Uns, com os olhos postos no passado,
Vêem o que não vêem: outros, fitos
Os mesmos olhos no futuro, vêem
O que não pode ver-se.
Por que tão longe ir pôr o que está perto -
A segurança nossa? Este é o dia,
Esta é a hora, este o momento, isto
É quem somos, e é tudo.
Perene flui a interminável hora
Que nos confessa nulos. No mesmo hausto
Em que vivemos, morreremos. Colhe
o dia, porque és ele.
Ricardo Reis
4 comentários:
Mais um poema que fiquei a conhecer através do blogue. Obrigado!
PS - e fui ao dicionário ver o significado de hausto...
É pra isso que ele serve (o dicionário), não é?...
Quanto ao poema, espero que tenha gostado. Confesso que o que me dá mais prazer publicar aqui no blogue são as poesias de que gosto. O resto, são apenas "posts" banais, sem importância nenhuma.Trivialidades, nada mais.
Confesso que de todos os que já nos mostraste, o meu preferido é o Adeus, é lindo! Mas tmb gosto deste, á bem dizer, de todos, tens bom gosto, é uma realidade...
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