisas em outra posição
as coisas sérias que cómicas que são
com o céu para baixo e para cima o chão
Manuel António Pina
quarta-feira, 18 de maio de 2011
Retrógrada?...
Se ser retrógrada é saber pensar pela minha cabeça, então, eu sou retrógrada. Se ser retrógrada é ser incapaz de mentir, trair ou prejudicar seja quem for, então, eu sou retrógrada. Se ser retrógrada é ser cumpridora e trabalhadora, então, eu sou retrógrada. Se ser retrógrada é não fingir ser quem não sou, então, eu sou retrógrada. Se ser retrógrada é ser tudo isto, então, eu sou retrógrada, sim senhor. Com muito gosto!
sábado, 14 de maio de 2011
quarta-feira, 11 de maio de 2011
Esta sombra que me cerca
(...)
Canção, vai para além de quanto escrevo
e rasga esta sombra que me cerca.
Há outra fase na vida transbordante:
que seja nessa face que me perca.
Canção, vai para além de quanto escrevo
e rasga esta sombra que me cerca.
Há outra fase na vida transbordante:
que seja nessa face que me perca.
Eugénio de Andrade
terça-feira, 10 de maio de 2011
segunda-feira, 9 de maio de 2011
Madrugada
Há que deixar no mundo as ervas e a tristeza,
e ao lume de águas o rancor da vida.
Levar connosco mortos o desejo
e o senso de existir que penetrando
além dos lodos sob as águas fundas
hão-de ser verdes como a velha esperança
nos prados de amargura já floridos.
(...)
Jorge de Sena
e ao lume de águas o rancor da vida.
Levar connosco mortos o desejo
e o senso de existir que penetrando
além dos lodos sob as águas fundas
hão-de ser verdes como a velha esperança
nos prados de amargura já floridos.
(...)
Jorge de Sena
sábado, 7 de maio de 2011
Amor Electro - A máquina (acordou)
Saber o que fazer,
Com isto a acontecer,
Num caso como o meu.
Ter o meu amor,
Para dar e pra vender,
Mas sei que vou ficar,
Por ter o que eu não tenho,
Eu sei que vou ficar.
É de pedir aos céus,
A mim, a ti e a Deus,
Que eu quero ser feliz,
É de pedir aos céus.
Porque este amor é meu,
E cedo, vou saber
Que triste é viver,
Que sina, ai, que amor,
Já nem vou mais chorar,
Gritar, ligar, voltar,
A máquina parou,
Deixou de tocar.
Sentir e não mentir,
Amar e querer ficar,
Que pena é ver-te assim,
Já sem saberes de ti.
Rasguei o teu perdão,
Quis ser o que já fui,
Eu não vou mais fugir,
A viagem começou,
Porque este amor é meu
E cedo vou saber,
Que triste é viver,
Que sina, ai, que amor.
Já nem vou mais chorar,
Gritar, ligar, voltar,
A máquina parou.
Deixou de tocar,
É de pedir aos céus,
A mim, a ti e a Deus,
Que eu quero é ser feliz,
É de pedir aos céus.
Porque este amor é teu,
E eu já só vou amar,
Que bom não acabou,
A máquina acordou.
domingo, 1 de maio de 2011
sábado, 30 de abril de 2011
sexta-feira, 29 de abril de 2011
Frankly, I don't give a damn!
Kate e William já estão casados (SIC)
Como é possível que se perca tempo e dinheiro (dos contribuintes, no caso da RTP) com estes eventos completamente ridículos, sem sentido nenhum nos nossos dias? Juro, não entendo!
terça-feira, 26 de abril de 2011
As gavetas
Não deves abrir as gavetas
fechadas: por alguma razão as trancaram,
e teres descoberto agora
a chave é um acaso que podes ignorar.
Dentro das gavetas sabes o que encontras:
mentiras. Muitas mentiras de papel,
fotografias, objectos.
Dentro das gavetas está a imperfeição,
a mágoa com que repetidamente te desiludes.
As gavetas foram sendo preenchidas
por gente tão fraca como tu
e foram fechadas por alguém mas sábio do que tu.
Há um mês ou um século, não importa.
Pedro Mexia
fechadas: por alguma razão as trancaram,
e teres descoberto agora
a chave é um acaso que podes ignorar.
Dentro das gavetas sabes o que encontras:
mentiras. Muitas mentiras de papel,
fotografias, objectos.
Dentro das gavetas está a imperfeição,
a mágoa com que repetidamente te desiludes.
As gavetas foram sendo preenchidas
por gente tão fraca como tu
e foram fechadas por alguém mas sábio do que tu.
Há um mês ou um século, não importa.
Pedro Mexia
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